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Em duas semanas, Nova Friburgo teve dois casos de falsos profissionais

Uma mulher realizou atendimentos como psicopedagoga e outra se passou por agente da Polícia Federal. Entenda quais crimes foram cometidos e como denunciar

Por Matheus Oliveira
27/10/21 - 12:20
Em duas semanas, Nova Friburgo teve dois casos de falsos profissionais Nas duas últimas semanas, Polícia Civil de Nova Friburgo prendeu falsa psicopedagoga e falsa policial federal | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

Nas últimas semanas, duas mulheres foram presas em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, acusadas de se passarem por quem não eram, exercerem profissões que não estavam habilitadas ou que não tinham formação.

Os episódios levantam questionamentos sobre o que motivou as duas, quais crimes elas podem responder criminalmente e como a população pode evitar ser enganada por falsos profissionais.

O caso mais recente foi o de uma mulher de 48 anos, presa na segunda-feira, 25, no bairro Jardim Califórnia, pelo crime de extorsão, ao se passar por uma policial federal, usar distintivo falso e pedir dinheiro a um comerciante da cidade.

Na semana anterior, uma jovem de 21 anos também foi detida no distrito de Conselheiro Paulino, fingindo ser uma psicopedagoga e exercendo ilegalmente a profissão, incluindo o atendimento a crianças com algum tipo de deficiência.

Entenda os casos

Segundo o delegado titular da 151ª Delegacia de Polícia, Henrique Pessoa, a mulher que se passou por policial federal não foi presa em flagrante e responderá, em liberdade, pelo crime de extorsão.

“A mulher se passou por uma falsa agente federal e exigiu dinheiro de um empresário local do ramo de produtos eletrônicos. Ela usava um distintivo falso, mas que assustava quem era leigo”, afirma o delegado.

Ainda segundo o chefe da delegacia de Nova Friburgo, a vítima suspeitou da ação e fez a denúncia. “Recebemos a denúncia e chegamos até a suspeita pelas postagens feitas por ela nas redes sociais”, relata.

Já a falsa psicopedagoga, de acordo com Henrique Pessoa, foi presa em flagrante por exercício ilegal da profissão, exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.

“Ela já era objeto de uma investigação, nós recebemos a requisição do Ministério Público e, em razão destes crimes, ela já teve a prisão preventiva decretada”, explica.

O delegado orienta que a população busque referências e confirme se um profissional está apto para exercer uma determinada profissão.

Crimes que a pessoa pode responder

O advogado Júlio Reis afiram que quando uma pessoa se vale de uma identidade ou de um cargo para obter uma vantagem indevida, é crime, mas a penalidade varia dependendo das circunstâncias.

“Já vi a tipificação de falsidade ideológica ser excluída quando a pessoa diz que ocupa um cargo que não tem licença, mas não muda sua identidade. O réu também pode responder por crime de falsificação ou uso de documento falso. E se este documento for usado para obter algum benefício, a pessoa pode responder por estelionato”, exemplifica.

Casos devem ser registrados na delegaciaCasos devem ser registrados na delegacia | Foto: Arquivo/Frank Martins

Júlio destaca que a vítima pode processar quem aplica o golpe. O primeiro passo, é denunciar o fato na delegacia para que o inquérito seja aberto, os policiais investiguem e, caso o crime seja comprovado, o Ministério Público entra com uma ação penal contra os supostos golpistas.

Ainda de acordo com o advogado, na esfera civil, a vítima pode procurar um advogado e propor uma ação indenizatória contra o réu. “A ação pode ser material e também por danos morais”, revela Júlio.

O que motiva uma pessoa a se passar por alguém que não é

Para o psicólogo Geovane Corrêa, o fato de as mulheres presas terem mudado de profissão, e não de identidade, mostra, em um primeiro momento, que elas não possuem distúrbios psicológicos. E que essas ações estão mais ligadas a questões sociais e estruturais de nosso país, agravadas pela pandemia.

"Não tenho os detalhes dos processos, mas não parece ser uma questão psicológica. Uma hipótese a ser considerada é se a falsa psicopedagoga acreditava que tinha todas aquelas formações que dizia ter. Neste caso, ela pode ter algum distúrbio. Mas, aparentemente, na minha opinião, é uma questão mais social, em um país que convive com desemprego alto e fome", afirma Geovane.

"Na psicologia analítica, falamos das máscaras que assumimos para nos adaptar socialmente, o que chamamos de 'persona'. E essa linha de pensamento pode ajudar a entender a necessidade de alguém dizer que possui vários diplomas que não existem ou passar uma sensação de poder com um distintivo falso. Mas, na minha opinião, não acredito que os casos (relatados) sejam uma questão de personalidade", conclui o psicólogo.

Veja outras notícias da Região Serrana do Rio no Portal Multiplix.


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