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Pergunta que não cala: Sherlock Holmes existiu na vida real?

Debates nas redes sociais questionam a vida do famoso detetive

Por Isadora Jaron
16/10/20 - 09:58
Pergunta que não cala: Sherlock Holmes existiu na vida real? Um retrato de Sherlock Holmes na revista The Strand, em 1891 | Foto: Reprodução/Sidney Paget

Nas últimas semanas, as redes sociais foram tomadas por debates e questionamentos em relação a um personagem muito conhecido: Sherlock Holmes.

Tudo começou por causa do filme Enola Holmes, onde a protagonista, irmã do famoso detetive, conquista os cinéfilos. Ao pesquisar sobre a menina, eis a descoberta: ela nunca existiu na vida real! E então os questionamentos sobre Sherlock Holmes começaram a surgir.

Será que o maior detetive de todos os tempos existiu na vida real? O famoso personagem fictício foi criado no fim do século XIX, por Arthur Conan Doyle. Sherlock apareceu pela primeira vez em 1887, na revista Beeton’s Christmas Annual, na história Um Estudo Vermelho.

Muitos acreditam que por ser um personagem tão bem construído, com histórias semelhantes às da vida real, Sherlock Holmes realmente existiu. De acordo com a mestre em literatura, Deborah Simões, a relação entre literatura e realidade é discutida há séculos, com diferentes conceitos a partir do pensamento de “mímesis”, verossimilhança, autobiografia etc.

“Não é tarefa fácil desvincular a obra do autor. Fomos condicionados a procurar elementos da vida do escritor em seus livros. Nesse sentido, buscamos e inventamos realidade em personagens fictícios. Daí tantas pessoas, em pleno 2020, acharem que Sherlock Holmes, por exemplo, existiu “de verdade”. Podem ter existido homens com características semelhantes, com certeza. Afinal, literatura é um produto humano, ou seja, os personagens também”, explicou.

Deborah ainda explica que, de forma análoga, a literatura não retrata a realidade, mas a representa, como, por exemplo, quando nos deparamos com personagens que são parecidas com pessoas que conhecemos, mas não são elas e até com enredos que pensamos ter sido tirados das experiências dos autores, mas não são, necessariamente.

“Gosto de usar René Magritte, artista surrealista, para explicar a ideia acima. Ele propôs a pintura de um cachimbo com a frase “Isto não é um cachimbo”. Muitos podem questionar: se na tela havia justamente a imagem de um cachimbo, por que não era, de fato, um? Magritte tentou demonstrar ali que aquilo não era um cachimbo, mas a imagem de um cachimbo. Inclusive, afirmou que não seria possível pegar aquele cachimbo da tela e tragá-lo”, destacou.

Voltando a Sherlock, quanto há de ficção e realidade na memória do autor Arthur Conan Doyle? E nos leitores e expectadores que tornam reais um personagem fictício?

“A literatura, penso, não é apenas uma representação da realidade, mas, antes de tudo, sua amplidão. Na poesia, cabe muito mais do que cabe nos nossos dias. Isso eu aprendi com Manoel de Barros. Mas Gullar também já dizia: “A arte existe porque a vida não basta”. Sherlock existe nos livros, porque precisamos de um. E é um personagem que fala tanto sobre nós, sobre os nossos desejos, que tentamos torná-lo real”, finalizou Deborah.

Sherlock Holmes é tão famoso que está presente em quatro livros, cinco contos e já foi adaptado em várias peças teatrais, paródias, filmes, artigos e séries.

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