Parnaso faz diversos registros de animais selvagens em meio à pandemia
Equipes do parque capturaram imagens de onças-pardas, furão e gato do mato
06/05/20 - 13:37
Em meio à pandemia de covid-19 e do fechamento de áreas silvestres para os humanos, pesquisadores do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), na Região Serrana do Rio, vem registrando diversos animais selvagens, como onças-pardas.
Desde o início da quarentena foram realizados três registros de onças-pardas (Puma concolor) - incluindo o registro de mãe e filhote caminhando pela mesma trilha-, vários registros de cachorros-do-mato (Cerdocyon thous), além de registros de outros animais, como gato-do-mato (Leopardus sp), irara (Eira barbara) e furão (Galicitis cuja), em trilhas que normalmente recebem entre 500 e 1.000 pessoas por mês.
Desde 2010, o parque monitora a ocorrência de médios e grandes mamíferos com auxílio de armadilhas fotográficas (“máquinas” fotográficas digitais com sensores térmicos e de movimento que, instaladas pelos biólogos nas árvores, são acionadas quando animais de médio e grande porte passam próximos a elas).
Com o regime de quarentena instaurado em razão da pandemia, o Parnaso – assim como todas as unidades de conservação federais – está fechado à visitação pública.
Desta forma, a equipe do parque, sob coordenação da analista ambiental Cecília Cronemberger de Faria, idealizadora deste projeto de monitoramento, vem instalando armadilhas fotográficas nas trilhas mais utilizadas pelos visitantes, que, agora, estão desertas.
Segundo a unidade, ainda existe material armazenado nos cartões de memória das armadilhas que não foi analisado e ainda serão monitoradas outras áreas de visitação intensiva do local.
O Parnaso informa que ainda é preciso analisar mais detalhadamente se o a maior circulação de animais selvagens se deve à ausência humana. Entretanto, segundo o parque, “é razoável supor a hipótese de que os animais estejam aumentando suas áreas de circulação e forrageamento (busca por recursos alimentares), motivados pela menor presença humana".
Vale lembrar que, em dezembro de 2018, foi registrado, pela primeira vez, um caso de leucismo em onça-parda, no Parnaso.