COP30 termina com avanços no financiamento climático, mas deixa combustíveis fósseis fora do acordo
Acordo de Belém amplia apoio a países vulneráveis e reconhece papel de povos tradicionais
COP 30 chegou ao fim no último sábado, 22, em Belém, no Pará
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Foto: Reprodução/Agência Brasil (Tânia Rego)
Após 13 dias de negociações e com representantes de 195 países, a COP30 terminou nesse sábado, 22, em Belém (PA), com um acordo climático que avançou em áreas importantes.
A presidência brasileira da COP30 teve como feito a aprovação de 29 documentos de forma unânime pelos países que participaram do encontro na capital paraense.
O Acordo de Belém, aprovado pelas delegações, ampliou o financiamento climático e reconheceu o papel estratégico de povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes na proteção do planeta.
Dentre as solicitações apresentadas no documento, destaca-se o pedido para apoio dos países no cumprimento de suas metas de redução de emissões.
O acordo também pede que as nações ricas tripliquem, até 2035, os recursos destinados a ajudar países em desenvolvimento a se adaptarem a um planeta em aquecimento.
Enquanto isso, os países em desenvolvimento argumentam que precisam urgentemente de recursos para se adaptar aos impactos que já estão ocorrendo, como o aumento do nível do mar e o agravamento das ondas de calor, secas, inundações e tempestades.
O documento também indica que os órgãos climáticos analisem como alinhar o comércio internacional à ação climática, em meio a preocupações de que o aumento das barreiras comerciais esteja limitando a adoção de tecnologias limpas.
A União Europeia pressionou para que o acordo oficial incluísse uma referência clara ao abandono dos combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás (responsáveis pela maior parte das emissões globais), mas enfrentou forte resistência do grupo árabe, que tem a Arábia Saudita como seu principal representante.
Após negociações que avançaram pela madrugada de sábado, 22, as partes chegaram a um entendimento: o assunto ficaria fora do texto final e seria tratado em um texto paralelo apresentado pelo Brasil, país anfitrião da COP30.
O documento também orienta que órgãos da ONU (Organização das Nações Unidas) avaliem como integrar o comércio internacional à agenda climática, num momento em que barreiras comerciais podem prejudicar a adoção de tecnologias limpas.
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No sábado, 22, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o tema na Cúpula de Líderes do G20, em Joanesburgo, na África do Sul, e defendeu que o grupo assuma o protagonismo na redução progressiva da dependência de combustíveis fósseis, com a a elaboração de um "mapa do caminho" para a transição energética.
Só haverá transição justa se o G20 liderar o caminho. É do G20 que um novo modelo de economia deve emergir. O grupo é ator-chave na elaboração de um mapa do caminho para afastar o mundo dos combustíveis fósseis. A COP30 mostrou que o mundo precisa enfrentar esse debate
Em seu discurso, o líder brasileiro destacou que o G20, responsável por 77% das emissões globais, seria essencial para que essa estratégia, proposta pelo Brasil na COP30, em Belém (PA), ganhe escala e se concretize.
Lula reiterou o compromisso do Brasil em garantir que a transição energética proteja as populações mais vulneráveis e que historicamente menos contribuíram para a crise global.
Vai contra nosso sentido mais elementar de justiça permitir que as maiores vítimas da crise climática sejam aquelas que menos contribuíram para causá-la
,reforçou, ao listar propostas trabalhadas durante a COP30, em Belém, que envolvem o fortalecimento da proteção, o apoio a pequenos produtores e a garantia de vida sustentável a comunidades que vivem nas florestas, inclusive por meio do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, lançado pelo Brasil durante o evento na capital paraense.
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