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1º de abril: as verdades sobre o Dia da Mentira

Pura diversão, data começou na França do século XVI e passou por Minas Gerais até contagiar o mundo e ganhar novos formatos

Por David Massena
01/04/21 - 09:18
1º de abril: as verdades sobre o Dia da Mentira Pinóquio, o personagem conhecido pelas suas mentiras | Foto: Reprodução/Internet

O mês de março se encerra e é chegado o dia 1º de abril, denominado como o Dia da Mentira, também conhecido como dia das petas (lorotas), dia dos tolos, dia da gafe ou dia dos bobos. Uma celebração anual que no Brasil tem marcas históricas e, em alguns países europeus e ocidentais, é motivo de galhofas, pregando peças e espalhando boatos como formas de marcar a data.

O que não falta é história e muitas versões sobre o dia que é um evento. Há quem defenda que a brincadeira surgiu na França, no reinado de Carlos IX (1560-1574), terceiro filho do rei Henrique II de França e Catarina de Médici. Conta a história que desde o começo do século 16, o ano-novo era comemorado em 25 de março, com a chegada da primavera e as festas, que incluíam troca de presentes, bingos e animados bailes noite adentro, duravam uma semana, terminando em 1º de abril.

Ocorre que, em 1562, o papa Gregório XIII (1502-1585) instituiu um novo calendário cristão – o chamado calendário gregoriano – em que o ano-novo caía em 1º de janeiro. O documento substituiu devidamente o calendário juliano, em uso desde 45 a.C., e desde então foi adotado quase universalmente.

A transição do início do ano foi amargamente contestada por grande parte da população, que temia que fosse uma tentativa dos proprietários de enganá-los com uma semana e meia de aluguel. Especialmente na França, o rei francês, Carlos IX, só seguiu o decreto papal dois anos depois, em 1564, e, mesmo assim, os franceses tiveram grande resistência à mudança, ou a ignoraram ou a esqueceram, e mantiveram as comemorações de fim de ano na antiga data. Essa insistência em ignorar o novo calendário fez com que críticos ao governo começassem a ridicularizar esse apego, enviando aos conservadores adeptos do calendário anterior – apelidados de “bobos de abril” – presentes estranhos e convites para cerimônias, festas e comemorações inexistentes.

Com o tempo, a galhofa firmou-se em todo o país, de onde, cerca de 200 anos depois, migrou para a Inglaterra e daí para o mundo.

Mas há outras hipóteses. Por exemplo, a de que o Dia da Mentira seria uma continuidade das brincadeiras, músicas obscenas e fantasias usadas em festivais que marcavam a mudança das estações do ano. Ou, ainda, que a data teria surgido após o rei George III da Inglaterra ter feito uma brincadeira com uma pitadinha de maldade, em 1º de abril, com a deposição do rei Luís XIV durante a revolução francesa.

Se essas versões são verdadeiras ou não, quem poderá afirmar? Aqui no Brasil, o primeiro de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um jornal de vida curta que trazia a notícia do falecimento de Dom Pedro II, desmentida no dia seguinte.

Ao redor do mundo, atualmente, a data é celebrada de formas diferentes de acordo com as tradições de cada país. Na França, por exemplo, a data se chama "Poisson d'Avril" ("Peixes de abril") — a origem do nome também tem diversas possíveis explicações; e é nas escolas que ocorre a brincadeira de grudar um papel em formato de peixe nas costas do colega sem que ele perceba, o que faz com que seja motivo de graça e risadas.

Já na Escócia, o Dia da Mentira se estende do dia 1º a 2 de abril. No primeiro dia, chamado de "Hunt the Gowk" ("Caçe o bobo"), a tradição é enviar uma mensagem com o pedido de socorro a um amigo, que iniciará uma caça pela suposta pessoa perdida e, no fim, será o foco das piadas. No segundo dia, a brincadeira é colar nas costas do "amigo" um papel com alguma frase que vire piada. É gargalhada na certa!

No Irã, o 13º dia do Ano Novo pelo calendário persa — oficial neste e em outros países do Oriente Médio — cai nos dias 1º ou 2 de abril. Além de festas ao ar livre, a data é repleta de brincadeiras.

Diferente do resto do mundo, o governo Chinês, em 2016, através da agência de notícias estatal Xinhua, proibiu brincadeiras relacionadas ao Dia da Mentira, uma vez que a data "não faz parte da tradição cultural ou dos valores socialistas".

As brincadeiras do Dia da Mentira já atingiram o panorama das relações internacionais. Pasmem! Em 1998, o jornal "Babel", pertencente ao filho do então presidente Saddam Hussein, publicou uma notícia de que o presidente americano, Bill Clinton, havia acabado com as sanções contra o Iraque. Em uma página interna, a publicação admitia que a informação era falsa. A piada foi repetida em 1º de abril de 2000.

Mas se o leitor não estiver convencido da provável origem da data e de seus desdobramentos, que tal visitar o site do Museum of Hoax ("Museu das Farsas") que oferece uma lista das 10 piadas mais incríveis utilizadas no Dia da Mentira de todos os tempos. Confira!

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