Como as relações sexuais se adaptaram ao período de quarentena
Vendas de acessórios e produtos eróticos em sexy shops de Nova Friburgo estão em queda, mas a prática do sexo virtual entre os brasileiros tem aumentado, segundo pesquisa

Em tempos de isolamento social, a falta de um contato físico, de conhecer pessoas e ter relações sexuais pode desencadear crises de estresse, ansiedade e angústias. Por isso, uma das principais orientações dos especialistas é a de investir no sexo virtual e, sem medo de ser feliz, ter a masturbação como aliada nesse momento.
Nessa lógica, há quem imagine que as vendas em sexy shops venham aumentado nas últimas semanas. Mas a história não é bem assim. O segmento também tem sido afetado pela crise econômica provocada pelo covid-19.
Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, as vendas têm diminuído em diversos estabelecimentos.
A loja Hot Rio, no bairro Ponte da Saudade, confirmou ao Portal Multiplix que a pandemia está refletindo nesse mercado e disse apostar no Dia dos Namorados, na torcida para que a situação melhore, já que, dentro de casa, os acessórios e brinquedinhos sexuais são "aliados" para as pessoas saírem da rotina.
A empresa Frilingerie, também situada na Ponte da Saudade, explicou que as vendas diminuíram bastante, mas afirmou que está trabalhando no sistema de delivery para atender aos consumidores e diminuir os impactos financeiros.
A mesma situação, de queda nas vendas, foi constatada por outra empresa friburguense ouvida pela reportagem, a Female Lingerie.
Vendas em baixa, mas sexo virtual em alta
Em entrevista ao Portal Multiplix, a sexóloga Dalva Brust, também de Nova Friburgo, destacou que o atual momento conta com repetidos alertas sobre os cuidados com higiene e contato entre as pessoas. Assim, ela recomendou o sexo virtual como alternativa para enfrentar a quarentena.
E apesar da queda nas vendas dos itens sexuais, o conselho da relação virtual tem sido seguido pelos brasileiros. Uma pesquisa do aplicativo Happn apontou que 31% dos brasileiros já fizeram sexo online durante a pandemia.
O levantamento entrevistou 1.117 pessoas de diferentes regiões do país entre os dias 4 e 11 de maio por meio de uma enquete enviada dentro do aplicativo de relacionamento.
No levantamento, 16% afirmaram que já enviaram mensagens eróticas, 10% declararam que realizaram o sexting (compartilhamento de conteúdo erótico por meio de recados, fotos ou vídeos) por meio de fotos e 5% através de vídeos. Outros 15% confirmaram que realizaram o sexting pela primeira vez durante a quarentena.
Já uma pesquisa feita pela Universidade de Toronto, no Canadá, fez um ranking dos emojis mais utilizados na hora do sexo virtual.
A “carinha” mais utilizada foi o chamado “sorriso malicioso” (34% das conversas sexuais entre os entrevistados). Piscadela veio em segundo lugar (25%) e beijinhos (22% dos envios). Entre os objetos mais usados pelos internautas estavam a língua (17%), a berinjela (que é muito usada representando um pênis e atingiu 17% dos envios) e as gotinhas (que representam a ejaculação e foram enviadas por 13% dos usuários).