MENU

Fale Conosco

(22) 3512-2020

Anuncie

Contato comercial

Trabalhe conosco

Vagas disponíveis

Dia Mundial do Desenhista: artistas celebram Da Vinci e o amor pelo desenho; conheça

Das cavernas pré-históricas com pinturas rupestres ou nos rabiscos de uma criança, o desenho é uma das primeiras ferramentas de comunicação do ser humano

Por David Massena
15/04/21 - 10:14
Dia Mundial do Desenhista: artistas celebram Da Vinci e o amor pelo desenho; conheça Dia Mundial do Desenhista é celebrado nesta quinta-feira | Foto: Anelio Latini, Bira Dantas

Nesta quinta-feira, 15, é comemorado o Dia Mundial do Desenhista. A data foi criada em 2011 pela Associação Internacional de Arte, ligada a Unesco. Uma homenagem ao dia do nascimento de Leonardo de Ser Piero d’Antonio, mais conhecido como Leonardo da Vinci, que nasceu no dia 15 de abril de 1452, no povoado de Vinci, localizado nas encostas do Monte Albano, em Toscana, região mais florescente da Itália.

Leonardo da Vinci foi um gênio que usou o desenho não só como forma de expressão e arte, mas também para explicar as suas fantásticas invenções.

Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, caricaturistas, designers, figurinistas, chargistas, desenhistas, cartunistas, desenhistas de animação, ilustradores, artistas gráficos, plásticos e visuais, enchem de criatividade, cor e arte os nossos dias. E não é de hoje.

A história da animação no Brasil, por exemplo, em sua cronologia, que remonta desde as primeiras obras cinematográficas animadas até a computação gráfica dos dias atuais, tem digitais de um desenhista friburguense.

Pintor, desenhista e cineasta, Anélio Latini foi o grande pioneiro da animação brasileira. Ele produziu sozinho o longa-metragem "Sinfônica Amazônica" (1953), desenvolvendo desde os desenhos e personagens até uma técnica própria de sincronismo do som com a imagem animada. Sua paixão por Walt Disney e pelas histórias e lendas do folclore brasileiro se tornaram as principais inspirações para seu primeiro e único desenho animado.

Latini deixou um legado na cidade serrana e muitos cartazistas e letristas, responsáveis pelas pinturas de letreiros, placas, painéis decorativos, fachadas arquitetônicas, igrejas e cenografias, eram seus discípulos. Estas profissões ainda resistiram até o final do século passado sendo substituídas pelos artistas gráficos.

Atualmente, muitos artistas desenhistas, dos mais variados traços e estilos, vivem na cidade. Como Rammon Landucci, 23 anos, designer gráfico que sempre gostou de desenhar e, na escola, tinha artes como a sua matéria preferida.

“Por muitas vezes eu era o destaque na minha turma nessa matéria. Desenho desde criança, amava redesenhar as capas dos meus jogos e desenhos animados favoritos. Mas não tinha rotina, pois nunca levei a sério. Sempre parava meses, voltava e fazia um desenho, parava mais alguns meses. Mas no início da pandemia eu me vi em um momento em que eu não sabia mais o que fazer, então foi aí que eu me reconectei totalmente com a minha arte, e de lá pra cá eu tenho desenhado e praticado quase todos os dias e postado nas minhas redes sociais”, diz Rammon.

O designer diz que muitos artistas inspiram e impactam no seu estilo, desde os mais famosos como o próprio Da Vinci, como também os que conhece através da internet, como as criadoras de conteúdo Renata Celi e Pollyanna Novich.

“Elas têm uma influência muito forte no meu estilo de desenhar atual".

Formado em Letras, 32 anos, Hugo Dalmon - ele assina D'aumon -, natural de Volta Redonda, mas morador de Nova Friburgo há 3 anos, diz que sempre desenhou e adorava rabiscar nos livros do seu pai e nos cadernos de escola. Mas fala com tristeza que “durante a faculdade, infelizmente, fiquei sem estímulo".

