500 vidas perdidas para a pandemia: Nova Friburgo perto de alcançar a triste marca
Município vive o pior momento da crise de saúde; ontem, Brasil chegou às 400 mil vítimas da Covid

Era dia 15 de abril em Nova Friburgo, ano de 2020. Pouco mais de um mês após o primeiro caso confirmado da Covid-19, o município registrava a morte do primeiro friburguense vítima da doença. Tratava-se de um homem, de 81 anos, com comorbidades, morador do bairro Duas Pedras.
Hoje, sexta-feira, 30 de abril de 2021, cerca de um ano depois, a cidade se aproxima da triste marca dos 500 óbitos por Covid. O último boletim da prefeitura, que saiu ontem à noite, contabiliza 494 mortes pela doença. Eram mães, pais, avós, avôs, filhas e filhos, amigos e vizinhos que se foram para sempre. E, o pior, a cidade segue vivendo o auge da pandemia do novo coronavírus.
Cerca de metade dos enterros nos dois principais cemitérios do município, o São João Batista, no Centro, e o Trilha do Céu, na Fazenda da Laje, durante a primeira quinzena deste mês, foi de vítimas da Covid.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que além do mês de abril ser o mais mortal, do dia 1º de janeiro deste ano até ontem, foram 273 mortes provocadas pela doença em Nova Friburgo, ou seja, mais do que o total de vítimas da pandemia na cidade em todo o ano passado.
Essa realidade coincide com uma marca igualmente impactante. Em todo o Brasil, são mais de 400 mil vidas perdidas desde o início da crise de saúde. A marca foi atingida ontem, de acordo com números do consórcio de veículos de imprensa.
Tragédia é maior do que se pensava
A situação atual da Covid em Nova Friburgo também supera as estimativas mais pessimistas. Em abril do ano passado, o então vice-prefeito e secretário de Saúde Marcelo Braune, relatou à imprensa que o governo estadual estimava até 400 vítimas da doença no município.
A marca de 500 óbitos, que deve ser atingida nesta sexta, também ultrapassa o número oficial de mortos na cidade após a tragédia das chuvas de 2011. Na ocasião, foram 442 vidas que se foram.
A saída da pandemia depende de todos
Com os leitos de enfermaria e de UTI para Covid da rede pública de Nova Friburgo quase sempre no limite, e com realidade similar na rede privada, mais uma vez torna-se indispensável que todos os friburguenses se esforcem para que o ritmo de contágio diminua.
A vacinação – principal ferramenta para conter os casos graves da doença – segue a passos lentos, como em todo o país. Nesta semana, ainda estão sendo vacinadas pessoas de 63 e 64 anos. Mas não basta contar só com os imunizantes, já que o ritmo em que novas doses chegam à cidade é imprevisível.
Além de que todas as faixas etárias previstas sejam vacinadas o mais rápido possível, para conter a Covid é preciso que todos os cidadãos usem máscara, evitem sair de casa e tentem manter ao máximo o distanciamento social, como orientam há mais de um ano as principais organizações de saúde do país e do mundo.
Quanto ao poder público, é necessário que a vacinação seja acelerada, que a ciência seja priorizada, que haja fiscalização efetiva do cumprimento de normas de prevenção e que a estrutura adequada para o funcionamento de unidades de saúde e hospitais possa ser garantida.
Sem o comprometimento de todas as esferas de governo, dos friburguenses e dos brasileiros, será difícil, como alertam diversos especialistas, evitar que uma tragédia de proporções ainda maiores ocorra, especialmente num momento em que novas variantes da Covid surgem a todo tempo e a pandemia segue descontrolada no Brasil.
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