Jaguatirica encontrada em Trajano de Moraes com cerca de 30 projéteis pelo corpo volta à natureza
Animal foi resgatado pelo Instituto BW e ficou em recuperação por algumas semanas em Araruama

Uma jaguatirica, Leopardus pardalis, que havia sido resgatada em Trajano de Moraes, na Região Serrana do Rio de Janeiro, em abril, com cerca de 30 projéteis de chumbo espalhados pelo corpo, se recuperou e voltou à natureza na última sexta-feira, 6, graças ao trabalho do Instituto BW.
A soltura do animal foi feita em parceria com as guardas ambientais de Trajano de Moraes e de Saquarema, com apoio do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), por meio da Gerência de Fauna (Gerfau).
A jaguatirica passou por reabilitação em uma das unidades do instituto, em Araruama, na Região dos Lagos.
A escolha do local da soltura contou com o auxílio e a expertise da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), em um ponto estratégico que não foi divulgado por questões de segurança para o animal.
A coordenadora de veterinária do Instituto BW, Paula Baldassin, celebrou a soltura em um momento simbólico:
Nossa fauna precisa de cuidados, e a soltura desse animal, nessa Semana do Meio Ambiente, tão emblemática, significa uma segunda chance para todos. Precisamos respeitar o ambiente em que os animais selvagens vivem. Por eles e por nós também.
Entenda o caso
No dia 15 de abril, o BW foi acionado pelo Inea para prestar apoio técnico no atendimento emergencial à jaguatirica, capturada por moradores de Trajano e encaminhada pela equipe da Guarda Municipal ao Centro de Reabilitação de Animais Selvagens (Cras) do Instituto BW, em Macaé.
Por conta da severidade do caso, após chegar à unidade de Macaé, o animal foi transferido para o Cras do instituto em Araruama.
Animal apresentava uma fratura, espinhos de ouriço no pescoço e cerca de trinta projéteis pelo corpo | Foto: Divulgação/Instituto BW
O animal é um macho adulto, que apresentava uma fratura em processo de consolidação na pata dianteira, espinhos de ouriço na região do pescoço e cerca de 30 projéteis espalhados principalmente na região ventral, possivelmente em decorrência de uma armadilha conhecida como "trabuco":
O processo de reabilitação teve início com a retirada dos espinhos de ouriço e posteriores procedimentos cirúrgicos para remoção dos projéteis balísticos. Além de acompanhamento clínico como ecocardiograma, ultrassonografia abdominal e rinoscopia decorrente dos projeteis.
Segundo o instituto, durante a reabilitação, o animal apresentou evolução clínica satisfatória, sendo considerado apto para soltura.
O BW reforçou que, em caso de encontrar animais silvestres feridos ou debilitados, é fundamental entrar em contato com a Guarda Municipal Ambiental do município, com o Inea ou com o próprio instituo: "Essa atitude pode salvar uma vida e ajudar a preservar a fauna".
O Instituto BW é uma ONG que, desde 2020, desenvolve projetos de educação ambiental, reabilitação de animais selvagens e monitoramento de praias na Região dos Lagos e Norte Fluminense. As ações visam à conservação ambiental e à proteção da biodiversidade dessas regiões.
Receba as notícias das regiões Serrana e dos Lagos no Rio direto no WhatsApp. Clique aqui e inscreva-se no nosso canal!