“Meu pai me incentivava muito a desenhar. Ele gostava dos desenhos que eu fazia. E na escola, uma professora de arte estimulava muito também. Então comecei a gostar de fazer isso e passei a ter mais vontade de prosseguir nessa. Aí, na adolescência, a paixão cresceu, pois comecei a criar fanzines, era prazeroso demais dar vida às minhas histórias", explica.

Para Hugo ,seus dois pilares, fontes principais de inspiração, são brasileiros: Laerte Coutinho e Maurício de Sousa.

“A Laerte por trazer a arte mais descontruída e a questão da estética meio fora dos padrões que é algo que influencia muito no meu estilo. O Maurício por todo o trabalho, cresci lendo Turma da Mônica e queria saber fazer aquilo. Tanto que meus trabalhos acabam carregando cores muito vivas, que acho que peguei de lá", conta.

E não para por aí. Hugo ainda destaca que existem artistas mais novos e pouco conhecidos que foram muito importantes para ele, e cita Eduardo Medeiros que trabalha com cartuns e Nath Araújo, que Hugo reconhece ter influenciado sua técnica de pintura com guache.

“E tem o Monge Lua que tem ilustrado muitos livros infantis, que é uma área que tenho trabalhado também, além do estilo dele ser inspirador", ressalta o desenhista que se intitula desempregado, apesar de manter bons clientes e fixos, explicando que a dinâmica com os desenhos ainda não gera um sustento seguro e constante.

Com uma carreira já consolidada, o niteroiense, que adotou Nova Friburgo como sua cidade do coração, 36 anos, Felipe Sena, após longo período dividindo seu tempo entre trabalhar no comércio e se dedicar ao desenho, enfim, abriu um estúdio de onde trabalha e dá aulas, e divide sua arte por várias mídias, desde ilustrações para livros e produtos, quadrinhos, venda de artes, produtos próprios e, mais recentemente, tatuagem!

Ele acredita que por ter nascido em uma família de artistas (seu pai e seu avô eram desenhistas) foi muito natural começar a desenhar desde muito cedo.

“De alguma forma sempre que me perguntavam o que eu seria no futuro, minha resposta era sempre: desenhista, embora eu não fizesse a menor ideia de como seria isso. Mas por volta dos meus 10 anos tive contato com quadrinhos e tiras de jornal, o que me encantou muito, além da avalanche de séries da cultura japonesa, o que, com certeza, marcou essa minha escolha. A partir daí comecei a participar de salões de humor, publicar tiras em jornais e aos poucos vieram as ilustrações de livros, cartilhas, quadrinhos e mais...”

E declara que foram muitos os artistas que marcaram sua vida citando Charles Schulz, criador de Peanuts (Snoopy), pelo traço genial e pela narrativa baseada em metalinguagem, e Bill Watterson, criador do Calvin e Haroldo, que além de ser um grande desenhista tinha uma conduta impecável, segundo Felipe.

Mas reconhece também que seu traço mistura outras influências como Hayao Miyazaki, diretor do famoso estúdio de animação “Ghibli “, responsável por obras como “A viagem de Chihiro” ganhador do Oscar e “Meu amigo Totoro”.

Felipe já trabalhou com animação tradicional 2D, e participou de vários filmes com a Tusche, empresa do diretor Telmo Carvalho e Mariana Medina, e ainda trabalha criando personagens e cenários para animações.

“Tenho muitos planos para um trabalho autoral e, quem sabe, uma mistura entre as mídias de quadrinho, ilustração e animação, para aproveitar toda essa oportunidade de comunicação existentes hoje".

Aos aspirantes à carreira, os três artistas são precisos em suas mensagens, destacando, sobretudo, a necessidade de amar o que fazem.

“Ame muito o desenho, estude muito porque isso fará a diferença e acima de tudo seja você mesmo. Todos nós temos algo único!”, finaliza Felipe.

Veja outras notícias da Região Serrana do Rio no Portal Multiplix.


É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos do Portal Multiplix, por qualquer meio, salvo prévia autorização por escrito.
TV Multiplix
TV Multiplix Comunicado de manutenção TV Multiplix Comunicado de manutenção
A TV Multiplix conta com conteúdos exclusivos sobre o interior do estado do Rio de Janeiro. São filmes, séries, reportagens, programas e muito mais, para assistir quando e onde quiser.