A exemplo de Gugu, saiba como ser um doador de órgãos

O apresentador Gugu Liberato teve a morte confirmada na última sexta-feira, 22 de novembro, em Orlando, nos Estados Unidos, após cair de uma altura de quatro metros em sua casa e fraturar a cabeça.

A morte repentina de um dos principais apresentadores de TV do Brasil causou grande comoção e repercussão. O incidente, porém, levantou um assunto importante: a doação de órgãos.

De acordo com a assessoria de Gugu, ele já havia manifestado aos familiares o desejo de ser um doador de órgãos, anteriormente. Quando o acidente ocorreu e a morte encefálica foi constatada, a família autorizou o procedimento.

De acordo com a Aliança Brasileira de Doação de Órgãos e Tecidos, um paciente que sofre morte encefálica pode salvar mais de 20 vidas sendo doador. Mas esse número pode ser ainda maior, como no caso do apresentador, em que até 50 pessoas podem ser beneficiadas.

Mas o que seria a doação de órgãos? De acordo com a definição, é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão ou tecido de uma pessoa doente por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto. Na prática, pode ser caracterizado como um ato nobre que pode salvar vidas.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes, ocupando o segundo lugar na lista dos países que mais transplantam no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Possui ainda o maior sistema público de transplantes do planeta, já que, atualmente, 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar da excelente colocação brasileira no ranking, a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) informou, em seu último levantamento, que 36.468 pacientes ainda estão na lista de espera. Isso porque o país ainda não conta com um número expressivo de doadores.

Como ser doador

Para ser um doador, basta comunicar a sua família. Segundo o Ministério da Saúde, pela legislação brasileira, não há como garantir efetivamente a vontade do doador. Contudo, na maioria dos casos, quando os parentes sabem desse desejo, ele é respeitado.

Em alguns casos, a vontade do doador também pode ser aceita caso tenha sido expressamente registrada em uma decisão judicial.

A doação só poderá ser realizada, no caso de paciente em morte encefálica, se houver autorização de um familiar, como previsto em lei. Se os familiares não autorizarem, a doação não poderá acontecer.

Tipos de doador

Os doadores são classificados em dois tipos: o vivo e o falecido. O primeiro é destinado as pessoas que concordem com a doação, sem que isso prejudique a própria saúde. Quando o doador ainda está vivo, ele pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão.

O segundo tipo são pacientes com morte encefálica, vítimas de um traumatismo craniano ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A lei federal número 9.434 estabelece que a doação de órgãos pós morte só pode ser feita quando for constatada a morte encefálica. Ainda de acordo com a norma, no caso de morte sem assistência médica, de óbito em decorrência de causa mal definida ou de outras situações nas quais houver indicação de verificação da causa médica da morte, a remoção de tecidos, órgãos ou partes de cadáver para fins de transplante somente poderá ser realizada após a autorização do patologista do serviço de verificação de óbito responsável pela investigação e citada em relatório de necropsia.