Friburguenses destacam a importância social e histórica de Humberto Damasceno

A morte de um importante nome da política e da cultura friburguense deixou os moradores de Nova Friburgo mais tristes. Vítima da Covid-19, o fundador do Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz de Olaria e nome engajado em causas sociais, Humberto Damasceno faleceu no último sábado, dia 28 de novembro.

Para saber sobre a importância dele para a cidade, conversamos com personalidades que contaram um pouco da história deste pernambucano radicado na Região Serrana.

De acordo com Ilma Santos, presidente da colônia pan-africana de Nova Friburgo, Humberto Damasceno foi responsável pela entrada dela e da irmã, Eliane Santos, na luta racial no município.

Ela conta que, desde os anos 80, eles já participavam de reuniões e que, já nos anos 90, foram convidadas por Humberto Damasceno para participar de um encontro na sede da Secretaria de Turismo e que saíram de lá como coordenadoras de um grupo de dança afro-brasileira, sendo ajudadas e incentivadas por ele a integrarem o movimento negro friburguense.

Ela ainda detalha o histórico dele no Carnaval friburguense e suas lutas sociais.

“Em relação ao Carnaval, ele foi uma pessoa que trabalhou muito pela festa, principalmente para a Imperatriz de Olaria, que era a sua paixão. Ele já deixou de celebrar eventos de família para poder estar na Imperatriz”, destaca.

Nascido em Pernambuco, e fundador da Imperatriz, Humberto integrou ainda o Conselho Municipal de Saúde e se tornou uma figura importante na sociedade friburguense.

“Humberto se doou muito pela escola, mas todo mundo sabe que ele não trabalhava só a questão ética, racial ou o Carnaval. Ele travou uma batalha muito grande na cidade e ajudou a inserir o transporte de pacientes para outras cidades, mesmo antes do Ministério da Saúde destinar verbas para essa questão. O Humberto já fazia quando era funcionário do Posto de Saúde Doutor Tunney Kassuga. Em Olaria, muitas vezes, ele fazia isso nos seus dias de folga, levando pacientes ao Rio de Janeiro. O Humberto levava as pessoas em seu carro, um fusquinha, amarelo, que todo mundo conheceu. Depois, quando responsável pela central de ambulância, fez isso de forma oficial no município e ele foi com certeza o precursor deste tipo de serviço em Nova Friburgo”, revela Ilma.

O presidente da Liga das Escolas de Samba de Nova Friburgo (Liesbenf), José Carlos Espíndola, também destaca a importância de Humberto, não apenas no Carnaval, mas também para a sociedade friburguense.

“Eu não conhecia o Humberto do Carnaval, nós trabalhamos juntos e ele foi um grande amigo que tive na vida. Infelizmente, ele partiu, mas foi um cara muito importante para Nova Friburgo, sempre procurou ajudar cada pessoa, sempre que possível. Então, ele foi um homem que olhou muito pela parte social, pelo povo, principalmente na parte de educação. Sempre ajudou todos que precisavam de um auxílio, de um médico, de uma coisa da saúde, inclusive na minha família. Tanto na vida social e do festejo de Carnaval de Nova Friburgo. É uma pessoa que merece toda essa homenagem”, afirma.

A vermelho e branco de Olaria postou homenagens em suas redes sociais.

“Que notícia triste, venho desejar meus pêsames a toda família e amigos do seu Humberto. Um homem que sempre desejou o bem da nossa escola. Nunca será esquecido pela nação vermelha e branca. Que ele descanse em paz”, declarou o presidente da escola Fabrício Ramos.

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