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Vereador Federal Jair Bolsonaro

O Capitão está em vias de inaugurar um novo tempo no Brasil

Por Conrado Werneck Pimentel
31/05/21 - 14:59

Tem caído muito bem termo utilizado por alguns perfis nas redes sociais – o de “Vereador federal” – para se referir ao Presidente da República. Jair Bolsonaro vem trabalhado para inaugurar um novo tempo no país – onde cargos públicos não tem mais a relevância de outrora, muito menos a responsabilidade e o simbolismo do cargo. Vejamos.

Ao acompanhar a agenda de Jair Bolsonaro – aquele que ocupa o cargo máximo do país – podemos constatar o incrível papel que ele desempenha e como sua agenda é importante para a promoção do país e, claro, no combate à avassaladora pandemia de Covid-19 que ainda nos assola. A agenda do Vereador Federal vem sendo ocupada por inaugurações de pontes e praças, presença em formaturas de militares e simpáticos, simbólicos e demorados acenos a motoristas à beira de rodovias. Agendas de importância máxima no acúmulo de mais de 450 mil óbitos decorrentes da pandemia da Covid-19.

Há quem ache que isso tudo não passe de uma jogada eleitoral antecipada, quando o exímio Vereador Federal, nesta agenda, se reúne com militares, policiais rodoviários federais ou políticos de influência duvidosa. Tanto quanto há aqueles que achem que estas são as famosas “cortinas de fumaça” para desviar o foco do que realmente importa. Mas, nada disso importa, no fundo. É o que é: Jair Bolsonaro usa de sua intempestividade e autoritarismo para fazer o que bem entender no cargo que ocupa. Literalmente o poder subiu-lhe a cabeça. Acha que pode tudo contra todos.

Como já escrito por este colunista aqui, ocupante do cargo da Presidência da República gostaria de voltar ao Brasil de 50 anos atrás – ou seja, 1970, os anos de chumbo; trocando em miúdos, Bolsonaro acha que democracia, mesmo, era na era pré-constituição cidadã de 1988. Os tempos de exceção que tantos aludem como bons tempos onde não havia violência ou corrupção é o que aperta de saudade o coração do Presidente (sic). Ao mesmo tempo, como já dito no início desta coluna, o Vereador Federal está em luta constante para inaugurar um novo tempo no país. O híbrido é macabro: retomar o que havia de pior no país com o que pode ficar pior ainda.

A mais recente investida do Vereador Federal contra a Constituição de 1988 foi reclamar de que não há, nela, pena para abuso de crianças. Não nos enganemos: não é obliteração ou ignorância do Vereador máximo da República, mas um projeto. Por ele, teríamos penas bárbaras como apedrejamento, mutilações ou castrações contra abusadores de criança, estupradores, gays e lésbicas dentro da Constituição, e não um Código Penal com respeito aos Direitos Humanos. Afinal de contas, seu ímpeto autoritário é teocrático (“Só Deus me tira daqui”), retrógrado, fundamentalista e, como se não bastasse (como de praxe no Brasil), também miliciano, posto que é anti-hierárquico, antidemocrático, antiético. Vide o tratamento que Jair Bolsonaro dá as Forças Armadas Brasileiras. O cala-boca não morreu: vetou qualquer nota pública das FFAA quanto a participação do ex-ministro da Saúde, General Pazuello, em ato político – o famoso motocídio, ocorrido na orla da Zona Sul do Rio de Janeiro. Oficialato bom para o Vereador da República é oficialato obediente, que não usa de suas faculdades mentais para questionar o certo e o errado, onde não há impessoalidade no exercício do cargo e a política é baseada no amiguismo, como a tentativa de criar uma Abin paralela ou, o que se tem investigado durante a CPI da Covid, a criação de um Ministério da Saúde paralelo no combate à pandemia – à parte de toda e qualquer legalidade de trâmites republicanos.

Afinal de contas, o que esperar de um Vereador Federal? Proponho um esforço a mais: a República Federativa do Brasil tem mais de 5000 municípios. É completamente inviável que o único vereador federal que temos em solo brasileiro consiga dar conta de tantas cidades. Como ele seria capaz de conseguir vacinas para milhões de brasileiros e brasileiras para uma doença que já existe cura? Em que pese sua agenda movimentada (há dias em que o cidadão trabalha mais de 5h por dia, sejamos compreensivos), a empatia é bem-vinda: não há como ter coordenação das políticas públicas mais importantes neste momento – saúde pública, renda básica universal, aceleração na vacinação – como, até agora, aparentemente, ele não foi informado (ou não teve tempo de se debruçar sobre tamanha complexidade) sobre medidas não-farmacológicas do enfrentamento à pandemia, como uso de máscara e evitar a promoção de aglomerações e distanciamento social físico. Mas, não nos preocupemos: seu projeto teocrático miliciano continua a todo vapor, o arrebatamento já está acontecendo e o Messias (às avessas) já está entre nós.


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