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Produtores de flores de Nova Friburgo adotam energia solar e reduzem conta de luz em até 90%

Mercado está aquecido e mais de 100 floricultores estão inovando as lavouras com o novo sistema

Por Nai Frossard
26/09/22 - 11:13
Produtores de flores de Nova Friburgo adotam energia solar e reduzem conta de luz em até 90% Mercado de flores está aquecido e produtores investem na energia solar | Foto: Evandro Tardem

Depois de dois anos com a produção afetada por causa da pandemia da Covid-19, as lavouras de flores em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, estão em plena atividade e com uma novidade muito importante para o setor: a energia solar.

A economia na conta de luz é de quase 90%, aproximadamente, com o novo sistema implantado nas lavouras. Para a produção de flores de corte – atividade que coloca Friburgo como a segunda produtora do país – a energia é fundamental: além de garantir o funcionamento de irrigação e refrigeração, algumas espécies precisam de luz extra para que a produção seja mantida.

Irrigação, refrigeração e luz extra: alguns tipos de flores exigem um consumo maior de energiaIrrigação, refrigeração e luz extra: alguns tipos de flores exigem um consumo maior de energia | Foto: Ronaldo Klein

O produtor Ronaldo Klein, por exemplo, tinha uma conta mensal de energia elétrica de R$ 1.900,00 e depois que implantou o sistema de energia solar, paga somente a taxa mínima, de R$ 300,00, para três relógios trifásicos.

Com a mudança, ele está economizando 84% todo mês na conta de luz. Nada mal em um cenário de crise e inflação galopante, onde os brasileiros apertam os cintos em praticamente todos os itens de contabilidades pessoais e também nos negócios. Ronaldo Klein observa:

Hoje na região quase todas as lavouras têm projetos de energia solar, tem alguns tipos de flores que precisam de mais energia. O alto custo da conta de luz impedia muitos floricultores de aumentar sua produção.

Friburgo é o segundo produtor de flores a nível nacionalFriburgo é o segundo produtor de flores a nível nacional | Foto: Ronaldo Klein

Klein afirma que o consumo de flores cresceu no período pós-pandemia e os produtores estão voltando aos poucos o ritmo de trabalho e se adequando à demanda atual. Por esse motivo, muitos empreendimentos estão ampliando o cultivo.

O produtor Evandro Tardem também aderiu ao sistema e disse que a energia solar para a sua lavoura era um projeto antigo, previsto para 2019. Mas ele conta que quando começou a se organizar, veio a pandemia e todos os investimentos foram cancelados. O projeto da usina solar continuou no plano dos sonhos.

Ficamos parados. Não fizemos nada, tivemos muitas perdas e nos concentramos num único objetivo: continuar vivos.

Tardem disse que as atividades nas plantações de flores retomaram no ano passado e, com isso, o plano da energia solar saiu do papel e ganhou foco. Com objetivo de reduzir os custos de produção e de ter uma energia limpa, procurou a Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro), em Nova Friburgo, para elaborar o projeto, avaliado em R$ 110 mil.

A Emater financiou uma parte do projeto e com a redução dos custos com a energia, conseguimos aumentar nossa produção. Temos um investimento para pagar durante cinco anos, com juros baixos e com uma garantia de funcionamento dos painéis de energia solar por 20 anos sem nenhuma perda de geração de energia.

Energia solar pode significar uma economia de 90% na conta mensal de luzEnergia solar pode significar uma economia de 90% na conta mensal de luz | Foto: Ronaldo Klein

Evandro Tardem explicou que o investimento é a longo prazo e que só depois de duas décadas de uso, os painéis solares apresentam uma perda gradual na produção de energia, ano após ano. Ele também tinha uma conta elevada de energia elétrica, entre R$ 1.500 e R$ 1.800, e hoje paga no máximo R$ 300.

O supervisor local da Emater Rio, o engenheiro agrônomo Martinho Belo, faz uma análise do mercado antes e depois da pandemia. Em 2019, Friburgo tinha 225 produtores e faturamento anual bruto de R$ 39,8 milhões na venda de flores no estado. Em 2020, o cenário mudou e a produção caiu drasticamente: 160 produtores e a renda bruta anual ficou em R$ 15,7 milhões.

Muitos produtores trocaram as lavouras e passaram a cultivar, por exemplo, hortaliças. Em 2021, houve a retomada com a flexibilização, e os números voltaram a crescer: 172 produtores e faturamento anual de R$ 24,5 milhões.

O crescimento da produção em 2021 foi superior a 50% e a tendência deve continuarO crescimento da produção em 2021 foi superior a 50% e a tendência deve continuar | Foto: Ronaldo Klein

O crescimento, de acordo com Martinho Belo, foi de 56% e a tendência é se manter esse ano. Ele informou que os produtores estão investindo no setor e que o mercado está aquecido, com um crescimento na demanda. Os floricultores estão atendendo, inclusive, em outros estados.

Com abertura total para os eventos e para as festas, os produtores estão investindo no segmento, aumentando o número de estufas, comprando mais mudas e implantando o sistema de energia solar.

Martinho Belo diz que a expectativa é de aumento na produção esse anoMartinho Belo diz que a expectativa é de aumento na produção esse ano | Foto: Martinho Belo

A estimativa para esse ano é que os números cresçam ainda mais do que em 2021, chegando ao patamar do volume de produção de 2019. Uma volta ao tempo, onde as vendas tinham cifras mais altas. Os investimentos estão sendo viabilizados, principalmente, pela economia que a energia solar está proporcionando para os floricultores da região.

Segundo Martinho, hoje a Emater estima que mais de 100 produtores já adotaram as usinas de energia solar em suas lavouras. Uma luz no fim do túnel para o setor que chegou a ter uma perda de 61% no primeiro ano da pandemia.

 Mais de 100 produtores já adotam as usinas de energia solar em suas lavouras Mais de 100 produtores já adotam as usinas de energia solar em suas lavouras | Foto: Ronaldo Klein

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