Todos os sabores da viagem

Itália, Portugal, França, Suíça. Macarrão, bacalhau, queijo, chocolate. Quando você ouve o nome de algum país, você pensa logo em comida? Tudo bem. Não é novidade que a gastronomia seja um dos fatores decisivos na hora de escolher um destino para viajar. De acordo com pesquisa da Booking (aplicativo de reserva de hotéis), 75% dos viajantes pelo mundo gostariam de escolher um destino levando em consideração a gastronomia.

A Organização Mundial do Turismo afirma que a comida, no quesito atrativo, está atrás somente dos fatores cultura e natureza. Mas não significa que se trata apenas do alimento, e sim, da experiência de degustação e da possibilidade de inserção cultural, já que a gastronomia revela muito sobre os hábitos de um povo. Um administrador esperto consegue ir além, vislumbrar mais do que isso: entende que a gastronomia pode ser um forte potencializador turístico de uma cidade, região – e até de um país inteiro.

É o que acontece em Nova York, onde o setor turístico NYCGo tem foco extensivo em alimentação, usando material estilo revista para apresentar restaurantes, tendências gastronômicas, eventos e peculiaridades, que fazem a cena de jantar tão famosa em todo o mundo. Este tipo de conteúdo ajuda – e muito – a promover a autenticidade e a identidade única de um lugar. E, claro, incentiva os usuários a planejar as viagens. Não se trata apenas de recomendar ou anunciar restaurantes, mas de inspirar os turistas a uma boa experiência gustativa e fortalecer o mercado local. Até porque, turista bem-tratado retorna.

A tendência também chegou ao Brasil. Florianópolis hoje está entre as 18 cidades no mundo que fazem parte da lista de “Cidades Unesco da Gastronomia”, um seleto grupo composto por 116 membros de 54 países, abrangendo sete áreas criativas: artesanato e arte popular, design, cinema, gastronomia, literatura, música e artes.

Pensando nisso, fica a pergunta: qual seria o prato tradicional, o forte gastronômico de Nova Friburgo? A truta, a couve-flor, o chocolate, a culinária apreendida dos colonizadores alemães, libaneses, italianos, suíços? Deixar à tona a regionalidade de um destino através da culinária local é uma das formas mais eficazes de valorizar a singularidade e proporcionar a exclusividade de uma viagem. O paladar é uma das vivências mais marcantes para um turista, então, é preciso dar a devida atenção à experiência da gastronomia. Boas práticas de marketing digital e um trabalho elaborado de pesquisa de identidade são essenciais para se construir um destino gastronômico e transformá-lo num protagonista das viagens de turismo.