Guerra na Ucrânia: cenário mundial já impacta preços de combustíveis na Região dos Lagos
Postos de Cabo Frio já estão vendendo gasolina comum a R$ 8,19. Em Arraial do Cabo, o litro já chega a R$ 8,29
11/03/22 - 10:52
O conflito entre Rússia e Ucrânia, a mais de dez mil quilômetros de distância do Brasil, está causando impactos em vários setores no país, principalmente os relacionados ao petróleo.
A Petrobrás anunciou nesta quinta-feira, 11, um aumento nos preços da gasolina e do diesel. De acordo com a estatal, o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) também vai subir.
Os novos valores passam a valer a partir desta sexta-feira, 11, em todas as distribuidoras. Já o repasse para os consumidores vai depender de cada revendedor.
Alta já assusta na Região dos Lagos
O reflexo da decisão já pode ser visto nas bombas pelas cidades do litoral do Rio. Em Cabo Frio, a gasolina comum já está sendo vendida nas bombas a R$ 8,19, o litro. Já em Arraial do Cabo, cidade vizinha, o valor praticado aumentou de R$ 7,69, para R$ 8,29.
Um especialista consultado pelo Portal Multiplix explica porque os municípios da Região dos Lagos do Rio podem ser influenciados pelos desdobramentos da guerra no leste europeu.
Mauro Rochlin, professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que o aumento do preço do barril do petróleo impacta o preço dos combustíveis no Brasil porque a Petrobrás se utiliza de uma política de preços com os valores internacionais.
“A Petrobras é uma empresa global e para se comportar como uma empresa competitiva que atrai confiança de investidores, ela deve praticar preço global, ou seja, não deve ter um preço especial para vender no Brasil. A estatal não faria uma política de preços em favor de um governo, pois isso, seria desrespeitar as leis de mercado. Se não houver a intervenção do governo no mercado, essa alta será transferida para os preços”, disse Mauro.
Revisão na política de preços
O mercado segue acompanhando os desdobramentos das tentativas do governo na implantação de medidas para conter a alta dos preços dos combustíveis para os consumidores. Seguindo essa linha, o Senado aprovou um projeto que prevê a criação do auxílio-gasolina e um fundo para estabilizar os preços.
No início da semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a política de paridade de importação praticada pela Petrobras, que atrela os preços dos combustíveis ao valor do barril do petróleo e do dólar.
Bolsonaro afirmou em entrevista à Rádio Folha de Roraima que estuda rever a atual política adotada.
“Tem uma legislação errada feita lá atrás, em que você tem uma paridade do preço internacional. Ou seja, o que é tirado do petróleo leva-se em conta o preço fora do Brasil. Isso não pode continuar acontecendo”, disse o presidente.
Veja outras notícias das Regiões Serrana e dos Lagos do Rio no Portal Multiplix.