Reserva ecológica em Cachoeiras de Macacu já plantou 500 mil árvores
A Régua tem como missão preservar a Mata Atlântica e promover educação ambiental
29/03/19 - 17:26
Garantir a preservação do bioma florestal da Mata Atlântica, com sua rica fauna e flora, é o principal objetivo da Reserva Ecológica de Guapiaçu, conhecida como Régua - uma ONG ambientalista que atua na missão de cuidar do recorte da mata no alto da bacia do rio Guapiaçu, localizado no município de Cachoeiras de Macacu, a 23 km de Nova Friburgo, Região Serrana do Rio.
A Régua é gerenciada pelo casal de ambientalistas Rachel e Nicholas Locke, de origem inglesa. Raquel conta que, na década de 1990, começaram a se preocupar com o futuro das matas incríveis que ainda restavam em sua propriedade rural, conhecida, na época, como Fazenda do Carmo – que foi uma referência em produção agrícola, de gado leiteiro e de corte na região. Então, por quase uma década, trabalharam na elaboração de como seria essa reserva particular e quais atividades seriam desenvolvidas.
A ambientalista Rachel Locke desenvolve ações de preservação e educação ambiental | Foto: Divulgação/Régua
“Foram quase dez anos pesquisando. Devido ao vínculo da família com a Inglaterra encontramos muito apoio na década de 1990 com ambientalistas ingleses e tivemos dois especialistas em aves. Por meio de patrocínio da companhia aérea Brithsh Airways conseguimos trazê-los à propriedadepara saber se a área estava bem conservada. Então conseguimos iniciar nosso trabalho”, conta.
A ONG já mapeou mais de 400 aves, que indicam que os remanescentes florestais estão em bom estado de conservação | Foto: Divulgação/Régua
“Ao longo de dois anos temos uma lista com 400 aves que são consideradas bio-indicadores da qualidade da mata. A reserva também emprega como guardas florestais ex-caçadores que viviam na comunidade rural. São seis homens que não tinham emprego e que passaram a ter, com carteira assinada, trabalhando aqui, patrulhando a mata, limpando trilhas, acompanhando pesquisadores, ajudando em pesquisas científicas. Como todo esse envolvimento, eles se sentem motivados”, diz.
A reserva também atua com educação ambiental envolvendo as escolas do entorno na restauração de áreas degradadas, como a restauração de um brejo que tinha sido drenando nos anos 1970.
Régua recebe pesquisadores de várias universidades do Rio de Janeiro | Foto: Divulgação/Régua
“Com essas linhas de ação entendemos que conseguimos conservar a Mata Atlântica e incentivamos a pesquisa científica. Temos uma infraestrutura para receber observadores de aves e também estudantes universitários. Recebemos pesquisadores da UFRJ, UFRRJ e da Fiocruz fazendo disciplina de campo com produções de mestrado, doutorado realizados nas florestas”, conta Rachel.
Para manter todos os custos, a ONG recebe doações de particulares que se encantam com o trabalho desenvolvido na reserva e também levanta recursos por meio de editais. No momento, recebe patrocínio da Petrobras Socioambiental para executar o projeto de plantio de árvores e de educação ambiental.
“De 2000 a 2019 plantamos 500 mil árvores e nossa meta é chegar a 1 milhão de mudas. Temos grupos no exterior que nos ajudam a ter chance de triplicar a área protegida, pertencente à régua. Com essa ajuda de instituições e grupos que atuam com a conservação da natureza, temos a chance triplicar o número de hectares protegidos”, finaliza Rachel.
A reserva desenvolve com estudantes de escolas locais Ações de Educação Ambiental | Foto: Divulgação/Régua
A reserva também possui uma pousada com dez quartos-suítes, ambiente familiar e descontraído. A principal ideia é fornecer uma acomodação para hóspedes interessados em explorar a Mata Atlântica. Os visitantes têm acesso total às trilhas e podem participar de excursões, além de conhecer outros habitats da floresta para avistar aves.