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Exclusivo: Itapemirim propõe comprar a NovaFaol, diz diretor da empresa de Nova Friburgo

Em entrevista ao Portal Multiplix, Alexandre Colonese falou sobre o futuro dos funcionários e sobre a continuidade do serviço de transporte coletivo

Por Kessia Coutinho e Bernardo Fonseca
08/07/21 - 15:00

Faltando apenas uma semana para o término da liminar judicial que garantiu a continuidade do serviço de transporte público em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, – após a NovaFaol ter comunicado à prefeitura que deixaria de operar no município, em abril – a futura concessionária, a Viação Itapemirim, ainda não possui frota de ônibus nem sede. As informações são do diretor da NovaFaol, Alexandre Colonese, que concedeu entrevista exclusiva ao Portal Multiplix na manhã desta quinta-feira, 8.

O diretor da NovaFaol confirmou ao portal que recebeu proposta da Itapemirim para comprar a empresa friburguense, incluindo os coletivos que já rodam no município. Entretanto, Alexandre Colonese disse que impôs alguns requisitos e ainda não houve acordo sobre a proposta.

“Ela (a Itapemirim) se colocou efetivamente com interesse na aquisição. Foi colocado para ela as nossas intenções, e a gente está aguardando se ela consegue nos dar o que a gente solicitou. E se ela nos der, vamos realizar o negócio”, disse.

Ainda segundo Alexandre Colonese, a Itapemirim tem até o dia 12 de julho para apresentar ao Executivo municipal uma relação de frota, o que estaria previsto no contrato emergencial.

A reportagem do Portal Multiplix procurou o Grupo Itapemirim, que disse, em nota, que segue no processo de transição para o início das operações do serviço de transporte coletivo de Nova Friburgo, e que está cumprindo todos os requisitos técnicos e operacionais exigidos pelo contrato. A empresa não confirmou se pretende comprar a NovaFaol.

Funcionários e representantes do Sindicato dos Rodoviários na entrada da NovaFaol, em 29 de abril, durante paralisação devido à indefinição sobre o futuro dos empregosFuncionários e representantes do Sindicato dos Rodoviários na entrada da NovaFaol, em 29 de abril, durante paralisação devido à indefinição sobre o futuro dos empregos | Foto: Bernardo Fonseca

De acordo com Alexandre Colonese, caso a Itapemirim adquira a NovaFaol, toda a operação da empresa será vendida. Dessa forma, a prestação do serviço de ônibus permaneceria, em um primeiro momento, como está, com a mesma frota e com os mesmos funcionários.

Atualmente, a empresa de Nova Friburgo possui mais de cem coletivos e cerca de 600 colaboradores. De acordo com Colonese, nenhum funcionário está de aviso prévio e todos estão trabalhando normalmente.

“Como houve essa tratativa, e essa tratativa é efetivamente a aquisição da empresa, obviamente isso está dando segurança aos meus funcionários. A gente não fez nenhuma demissão e não pretendemos fazer demissão”, afirmou.

O estabelecimento de uma sede é outra questão a ser resolvida pela Itapemirim até a próxima semana, já que a garagem da atual concessionária de ônibus, em Conselheiro Paulino, não pertence ao município nem à NovaFaol, mas é de propriedade de outra empresa.

Continuidade do serviço

No dia 4 de maio deste ano, a Justiça estadual concedeu liminar, a pedido da Prefeitura de Nova Friburgo, obrigando a NovaFaol a manter o serviço de transporte sendo prestado até o dia 15 de julho, mesmo sem contrato, sob pena de multa diária de R$ 100 mil por dia.

Mas, mesmo com a proximidade do término do prazo dessa liminar, o diretor da NovaFaol disse que não deixará a cidade na mão, e que manterá o serviço enquanto for necessário, caso a Itapemirim não consiga assumir o serviço nos próximos dias.

Prazo da liminar que garante continuidade do serviço de transporte público em Nova Friburgo termina dia 15 de julhoPrazo da liminar que garante continuidade do serviço de transporte público em Nova Friburgo termina dia 15 de julho | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

“A partir do dia 15 não há nenhum instrumento legal que diga a mim o que sou obrigado a fazer, mas digo à população de Nova Friburgo que, se houver uma outra empresa a substituir a Faol, a Faol vai parar. Mas, se não houver, a Faol vai continuar prestando o mesmo serviço, com as mesmas qualidades que vem prestando”, ressaltou.

Por outro lado, Alexandre Colonese disse que ainda não recebeu notificação judicial se haverá necessidade de prorrogação da liminar, e que a última vez que teve contato com a equipe da prefeitura foi quando protocolou a entrega do serviço ao município, em abril.

Circulação atual da frota

Desde 21 de maio, o decreto municipal nº 1.000, publicado pela prefeitura no Diário Oficial, obriga a empresa a manter toda a frota de ônibus em circulação, assim como todas as linhas e horários em operação.

Questionado pela reportagem do Portal Multiplix, Alexandre Colonese admitiu que não está cumprindo a determinação em sua integralidade, pois alega falta de usuários.

“A gente não está utilizando efetivamente 100% da frota”, disse. “Estamos utilizando uma frota que a gente entende que atende à demanda e numa frequência que a gente acha que é regular”, complementou.

Relação da NovaFaol com a prefeitura

A indefinição sobre o transporte público em Nova Friburgo se arrasta desde 2018, quando o contrato oficial do município com a empresa NovaFaol terminou. A prefeitura, na época, não realizou uma licitação a tempo.

Um acordo emergencial foi feito entre a empresa e o Executivo, e também houve a intervenção do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que intermediou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduto) com o objetivo de solucionar a questão.

Um edital foi elaborado e diversas tentativas de realizar a licitação foram feitas, mas acabaram sendo impugnadas após a NovaFaol ingressar na Justiça. A prefeitura precisou fazer diversos ajustes no documento, mas até 2020 não houve uma solução final.

Indefinição sobre o futuro do transporte coletivo em Nova Friburgo começou em 2018Indefinição sobre o futuro do transporte coletivo em Nova Friburgo começou em 2018 | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

O contrato emergencial em vigor desde 2018 foi encerrado e em 2021, sob nova gestão municipal, a prefeitura se recusou a estabelecer novo acordo temporário que atendesse às exigências da concessionária, como elevar a tarifa de R$ 4,20 para R$ 5,90.

A NovaFaol alegava que estava operando no vermelho com a diminuição de passageiros, devido à pandemia, e o aumento dos custos operacionais.

O Executivo alegou que somente após um estudo técnico sobre a realidade do transporte poderia firmar um novo contrato, o que motivou a empresa a comunicar que deixaria de operar na cidade.


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