Saúde: como a fé no tratamento pode aumentar as chances de melhora

A tradição popular sempre nos disse que acreditar que vai dar certo já é metade do sucesso. Uma pesquisa do Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo, comprovou essa teoria. O trabalho, que se debruçou sobre quase 250 artigos de todo o mundo, concluiu que a prática regular de qualquer atividade religiosa ou manifestação de fé pode reduzir o risco de morte em 30%. Acreditar no tratamento, no médico, em si mesmo e na recuperação é extremamente importante e pode ajudar, e muito, a curar os pacientes.

Ter uma religião, segundo a pesquisa, promove o bem-estar psicológico, menos pensamentos e comportamentos suicidas, menos consumo de álcool e drogas e um maior incentivo a hábitos saudáveis. Quando falamos de fé, nossa primeira associação é sempre com a religião, mas a crença no tratamento e o estado psicológico positivo que ela causa não necessariamente precisam estar ligados a uma igreja.

Para o pediatra e homeopata de Nova Friburgo, Milton Pacheco, a fé é grande parte do sucesso do tratamento: “Já atendi mais de 300 mil pessoas em meus anos como médico. Quando um paciente está imbuído em uma energia de autoconfiança ou de confiança na terapia que vai receber, o tratamento é muito mais eficaz. No meu consultório já cuidei de pessoas com doenças simples, mas que não melhoraram porque não acreditavam que iam se curar. E já cuidei de pessoas com doenças gravíssimas que sobreviveram porque tiveram muita confiança no tratamento”, afirma o médico.

A neouropsicóloga Mariana Guida também acredita que a fé ajuda muito no tratamento da depressão e das demais doenças tratadas pela psicologia. “Quando um paciente não tem nenhuma fé é muito difícil até que ele consiga manter o tratamento até o final, porque ele não acredita. Pacientes que têm uma religião, principalmente, seguem melhor os tratamentos, mantêm um estado de ânimo, acreditam que vão se curar e melhoram, em grande parte dos casos”, relata a psicóloga.

Quem já enfrentou uma doença grave como o câncer sabe como é importante se manter confiante mesmo diante de todos os efeitos colaterais do tratamento. Para a professora Maria Goretti Zanon, moradora de Cantagalo, além do tratamento médico, ter uma religião foi decisivo para conseguir a cura da doença. “Há dois anos fui diagnosticada com câncer de mama e há um ano estou curada. Passei por cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Durante o ano de tratamento, eu tinha certeza que Deus estava do meu lado. Minha fé fez toda diferença para eu continuar o tratamento e vencer a doença”, contou a professora católica.