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Mais de 3 mil mulheres sofreram algum tipo de violência doméstica na Região dos Lagos em 2021

Cabo Frio é a cidade com o maior número de casos da região; foram mais de 1.500 mulheres vítimas desse tipo de crime

Por Mateus Marinho
24/02/22 - 13:27
Mais de 3 mil mulheres sofreram algum tipo de violência doméstica na Região dos Lagos em 2021 As mulheres são as principais vítimas de violência doméstica, independente de idade, cor, gênero e classe social | Foto: Banco de imagem

Uma em cada quatro mulheres já sofreu algum tipo de violência doméstica ao longo da vida em todo o mundo. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). E essa realidade não é diferente na Região dos Lagos do Rio.

Mas qual é o conceito de violência doméstica? É qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, dano moral ou patrimonial. Esse conceito se aplica nas relações íntimas de afeto no contexto familiar e independe de orientação sexual dos parceiros.

De acordo com a delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher de Cabo Frio (Deam), Waleska Garcez, a mulher é a principal vítima de violência doméstica.

“Nas relações conjugais, a mulher é quem mais sofre com a violência doméstica, independente de idade, cor, gênero e classe social. E o agressor, na maioria dos casos, é o seu companheiro ou ex-companheiro, que conhece bem seus hábitos, costumes, sentimentos e reações tornando a mulher ainda mais vulnerável. E caso a mulher já esteja ciente que vive um relacionamento abusivo, busque imediatamente atendimento em uma Deam ou delegacia mais próxima de sua residência”, explica ela.

A violência pode ser moral e psicológica e não somente física, como a maioria das mulheres pensa. Inclusive, antes de ocorrer a violência física é que, provavelmente, já aconteceram diversos episódios de outros tipos de violências morais e psicológicas.

Os sinais de violência doméstica se assemelham às discordâncias corriqueiras entre o casal. Fique atenta.Os sinais de violência doméstica se assemelham às discordâncias corriqueiras entre o casal. Fique atenta. | Foto: Banco de Imagem

Um levantamento feito nas quatro principais cidades da Região dos Lagos do Rio, Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio, mostra que o número de mulheres que procuraram ajuda por ter sofrido algum tipo de violência doméstica é assustador.

De acordo com dados obtidos por intermédio das prefeituras dos municípios, 3.176 mulheres foram atendidas por terem sofrido algum tipo de violência somente nessas quatro cidades.

Em Cabo Frio, os dados são da Superintendência dos Direitos da Mulher. Só no ano de 2021, foram 1.514 atendimentos presenciais no Centro Especializado em Atendimento à Mulher (Ceam). O número de acolhimentos recentes tanto no primeiro distrito quanto em Tamoios foi de 285 mulheres, sendo 239 moradoras do primeiro distrito e 46 atendimentos referentes a moradoras do distrito de Tamoios.

“Os números de Tamoios não refletem a realidade, essa quantidade tende a ser bem maior. Por conta da distância do Ceam, infelizmente não conseguimos alcançar todas as mulheres violentadas. Mas, em breve, teremos instalado um Centro Especializado em Atendimento à Mulher no distrito para acolher as mulheres vítimas de violência”, disse a superintendente dos Direitos da Mulher, Tânia Lopes.

A maior incidência dos casos onde o Ceam foi acionado é nos bairros Jacaré e Jardim Esperança, com assistência às mulheres na faixa etária de 29 a 39 anos.

Em Araruama, o levantamento foi feito pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher. Foram 1.226 atendimentos no ano passado. Entre os casos com maior incidência, estão a violência psicológica, com 26% dos casos, seguidos pela moral e sexual, com 25% e 24%, respectivamente.

E dos 1.226 casos de violência, 34% resultaram em medidas protetivas expedidas em favor das mulheres. As denúncias mais frequentes foram nos bairros Parati, Boa Perna e Fazendinha. Em Araruama, a faixa etária de mulheres que sofreram violência com mais frequência foi o grupo de 36 a 40 anos.

