PIB cresce 7,7% do segundo para o terceiro trimestre deste ano, diz IBGE
Entretanto, houve recuo de 3,9% em relação ao terceiro trimestre de 2019
03/12/20 - 14:40
O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, cresceu 7,7% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira, dia 3 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
De acordo com o IBGE, essa é a maior variação desde o início da série em 1996, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas provocadas pela pandemia.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, o PIB apresentou recuo de 3,9% e, em valores correntes, chegou a R$ 1,891 trilhão.
Desse valor, R$ 1,627 trilhão em Valor Adicionado a Preços Básicos e R$ 264,1 bilhões em Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.
O resultado indicou ainda que a economia do país se encontra no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.
Para a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o crescimento ocorreu sobre uma base muito baixa, quando o país estava no auge da pandemia no segundo trimestre.
“Houve uma recuperação no terceiro, contra o segundo trimestre, mas se olharmos a taxa interanual, a queda é de 3,9% e no acumulado do ano ainda estamos caindo, tanto a Indústria quanto os Serviços. A Agropecuária é a única que está crescendo no ano, muito puxada pela soja, que é a nossa maior lavoura”, disse.
No terceiro trimestre, a Indústria cresceu 14,8% e os Serviços subiram 6,3%. Já a Agropecuária registrou queda de 0,5%. De acordo com o IBGE, a expansão do PIB no período foi causada principalmente pelo desempenho da Indústria, com destaque para o crescimento de 23,7% no setor de Transformação.
Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos também cresceram (8,5%), como a Construção (5,6%) e as Indústrias extrativas (2,5%).
“Olhando pela ótica produtiva, o destaque foi a Indústria de Transformação, até pelo fato de ter caído bastante no segundo trimestre (-19,1%), com as restrições de funcionamento. A Indústria cresceu como um todo 14,8%, e a de Transformação 23,7%, mas voltamos ao patamar do primeiro trimestre”, observou Rebeca.
O setor de Serviços, que foi destaque no resultado e tem o maior peso na economia, registrou alta em todos os segmentos:
- Comércio (15,9%)
- Transporte, armazenagem e correio (12,5%)
- Outras atividades de serviços (7,8%), Informação e comunicação (3,1%)
- Administração, defesa, saúde e educação pública e seguridade social (2,5%)
- Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%)
- Atividades imobiliárias (1,1%).
A variação negativa de 0,5% na Agricultura foi consequência de um ajuste de safra.
“O destaque é o crescimento de 2,4% no acumulado do ano, ante uma queda de 5,1% da Indústria e 5,3% dos Serviços”, informou o IBGE.
Consumo das famílias
Rebeca observou ainda que o consumo das famílias (65%), o que mais pesa pela ótica da despesa, teve expansão de 7,6%. Resultado que é muito parecido com o do PIB.
O indicador havia caído 11,3% no segundo trimestre, mas no terceiro, o consumo de bens subiu bastante, especialmente, bens duráveis e bens alimentícios da cadeia agroalimentar.
“O consumo de serviços teve crescimento, mas foi bem menor do que a queda anterior, pois as famílias não voltaram a consumir no patamar anterior à pandemia”, indicou.
Investimentos
Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) subiram 11%, mas neste caso também, o desempenho está relacionado à base de comparação com o segundo trimestre em que havia caído 16,5%.
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