Jovens norte-americanos falam sobre bullying em escolas de Teresópolis
De forma lúdica e interativa, jovens tratam de temas existenciais e dos malefícios da prática do bullying
04/04/19 - 10:44
Cerca de 20 alunos de turmas do 7º ano das escolas municipais Paulo Freire, no Vale do Paraíso, e Sakurá, na Ermitage, em Teresópolis, receberem, na última semana, um grupo de estudantes norte-americanos que fez uma apresentação interativa e lúdica sobre conscientização e problemas gerados pelo “bullying” – que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva em ambiente escolar.
Através de apresentação de dança, jogos e esquetes teatrais, temas delicados e sensíveis como suicídio, depressão, anorexia e automutilação foram abordados pelo grupo. “Fomos muito bem recebidos. Tenho colocado grupos todo ano para viajar em diferentes países e os adolescentes de Teresópolis foram os mais amigáveis e calorosos. Nós nos sentimos parte da escola”, relatou Jan Taylor, diretora da YACS - Young Americans Christian School, da Geórgia, nos EUA.
Com 31 anos de criação, a instituição faz um trabalho voluntário abordando problemas relacionados a prática do bullying, como agressões e intimidações persistentes, apelidos vexatórios e até a exclusão de atividades sociais ou pedagógicas que podem ocasionar graves problemas psicológicos como depressão, distúrbios alimentares, automutilação e até tentativa de suicídio entre os jovens.
As visitas foram acompanhadas pela equipe do Departamento Pedagógico da Educação. “Nossos alunos ficaram atentos e entenderam as mensagens repassadas com o auxílio de tradutores. Eles interagiram e se identificaram com algumas experiências vividas pelos estudantes americanos”, destacou a secretária de Educação, Rosana Mendes.
Rosana conta que começou a identificar problemas psicológicos sofridos por alunos da rede municipal em 2018, através de relatos durante um concurso de poesia. “Na maioria das poesias, o que mais chamou atenção foi que os alunos colocaram no papel todo o sentimento reprimido, o que nos preocupou bastante. A partir daí começamos a montar um projeto para atender esses estudantes nas demandas que eles apresentaram. E essa visita do grupo americano veio ao encontro da nossa intenção de trabalhar esses temas delicados com nossas crianças e adolescentes”.
A aluna do 7º ano da Escola Sakurá, Milena Albernaz, achou a experiência positiva. “Foi ótimo. Muitos estudantes estão passando por bullying ou por problemas em casa e achei legal porque eles ajudaram muito essas pessoas”, concluiu Milena.
Teresópolis foi selecionado para receber a visita por indicação do psicólogo conterrâneo Marlon Brito, que atua no grupo americano. Ele foi aluno do Centro Educacional Roger Malhardes (Cerom) e, aos 20 anos, mudou-se para Goiânia-GO, onde formou família. “Minha filha dá aulas de balé para crianças em situação de vulnerabilidade social. Ela ganhou uma bolsa de estudos e passou um ano na YACS. Quando soube que eles viriam para o Brasil, sugeri minha cidade natal”, diz Marlon.