O melhor caminho para uma vítima de violência é sempre a denúnciaO melhor caminho para uma vítima de violência é sempre a denúncia | Foto: Marcos Santos/USP/Agência Brasil

Em Armação dos Búzios, o acompanhamento foi feito pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher. No total, foram 394 registros no último ano.

Em relação às formas de violência, foram atendidas 133 mulheres em situação de violência psicológica, 89 em situação de violência moral, 82 de violência física, 66 de violência patrimonial e 24 de violência sexual.

Arraial do Cabo foi a cidade que registrou o menor número entre as principais cidades. A Secretaria de Assistência Social acompanhou 42 casos de violência contra a mulher no município.

Desses registros, 21 atendimentos foram a mulheres negras e 16 registros de mulheres brancas. A média de idades das mulheres que buscaram atendimentos era de 33 anos.

Para a delegada da Deam, a identificação de um caso de violência doméstica pode ser difícil, mas ela é possível:

“A mulher nem sempre consegue identificar que é vítima de violência doméstica, pois os sinais se assemelham às discordâncias corriqueiras entre o casal. Mas existem sinais que são bem marcantes e que uma vez identificados, a mulher pode se enxergar como vítima de violência doméstica, são eles: o agressor sempre emite opiniões negativas a respeito da vítima e das coisas e pessoas que ela gosta; o agressor tenta ou afasta a vítima do convívio de seus amigos e familiares. Muitas vezes, o agressor alega que faz isso pois a ama, mas na verdade são sinais claros de que o agressor vê a vítima como um objeto da propriedade dele; o agressor humilha a vítima e diz que ela não sabe fazer nada que preste; o agressor supervisiona todos os passos da vítima, não deixa a vítima tomar decisões sozinha; o agressor decide tudo na vida da vítima, inclusive suas roupas e lugares que pode ir ou não, entre outros pontos."

Waleska Garcez faz um alerta para que as mulheres vítimas desse tipo de violência sempre denunciem os agressores:

“Como delegada de polícia atuando em uma Deam, sempre oriento as mulheres que estejam vivenciando um relacionamento abusivo, que procurem ajuda e denunciem sempre. A denúncia é a melhor arma que a mulher possui, pois ela está levando o fato ao conhecimento dos órgãos que atuam no combate à violência doméstica. Essa mulher receberá apoio e orientações necessárias para o seu empoderamento e sair do ciclo de violência”.

Na maioria dos casos, o agressor vê a vítima como um objeto da propriedade deleNa maioria dos casos, o agressor vê a vítima como um objeto da propriedade dele | Foto: Banco de Imagem

Onde denunciar

Para denunciar os casos de violência doméstica, basta procurar a Delegacia de Atendimento à Mulher de Cabo Frio (Deam), que fica na Avenida Teixeira e Souza, s/nº, em São Cristóvão.

Outro polo de atendimento social à mulher vítima de violência em Cabo Frio é a Secretaria Municipal de Assistência Social, que fica na rua Florisbela Rosa da Penha, n° 292, no Braga.

Existe ainda a opção pelo WhatsApp, onde as denúncias podem ser feitas pelo número (22) 99808-2557. Outra forma de contato é através do email superintendenciadamulher@cabofrio.rj.gov.br.

Em Araruama, o Centro de Referência em Atendimento de Atendimento à Mulher fica na rua Bernardo de Vasconcellos, 1.044, no centro. O telefone para contato é o (22) 2665-3131.

Já em Búzios, a Secretaria da Mulher e do Idoso fica na rua Camila, nº 4, Manguinhos. Quem quiser pode entrar em contato através do WhatsApp da secretaria no número (22) 99608-2791 ou pelo email secretariadamulher@buzios.rj.gov.br.

Em Arraial do Cabo, a Secretaria de Assistência Social fica na rua José Pinto de Macedo, na Prainha.

Veja outras notícias das Regiões Serrana e dos Lagos do Rio no Portal Multiplix.


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