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Há razões para acreditar em si mesmo - II

⁣⁣

Por Hamilton Werneck
19/07/21 - 11:50

Para superar os aspectos negativos citados no artigo anterior, vamos à reversão dessa situação, até para estabelecermos coerência com o título: como poderíamos iniciar a reversão desta situação que não é de agora e é histórica? Vamos recorrer à psicanálise e rever os famosos três “Cs”: criação, culpa e conserto.

Neste momento pandêmico é necessário acalmar e tranquilizar o professor e, nesse aspecto, rever os “Cs” que a psicanálise considera, pode ser muito útil para esclarecer muitas questões e trazer de volta a este profissional, imprescindível em qualquer sociedade, maior segurança, autoestima e força pessoal para enfrentar os problemas.

Faço a primeira pergunta: foi você que criou o coronavírus? A sua resposta será negativa, até por parte dos professores de biologia. Então já descartamos um dos “CS”. Segunda pergunta: você é culpado pela disseminação deste vírus? A resposta da absoluta maioria será negativa porque os professores geralmente compreendem e têm responsabilidade provocada pelos conhecimentos científicos, usam máscara quando necessário, mantendo distanciamento social e seguem os protocolos de higiene. Descartamos o segundo “C”. Resta o terceiro, sobre o conserto e, neste, uma parte é de nossa responsabilidade. Levar a internet até a divisa de um município com outro, prover meios eletrônicos de comunicação à distância, criar bandas largas dentro da tecnologia de comunicação é uma obrigação dos gestores públicos e das grandes empresas envolvidas com esta tecnologia, não será essa a obrigação dos professores. No entanto, aprender a ministrar aulas à distância, usando o computador ou o celular, iluminar adequadamente o ambiente, criar um cenário, usar linguagem própria de uma comunicação, sem a presença física dos alunos, avaliar à distância e aprender que é possível saber se o aluno fez a tarefa ou não, são obrigações nossas. Pode ser que a escola tenha de organizar um ambiente para gravação, mas você será o ator, neste momento. Pode ser que você, seguindo as orientações da escola, consiga desempenhar as tarefas a partir de sua casa. Há, portanto, algo que nos diz respeito e se for aprendido o mais rápido possível promoverá um up grade em sua carreira de magistério. Esta aprendizagem é, apenas, o primeiro passo porque as torres de 5G já começaram a ser instaladas. Em Rondonópolis, Mato Grosso, foi inaugurada uma, desde o início da segunda quinzena de maio de 2021. Esta tecnologia que iniciamos, apesar do mundo desenvolvido já estar convivendo com 6G, trará transformações em todos os modos de comunicação, inclusive entre escolas e pais, professores e alunos, direções pedagógicas e equipes de ensino e plataformas.

Até aqui você leu e desenvolveu uma dúvida: seria este articulista um teórico, só escreve e não pratica, será que conhece as escolas do campo, da cidade e os alunos que hoje temos? Meu caro colega, adoro o magistério tanto quanto você. Comecei a lecionar em classes multisseriadas, conheço o ambiente das escolas particulares e públicas, fui secretário municipal de educação, conselheiro em alguns conselhos de educação, inclusive no Conselho de Educação do Estado do Rio de Janeiro, lecionei em escolas públicas e particulares pela manhã, à tarde e à noite e, além disso, consegui um tempo de voluntariado em TV a cabo que, somados, chegam aos dez anos de experiência. O resultado, diante da atual pandemia, foi uma rápida transformação de meu escritório em estúdio porque aprendi a organizar cenário, trabalhar com câmera e iluminar ambiente. Com quem aprendi? Com os funcionários dos canais em que fui voluntário. Uma semana antes de escrever este artigo, gravei para uma grande universidade, num de seus campi, na cidade de São Paulo. Foram duas gravações ao estilo TED. Fiz uma live para a cidade de Porto Nacional em parceria com o Sebrae do Tocantins que reuniu 900 professores no chat, envolvendo os estados do Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Pará. Gravei uma entrevista para um canal de TV, canal aberto, para veiculação em programa dominical com duração de dez minutos, o que significa um tempo invejável numa TV. Para melhorar sua autoestima, sua competência e a capacidade de lidar com situações complexas você precisa aprender tudo isso como condição de melhorar o conceito da sociedade a seu respeito, criar condições de ter um salário melhor e ser um profissional adequado às exigências deste século.

Mas, com quem aprender, se não resido numa cidade grande? Pois bem, vou para o interior e mostro a você que lá, apesar de ser um lugar distante de um grande centro, há quem filme ou tire fotos em casamentos, batizados, festas de quinze anos. Estas pessoas, cinegrafistas ou fotógrafos, mesmo que não tenham feito curso de comunicação social, sabem iluminar, lidar com câmera e preparar um cenário.

Aprenda com eles. Mas, se você trabalhar numa escola de uma capital ou cidade com um contingente populacional expressivo e houver vontade de ajustar o ensino a uma modernidade ou exigência do momento, com a provocação de um ensino à distância, saiba que não é complicado.

Os professores de educação artística da escola poderão organizar cenários altamente criativos. Eles sabem fazer, eles sabem criar. Todo o corpo técnico que lida com plataformas saberá iluminar um estúdio e ensinará a você como se trabalha diante de uma câmera.

Tudo isso trará uma nova fase para o ensino desta escola e quando você dominar estas novas tecnologias poderá sentir-se vitorioso, feliz e realizado.

Não fiz uma exposição teórica. Tudo o que propus, já fiz e ainda faço.

Concluo esta nossa conversa com dois exemplos de avaliação à distância, em estados diferentes e em circunstâncias diferentes. Todos ao final de 2020.

O primeiro fato ocorreu na cidade de Taquara, Rio Grande do Sul, onde muitos alunos residiam no campo. Era uma escola particular e confessional, dirigida pelos adventistas. Uma professora de artes na pré escola que me assistira numa formação remota para toda a educação adventista do Rio Grande do Sul, fez contato, recebeu orientação e executou a tarefa. O conteúdo geral era “O QUINTAL”. Ela orientou os alunos a usar as folhas de papel A4 enviadas pela escola, sair para o quintal da casa e fazer um desenho qualquer, conforme a inspiração de cada um, usando tintas da natureza. Nada de caneta ou lápis, nada de lápis cera ou outras tintas. Só o que fosse colhido na natureza. Recebeu os desenhos quando estes materiais foram devolvidos à escola. Disse-me esta docente que sentiu uma felicidade enorme. Deu certo e ela tem desenhos para uma exposição quando voltarmos ao presencial.

O segundo fato ocorreu na região rural da cidade piauiense de Dirceu Arcoverde. Foi na escola do Capim, dirigida pela professora Kátia, onde a professora de geografia, chamada Raimundinha solicitou que os alunos gravassem vídeos sobre a paisagem clímato-botânica do entorno de suas residências. Surgiram vídeos e alguns alunos foram os protagonistas, quiseram ser repórteres, descreveram o ambiente, mostraram à distância que compreenderam as aulas, por sua vez, ministradas à distância.

Em Dirceu Arcoverde, estávamos numa região rural. Taquara é uma cidade distante cem quilômetros de Porto Alegre.

Professor, professora, confiem em si mesmos. É possível melhorar, transformar, fazer um up grade profissional e ser mais feliz nesta profissão que amamos de paixão.


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