PM dono de arma encontrada com miliciano morto no RJ alega extravio em delegacia de Teresópolis
Registro foi feito horas depois de uma operação em uma comunidade de Santa Cruz; policial foi preso administrativamente
As polícias Civil e Militar investigam se a arma usada por Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, morto na última segunda-feira, dia 23, pertencia a um policial militar.
O fato aconteceu depois que um PM registrou uma ocorrência em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, informando sobre o extravio de sua pistola Glock, horas após uma operação policial na comunidade de Três Pontes, em Santa Cruz, na Zona Oeste.
Por meio de nota enviada ao Portal Multiplix, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que já tomou as medidas cabíveis e está investigando o caso:
A corporação tomou conhecimento do fato e apura, por meio de sua Corregedoria e da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, as circunstâncias do caso. O referido policial está preso administrativamente no Batalhão de Polícia de Choque.
O registro foi feito na 110ª DP (Teresópolis), às 23h08 de segunda-feira, quando o policial militar, lotado no Batalhão de Choque, relatou que não sabia onde havia perdido o armamento, nem o momento, mas que teria sido nos últimos 15 dias.
Ainda segundo o agente, além da arma, dois carregadores, com 28 munições, também foram extraviados.
Entenda o caso
Ônibus foram incendiados no Rio após morte de miliciano | Foto: Reprodução/Tomaz Silva (Agência Brasil)
Faustão, morto na última segunda-feira, era integrante da milícia de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, de quem também era sobrinho. Considerado como sucessor do tio, o miliciano foi morto durante uma operação da Polícia Civil.
A morte gerou diversos ataques criminosos, que resultaram em dezenas de ônibus incendiados na Zona Oeste do Rio. Pelo menos 35 veículos foram incendiados, além de caminhões e carros.
A cidade chegou a entrar em estágio de atenção, devido ao impacto das ocorrências à população.
A Polícia Militar prendeu 12 suspeitos de envolvimento nos incêndios de ônibus na Zona Oeste do Rio. O grupo foi levado para a 35ª DP (Campo Grande) e para a 36ª DP (Santa Cruz).
Equipes das forças de segurança seguem nas ruas em busca de mais criminosos que tenham participado dos ataques aos coletivos.
Além dos veículos, a estação Santa Veridiana do BRT também foi incendiada.
Nos trens não foi diferente, uma composição da SuperVia foi incendiada na estação Tancredo Neves, o que interrompeu o serviço em seis paradas.
O presidente Lula, por meio das redes sociais, falou nessa terça-feira, 24, sobre o apoio que está sendo dado ao Rio:
Vamos usar a estrutura dos ministérios da Justiça e da Defesa para ajudar a combater o crime organizado e a milícia no Rio. Nós queremos compartilhar as soluções dos problemas dos estados com o governo federal.
Na noite de terça, o governador Cláudio Castro anunciou um 'Grupo de Trabalho' (GT) para investigar a lavagem de dinheiro das máfias que agem no estado e do tráfico de drogas.
O anúncio foi feito após uma reunião com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.
O grupo de trabalho será conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para combater as organizações criminosas.
Segundo o governador, o GT terá a participação de representantes de instituições de segurança e controle financeiro, como a Fazenda Estadual, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros.
Sobre a necessidade da intervenção federal, o governador afirmou não ver necessidade, já que, ao todo, 305 agentes da Força Nacional estão no patrulhamento das rodovias federais do Rio e outros 240 agentes da Polícia Rodoviária Federal também reforçam a segurança:
Nós estamos avançando no processo de integração. Os agentes da Força Nacional já estão aqui nas rodovias federais. Eu pedi ao presidente da República, e também já pedi agenda ao ministro da Defesa, José Múcio, para termos o reforço da Marinha atuando na Baía de Guanabara e nos portos do estado, além do reforço da Aeronáutica nos aeroportos, que é por onde entram drogas e armas. O próprio crime de lavagem de dinheiro é um crime federal. É muito importante que a Receita Federal e a Polícia Federal estejam nos auxiliando neste tipo de combate.
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