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Dia Nacional de Combate ao Fumo: grupo de Teresópolis ajuda fumantes a combater o vício

Moradores da cidade serrana falam das dificuldades que tiveram para deixar o cigarro

Por Matheus Oliveira
29/08/19 - 14:56
Dia Nacional de Combate ao Fumo: grupo de Teresópolis ajuda fumantes a combater o vício Cigarro é a principal causa de casos de doenças como câncer de pulmão | Foto: Banco de Imagem

Buscar uma vida mais saudável e combater o vício. Com esse pensamento, se comemora neste 29 de agosto o Dia Nacional de Combate ao Fumo, com o intuito de conscientizar a população brasileira sobre os riscos do cigarro. Na esteira desta data, em Teresópolis, na Região Serrana, um grupo de apoio ajuda a combater o vício e a salvar vidas.

A data foi instituída pela Lei nº 7.488 de 1986 para ajudar a despertar os cidadãos sobre os problemas gerados pelo tabagismo. O cigarro é considerado uma doença e sua fumaça faz com que a nicotina chegue ao cérebro em 19 segundos. A substância pode ser encontrada em outros itens como charutos, cachimbos e cigarros de palha.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo é a causa de 90% dos casos de câncer de pulmão. Para melhorar a qualidade de vida de muitos cidadãos e combater este vício, a doutora Márcia Sayão coordena o grupo do Programa de Controle ao Tabagismo, que realiza reuniões semanais com fumantes que trocam ideias, informações e se apoiam na intenção de parar de fumar.

“O objetivo desses encontros é que as pessoas diminuam a quantidade de cigarro que elas usam diariamente. Nesse grupo, a cada dia, os integrantes têm uma tarefa que elas precisam desenvolver durante aquela semana. Na semana seguinte, a gente faz uma avaliação com novas propostas. Assim, as pessoas trocam ideias e conversam sobre as formas como conseguiram reduzir o cigarro. Elas também falam das dificuldades para reduzir esse vício”, destaca, completando.

“Nós vamos orientando e dando suporte para que elas consigam novas propostas e confiem nelas mesmas para mudar a quantidade de cigarro ou como elas associam o cigarro ao uso”, afirma.

A profissional da saúde destaca que existem dois grupos, sendo um com 80 pessoas que têm diferentes graus do vício, chegando a 100 cigarros por dia. Assim é realizada uma chamada geral, com partilha e, depois, uma conversa individualizada, onde se faz um mapeamento de cada indivíduo e de sua história com o cigarro. Em seguida, são montados novos grupos com 20 pessoas, em média. Márcia ressalta que em três meses ou oito sessões, caso o integrante siga todas as dicas do programa, ele para de fumar. Ela revela que qualquer pessoa que queira parar de fumar pode ir ao grupo.

“Nós trocamos experiências e as pessoas falam de que maneira elas se pegam fumando e vamos dando informações para que elas criem estratégias, diminuam e parem de fumar. Em alguns momentos, orientamos para que elas modifiquem alguns comportamentos e identifiquem as emoções que impedem as pessoas a largarem o cigarro. Percebemos que é um vício e uma dependência química pesada. Quem é fumante possui uma doença psiquiátrica porque ela desenvolve quatro sintomas: ansiedade, depressão, angústia e insônia. O cigarro está ligado a 50 outras doenças”, revela.

Exemplos de superação

Dentro do programa de controle ao tabagismo, existem muitas histórias de pessoas que conseguiram deixar o cigarro de lado. Entre eles, está a bacharel de direito aposentada Frida Fava, de 70 anos.

Ela revela que fumou durante 30 anos e fumava um maço a cada dois dias, em média. Após ir para o exterior, ela aumentou o consumo, mas chegou a parar na gravidez. Mas voltou ao vício. E esse ciclo se repetiu outras oito vezes, parando e voltando. Até que um ultimato do filho a fez ingressar no grupo.

“Vim para o grupo através de uma amiga e que me ajudou muito. Estou há sete anos sem fumar e estou muito feliz. Meu filho fumava e parou. Quando a esposa dele ficou grávida, ele me disse: “você só pega no meu filho se você parar de fumar”. Então, decidi que ia conviver com meu primeiro neto”, destaca. Ela afirma que segue bebendo sua cerveja, mas deixou o tabaco de lado e nem tem ido mais ao grupo de apoio.

Por sua vez, o artesão Ricardo Celestino fumou por 40 anos, tentou parar e não conseguiu. Ele conta que quase perdeu a perna e precisou da inspiração de um nome conhecido para ingressar no grupo: o escritor e político Darcy Ribeiro.

“Estava com enfisema e fui ler a biografia do Darcy Ribeiro, que também era fumante. Em um trecho ele dizia que estava apodrecendo e que toda vez que ele ia ao Hospital, tiravam um pedaço dele. Então, isso me fez despertar e entrar no grupo em 2008. Fiz os passos da primeira vez e não parei. Mas na segunda, parei. Tive muitas sequelas do cigarro. Somos dependentes químicos e qualquer coisa que faça, eu penso. Mas pensar é uma coisa e o ato é outra. Me policio por 24 horas. Todo mundo tem problemas e o cigarro não é a solução.

Ele conta que atualmente ajuda a coordenação do programa de controle ao tabagismo e tenta fazer com que mais pessoas deixam o vício e tenham vidas mais saudáveis sem o cigarro.


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