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"Oh tempora, oh mores! Oh tempos, oh costumes!", Marco Túlio Cícero

Por Hamilton Werneck
04/09/20 - 12:18

Nas últimas semanas deve ter sido fácil para as redes sociais e a imprensa em geral conseguir assunto para as suas páginas. Fatos e contradições sacudiram folhas de jornais e quase causaram curto-circuito nos aparelhos de TV.

As religiões, todas elas, afirmam que Deus é a favor da vida. Deus criou a Vida. Até aqui tudo bem, a obra foi vista pelo criador como sendo muito boa, segundo o relato do capítulo primeiro do livro de Gênesis. Durante esta pandemia da Covid-19, os templos e igrejas ficaram fechados por muitas semanas, mantendo as diretrizes dos lockdown e a abertura vem sendo feita de modo gradual. Tudo para defender a vida.

Cada religião tem seus ritos e frequência aos mesmos, o que foram quebrados durante a pandemia. Se causou espanto o Papa Francisco caminhar sozinho pela praça de São Pedro, dando o exemplo de obediência ao distanciamento social e ao confinamento, num momento de crise que a Itália atravessava, no Brasil de hoje, quando as flexibilizações obedecem a novas cores de bandeiras, um sacerdote deseja a morte aos que não frequentam as missas por causa da pandemia.

Se a frequência às igrejas envolve um número maior de pessoas maduras e até idosas, torna-se normal que haja mais medo entre elas, afinal estão no grupo de risco e não será qualquer mudança de bandeira ou flexibilização que as levará de volta aos templos antes de alguma vacina eficaz.

Trata-se de uma questão de consciência, obrigação de cada humano em defender a vida. Portanto, desculpe-me o reverendo celebrante, os que permanecem em casa, assim o fazem em solidariedade ao próprio Criador. Estão defendendo a vida que Ele criou. Além de ser muito desrespeitoso para com as pessoas desejar que elas morram, a expressão vai de encontro à obra do próprio Deus. Frase infeliz que não cabe fora dos púlpitos, muito menos junto ao altar. Se estas pessoas trocam as igrejas pela permanência em seus lares, onde podem orar sem problemas e sintonizar-se com o Criador da Vida, estão praticando um ato meritório, consciente e não devem ter a consciência pesada, provocada por frase alguma.

As pessoas, sobretudo as que ocupam os grupos de risco, podem ter a consciência tranquila, ficarem em paz com seus semelhantes e com o próprio Deus em que acreditam e prestam culto. Já não basta o medo da morte provocado pela pandemia e ainda se acrescenta mais um peso às consciências marcado com a ameaça do desejo da morte.

Isto não pode ser classificado como 'medo líquido' na visão de Baumann, é medo mais que concreto e maléfico para quem presencia o fato.

Mas, não bastasse a afirmação, pauta da primeira parte deste artigo e eis que surge uma Flor que habita a Câmara Federal de Deputados.

Não se trata de qualquer flor, mas daquela que é símbolo da nobreza: Flordelis. Exemplo, à primeira vista, por adotar crianças, formando uma família de mais de cinquenta filhos vive um momento de grave contradição. Se provada a acusação do Ministério Público, o marido e Pastor, morto com 30 tiros, experimentara em tempos não remotos o envenenamento por arsênico, do qual escapou pela eficácia da medicina. O caso reúne uma suposta mandante que não pode ser presa porque é deputada, dez pessoas presas e envolvidas com o crime e uma religião metida no meio.

Tive um professor que definia o ser humano como um composto de corpo, alma e trapaça. E afirmava: quando os dois primeiros elementos estão bem, cuidado com o terceiro!

Parece-me que a definição é aplicável a este caso. A associação religiosa não tem culpa, mas os quadros religiosos são formados por humanos sujeitos a todo tipo de trapaça que pode levar a situações de crime. Portanto, mesmo nos santuários é preciso fazer escolhas. Se a divindade cuida das ovelhas, alguns fiéis podem puxar o gatilho.

E por falar em santuário, Pai Eterno, por favor, me proteja! O Reitor de um santuário foi afastado e é acusado pela polícia do estado de Goiás de desviar mais de cem milhões de reais. Sabe-se que o dinheiro veio dos fiéis; para onde foi, ainda é uma grande dúvida.

Vivemos momentos curiosos, onde se deseja a morte de quem não vai à igreja, mata-se porque, segundo um promotor de justiça, a acusada afirmou que a separação do casal seria uma ofensa a Deus. Deduz-se, então, que assassinar não ofende ao Criador.

E para fechar o artigo, só resta perguntar em que conta o Queiroz fez o depósito de R$ 89.000,00! A pergunta deve ser rápida e a fuga imediata porque a resposta pode ser uma “porrada” para encher a boca de quem perguntou. Cícero tinha razão: "Oh tempos, oh costumes!".


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