Câmara de Friburgo vota mudanças na Lei Orgânica e aprova contratação de médicos por O.S´s
Foram 16 votos favoráveis e cinco contrários; modelo terceirizado de gestão de unidades de saúde gerou polêmica na cidade

Nessa quinta-feira, dia 15, a Câmara Municipal de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, se reuniu para votar alterações na Lei Orgânica do município.
Entre as mudanças, a principal prevê a adoção de um modelo de organização social, a O.S., para a contratação de médicos no Hospital Municipal Raul Sertã.
A proposta de emenda à Lei Orgânica foi aprovada por 16 votos a favor e quatro contrários.
Esta é a segunda vez que os parlamentares se reúnem para votar o texto proposto pelo Executivo. A primeira aconteceu no início do mês e teve 16 votos favoráveis e cinco contrários.
Para ser autorizada, a proposta precisou ser votada em duas sessões, em um intervalo mínimo de dez dias corridos, e ainda ser aprovada por dois terços dos vereadores, ou seja, ter, pelo menos, 14 votos favoráveis.
O vereador Joelson do Pote (PDT) foi o único que não esteve presente nesta sessão. Ele havia manifestado parecer contrário na primeira votação, no início do mês.
Foram 16 votos favoráveis à mudança e quatro contrários | Foto: Divulgação/TV Câmara
Votaram a favor da O.S.
Angelo Gaguinho (DC)
Carlinhos do Kiko (PROS)
Cascão do Povo (Patriota)
Christiano Huguenin (PP)
Cláudio Leandro (PL)
Dirceu Tardem (PSB)
Isaque Demani (PP)
Jânio de Carvalho (DC)
José Carlos Schuabb (PRTB)
José Roberto (PSC)
Max Bill (Avante)
Professor André (PL)
Vanderleia Abrace Essa Ideia (PP)
Walace Piran (PSDB)
Wellington Moreira (União)
Zezinho do Caminhão (Republicanos)
Votaram contra a O.S.
Maiara Felício – (PT)
Maicon Queiroz (PSC)
Marcinho (Republicanos)
Priscilla Pitta (Cidadania)
Na proposta de emenda à Lei Orgânica do município, a prefeitura sugere que organizações sociais possam contratar médicos para outras unidades de saúde, como o Hospital Municipal Raul Sertã.
Recentemente, o modelo de contratação proposto pela prefeitura gerou polêmica na cidade. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) teve os atendimentos parcialmente paralisados por atraso no pagamento dos profissionais de saúde.
A forma de contratação desses profissionais é a mesma que está sendo sugerida pelo município para outras unidades de saúde.
Ao Portal Multiplix, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que embora tenha sido aprovada a alteração na Lei Orgânica, não significa que, necessariamente, o município tenha obrigatoriedade de implementar a contratação de serviços médicos via O.S.
O Executivo reforçou que já enviou uma proposta de concurso público para análise do Legislativo, a fim de contratar mais servidores especializados dessa e de outras áreas.
A reportagem também entrou em contato com o Conselho Municipal de Saúde (CMS) para falar sobre o assunto. O presidente da instituição disse que aguarda uma reunião com o colegiado para se manifestar.
A Sessão Ordinária da Câmara dos Vereadores pode ser conferida, na íntegra, aqui.
Confira a nota da prefeitura na íntegra:
"As legislações são editadas com vínculo ao momento da edição. Uma lei só se verifica boa com a sua vigência e efetiva aplicação ao longo dos anos. Então uma lei orgânica do município pode ser revista em qualquer tempo em que se entende a necessidade de alterações pertinentes, para adequação ao atual momento vivido pela sociedade.
Não existe vedação de contratar Organizações Sociais para gerirem instituições de saúde nas legislações federais sobre o tema, e nem na Constituição. E esta é uma opção do Executivo para tentar ampliar o leque de opções e medidas a serem tomadas quanto à questão da saúde no tocante à contratação de médicos, diante da falta de mão de obra, que não é uma realidade exclusiva de Nova Friburgo.
Diante disso, a proposta busca que seja ampliada a opção do gestor para uma melhor tomada de decisão, visando oferecer uma gestão pública mais eficiente. Apesar da escassez do mercado de profissionais e da necessidade de concurso, também há essa possibilidade de adequação legal para superar os desafios do serviço de saúde. Inclusive, em paralelo, o Executivo mandou a proposta de concurso público para análise do Legislativo a fim de contratar mais servidores especializados.
Em resumo, a alteração da Lei Orgânica proposta não significa que haverá OS, mas abre a possibilidade para que tenha. Não significa que o Município terá a obrigatoriedade de implementação.
Já foram feitas outras alterações na Lei Orgânica, como a reforma do código tributário, por exemplo. Novos ajustes e alterações ainda devem ser feitos nesse código, o que é normal em legislações complexas. Vale enfatizar que o pedido de alteração é exclusivo para contratação de médicos e não para gestão do hospital."
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