Senado quer inserir motoristas de aplicativo no auxílio emergencial do covid-19
Outros segmentos também podem ser beneficiados com o auxílio emergencial de R$ 600, apelidado de “coronavoucher”; veja quem entraria na lista
01/04/20 - 18:02
Após aprovar a renda auxiliar de emergência de R$ 600 para trabalhadores autônomos e informais, devido à pandemia do novo coronavírus, que será pago por três meses pelo governo federal, senadores querem ampliar a medida para outras categorias.
Agora, o novo projeto quer inserir também o pescador artesanal profissional e o aquicultor; o cooperado ou associado em cooperativa da agricultura familiar; o cooperado ou associado em cooperativa ou associação de catadores e catadoras de materiais recicláveis.
Taxistas, mototáxis e motoristas de aplicativos; motoristas de transporte escolar; caminhoneiro; trabalhadores das artes e da cultura; e comunidades indígenas também devem ser incluídos na proposta.
De acordo com o senador Esperidião Amin (PP-SC), relator do novo projeto, a apresentação da nova proposta vai depender da sanção, pelo governo federal, do projeto aprovado ontem, 31.
Motorista de aplicativo vê com bons olhas o benefício
As incertezas em relação à economia e aos próximos meses de pandemia levam preocupação aos trabalhadores, entre eles, os que precisam diretamente do público para obter sua renda.
Para José Junior, motorista de aplicativo em Teresópolis, a inserção da categoria no projeto será bem-vinda, já que a grande maioria não paga o carnê do INSS e não tem registro como microempreendedor individual.
“Quem tem o MEI do motorista de aplicativo, quem paga o INSS e quem tem Bolsa Família já vai receber. Mas a grande maioria dos motoristas de aplicativo não tem nada disso, então vem em boa hora”, destacou.
Ainda segundo José, a pandemia reduziu bastante o número de viagens realizadas, assim como o lucro obtivo com as corridas.
“Fazíamos de 15 a 30 viagens por dia, em 10 a 14 horas de trabalho. Hoje, rodamos o mesmo tempo e estamos fazendo menos de 50% dessas viagens, com média de 8 a 12”, explicou.
José ainda disse que a pandemia atingiu três faixas de motoristas de aplicativo: os que trabalham com carro alugado, os que pagam a prestação do veículo e os quitados. Boa parte dessas pessoas tem outros gastos com família, escola, combustível, mercado e sem a ajuda do governo, muitos não vão conseguir suportar e arcar com as contas.
“Tem motorista agora trabalhando com duas operadoras. Ainda temos muitas viagens de idosos, então vamos levando. A orientação é trabalhar com as quatro janelas abertas, fazer a higienização do carro e outras seguranças. Quem não tem dívida e carro quitado, fica mais fácil”, finalizou.