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Canoagem dourada! Nova Friburgo tem destaque na história do esporte no Brasil

Modalidade que brilhou nas Olimpíadas de Tóquio já foi referência nos anos 80 nas águas da serra

Por Matheus Oliveira
10/08/21 - 14:34
Canoagem dourada! Nova Friburgo tem destaque na história do esporte no Brasil Lumiar serviu de palco para os canoístas friburguenses brilharem em campeonatos | Foto: Divulgação/Africa Canoagem

Os Jogos Olímpicos de Tóquio chegaram ao fim e alguns esportes ganharam destaque. Entre eles, a canoagem. Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, a modalidade já foi levada a sério. Nos anos 80, a cidade era uma referência nacional.

Este ano, a prática na cidade até foi lembrada, mas de forma inusitada. Remar no rio Bengalas virou brincadeira. Em junho, dois moradores se esbaldaram nas águas do rio que corta o centro. O primeiro remando num bote e o segundo, navegava confortavelmente numa boia adaptada de roda de caminhão.

Brincadeiras à parte, antes de Isaquias Queiroz brilhar na categoria velocidade, conquistando o ouro no C1 1000m, e Ana Sátila chegar à final olímpica na modalidade slalom, era na cidade da Região Serrana que a canoagem brasileira crescia e os atletas sonhavam com o destaque internacional.

Um dos pioneiros do esporte na cidade, o cirurgião-dentista Orlando Miele Junior recorda que a influência de Uwe Peter Kohen o fez se apaixonar pela canoagem:

Me encantei pelo esporte ao acompanhar a gravação da novela Brilhante, em 82, em Lumiar. Na cena, o personagem do ator Kadu Moliterno descia a corredeira em um caiaque. E o dublê dele era o Uwe Peter Kohen, pioneiro da modalidade no estado.

Uwe Peter Kohen, casado com Eva Schneider, foi fundador e presidente da primeira entidade oficial da canoagem no país, a Associação Carioca de Canoagem. Quem lembra com carinho deste período é o empresário e publicitário Alexandre Meinhart.

“Tudo começou com o Uwe e a Eva Schneider. Nos interessamos pelo esporte, nos associamos no Rio de Janeiro e decidimos fundar a nossa associação”, disse Alexandre.

Com esta influência, nos anos 80, ao lado dos amigos Marcelo Cortêz, Sílvio César Ruiz, Stefan Hoffman e Cristiano Valadares, Orlando e Alexandre ajudaram a fundar a Associação Friburguense de Canoagem (Africa), em 1983.

Alexandre conta que o grupo praticava a canoagem em águas brancas, em corredeiras sem balizas e percurso longo.

“Esta é a grande diferença entre a canoagem em águas brancas e a canoagem slalom disputada nas Olimpíadas. Na slalom, os competidores precisam passar pelas balizas sem encostar nelas”, compara.

O publicitário destaca que o grupo começou descendo o Rio Macaé e se aventurando pela cidade. Aos poucos, relembra Alexandre, a associação começou a crescer, a ganhar novos adeptos e seus integrantes, a vencerem provas.

Nós éramos convidados para conhecer os rios e fazer o percurso nestes locais. Inclusive, recebemos um convite da cidade de Bonito, no Mato Grosso, antes deles se tornarem referência turística no Brasil.

Depois de conseguirem o patrocínio da marca esportiva da antiga Fábrica Filó, foi criada uma competição nacional que atraía canoístas do país inteiro. A Golden Cup teve seis edições entre 1985 e 1989. Dentro de casa, Orlando relembra que a associação organizou três edições do campeonato friburguense de canoagem (84/85/86). E o primeiro campeão friburguense, foi justamente o cirurgião-dentista.

Silvio Cesar Ruiz, Orlando Mieli, Alexandre Meinhart e Pedro Litsek (da esquerda para a direita) foram alguns dos destaques da associação friburguense de canoagem nos anos 80Silvio Cesar Ruiz, Orlando Mieli, Alexandre Meinhart e Pedro Litsek (da esquerda para a direita) foram alguns dos destaques da associação friburguense de canoagem nos anos 80 | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com o sucesso das competições, os canoístas relembram que surgiu a chance de trazer a primeira competição internacional para o Brasil. De uma nova modalidade: a canoagem slalom.

“Esta é uma modalidade muito mais técnica e que permite ao público assistir a prova toda. Pois, na slalom, o trecho percorrido é mais curto”, explica Alexandre.

Orlando conta que a competição aconteceu no Poço das Antas, entre Nova Friburgo e Bom Jardim, e foi chamada de Copa Malte 90.

“No torneio, montamos toda uma estrutura, com árbitros e arquibancadas. Tivemos a presença do australiano Richard Fox, que já era campeão mundial da modalidade. A esposa dele, a francesa Myriam Jerusalmi também participou do evento. O americano Erick Jackson foi outro nome de destaque que veio até Nova Friburgo”, revela.

Orlando Miele Junior foi um dos pioneiros da canoagem em Nova FriburgoOrlando Miele Junior foi um dos pioneiros da canoagem em Nova Friburgo | Foto: Arquivo Pessoal/Orlando Miele Junior

A filha de Richard e Myriam, Jessica Fox foi a campeã olímpica da categoria C1 da canoagem slalom nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a mesma disputada pela brasileira Ana Sátila.

Após perder a chance de organizar o Pan-Americano de canoagem, a modalidade perdeu força em Nova Friburgo nos anos 90. Nos últimos anos, porém, ganhou o Brasil inteiro. Orlando vê este crescimento como fruto de muito trabalho e competência das pessoas ligadas à canoagem.

“Com este sucesso, certamente, a procura pela modalidade irá crescer. E para mim, é motivo de orgulho ter sido o primeiro campeão friburguense e ter ajudado uma cidade do interior a ser referência nacional do esporte”, comemora Orlando.

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