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Um mês depois, infectologistas ainda divergem sobre fim da obrigatoriedade de máscaras no RJ

Mas especialistas são unânimes em apontar a urgência de vacinar crianças e aplicar dose de reforço contra a Covid-19

Por Bernardo Fonseca
03/04/22 - 07:00
Um mês depois, infectologistas ainda divergem sobre fim da obrigatoriedade de máscaras no RJ No Centro de Nova Friburgo, uso de máscara nas ruas ainda é comum | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

O decreto do governo estadual que acabou com a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados completou um mês neste domingo, 3 de abril. Porém, a decisão ficou a cargo de cada município e, nesse período, 13 das 17 cidades da área de cobertura do Portal Multiplix tornaram opcional o uso do item de proteção.

Na época da decisão do estado, alguns infectologistas consideraram a medida precipitada, pois havia o risco de um repique de casos da Covid-19, já que a liberação veio uma semana após o Carnaval. Mas isso não ocorreu.

Há três semanas que o Mapa de Risco da doença, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), classifica o estado do Rio de Janeiro na bandeira verde, de risco muito baixo para a Covid.

Búzios, na Região dos Lagos do Rio, foi uma das primeiras cidades a liberar o uso de máscarasBúzios, na Região dos Lagos do Rio, foi uma das primeiras cidades a liberar o uso de máscaras | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

Nesse período, o número de internações pela doença caiu 68,3% e os óbitos diminuíram 68,2%, segundo a SES. O índice de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria também caíram no estado, para 23% e 17%, respectivamente.

Outro dado importante, de acordo com a secretaria estadual, é que, atualmente, a cada 100 testes realizados, apenas dois dão positivo no estado do Rio.

Avaliação dos infectologistas

Para o infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), André Ricardo Araújo da Silva, a decisão do governo estadual foi acertada.

Segundo ele, o fim da obrigatoriedade do uso de máscara se deu com base em critérios técnicos, fundamentado na avaliação de especialistas, que consideraram alguns parâmetros, como ocupação de leitos e taxa de positividade dos testes da Covid, para tomar a decisão.

A gente segue com níveis baixos de contaminação, não impactou no número de óbitos e hospitalizações, pelo contrário. Portanto, foi uma decisão acertada. O momento é favorável.

Já para a infectologista Délia Engel, de Nova Friburgo, a liberação de máscaras em locais fechados foi precipitada porque ainda há espaço para aumento do número de casos novamente, a exemplo do que ocorre neste momento em alguns países como a China e a Alemanha.

“Em relação a ambiente fechado, minha opinião é de que o uso de máscara deve ser mantido porque a pandemia não terminou. Esse é um aspecto que deve ser compreendido, mesmo sabendo que estamos todos cansados”, orienta.

Futuro da pandemia

Para André, o vírus vai continuar circulando e a população vai ter que se acostumar. Por isso, ele defende que não há motivo para grandes restrições se os casos subirem e as hospitalizações e óbitos ficarem baixas ou estáveis, sem impacto nas formas graves da Covid-19.

"Em alguns momentos, em alguns países, vão acontecer pequenos surtos localizados, provavelmente ligado à sazonalidade da estação do ano, e as pessoas vão conviver com isso, como sempre conviveram com outras viroses respiratórias", avalia.

Mas, mesmo que o governo permita andar por aí sem máscara, André sugere o uso do item de proteção em locais totalmente fechados que tenham aglomeração.

Ainda segundo o médico, idosos e pessoas imunossuprimidas – como pacientes em tratamento de alguma doença, por exemplo – também devem manter a máscara no rosto.

A médica Délia Engel concorda com a avaliação:

Use máscara onde não for possível manter distanciamento social, como nos transportes públicos, porque você estará protegendo quem não pode tomar a vacina e quem por idade avançada ou por uso de medicações responde pior aos imunizantes.

Os dois infectologistas avaliam que, no momento, a principal estratégia de combate ao vírus continua sendo vacinar quem ainda não foi imunizado, e aplicar a dose de reforço em quem já pode recebê-la.

Crianças com mais de 5 anos precisam ser vacinadas contra a Covid-19, avaliam infectologistasCrianças com mais de 5 anos precisam ser vacinadas contra a Covid-19, avaliam infectologistas | Foto: Divulgação/Prefeitura de Teresópolis

“Hoje, estamos em um momento de calmaria, podemos dizer assim. Daqui a duas semanas tudo pode mudar. (...) A vigilância através de testes não pode parar e precisa ser uma política de Estado bem coordenada. E não podemos esquecer que as crianças até 5 anos ainda não foram vacinadas e muitos ainda não receberam a terceira dose”, conclui Délia Engel.

Veja outras notícias das regiões Serrana e dos Lagos do Rio no Portal Multiplix.


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