Márcia Tiburi: “Queremos impulsionar o Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo”

Sair do campo das ideias e ir para a ação. Com causas do feminismo e admiradora do ex-presidente Lula, a filósofa e artista plástica, Márcia Tiburi, 48 anos, se insere na disputa pelo Palácio Guanabara como candidata do Partido dos Trabalhadores e busca seu primeiro cargo na vida pública. Nesta entrevista para o Portal Multiplix, ela detalha planos para um eventual governo nas áreas de emprego, esporte, saúde, segurança e educação. Para a Região Serrana, ela pretende impulsionar o setor turístico e o Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo.

“A política de incentivos fiscais dos últimos governos será reavaliada. Poderemos manter ou criar incentivos quando comprovada, através de estudos, a necessidade de impulsionar determinados setores para garantir a geração consequente de postos de trabalho em algumas regiões. Nesse sentido, a indústria da moda íntima de Friburgo pode ser ainda mais impulsionada. O setor de turismo, do mesmo modo, pode ser ainda mais fortalecido”, propôs.

Sem experiência política, Márcia destacou que aceitou o convite para concorrer devido a um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e diz como poderá aliar os conceitos filosóficos na gestão pública.

“Foi um convite de Lula. Convite que foi uma honra e uma alegria. Espero estar à altura de quem me convidou e do povo que há de me eleger. Precisamos de todos e todas para ocupar todos os espaços e enfrentar essa estarrecedora política de abandono implementada no estado do Rio de Janeiro. Nossa vida é regida por ideias, seja na vida privada ou na pública. Há o mito de que a economia seria mais importante do que a política, ou que uma gestão, em sentido puramente econômico, resolveria nossos problemas. Não podemos esquecer que as decisões econômicas carregam decisões políticas. Não existe economia pura. Existem visões de mundo, reflexões, conceitos, ideias e ideologias por trás das perspectivas econômicas. Há decisões políticas no contexto de qualquer gestão”, revelou.

Márcia destacou também que tipo de políticas pretende adotar para dar maior atenção às mulheres de todo o estado e como combater a violência contra a mulher. “Combateremos as diversas formas de violência e discriminação contra as mulheres. Nosso governo será comprometido com as mulheres do Rio de Janeiro em um projeto de transformação social que enfrente as desigualdades e a exclusão das quais elas são vítimas. Não seremos coniventes com qualquer forma de violência física, simbólica ou estrutural contra mulheres. Fortaleceremos políticas direcionadas às mulheres, ampliando espaços de participação de mulheres negras e gerando ações específicas, compreendendo a diversidade de situações, fases da vida, inserção social e territorial”, afirmou.

A candidata petista explicou como pretende trazer investimentos para a economia fluminense e gerar novos empregos. Ela destacou a necessidade de apoiar o microempresário em parceria com instituições como o Sebrae.

“Entre o início da crise política e econômica em 2015 e junho de 2018, o estado do Rio de Janeiro apresentou uma queda percentual de empregos com carteira assinada de 14,3%, contra uma queda no total do país de 6,6%. Como forma de estimular a geração de emprego, iremos apoiar o microempresário através de medidas como a facilitação de abertura de empresas pela Junta Comercial em parceria com o SEBRAE e as prefeituras; ampliaremos também o microcrédito através da AGERIO, vinculada ao Governo do Estado”, disse.

“É importante, ainda, construir uma política de fomento à indústria no conjunto do estado e suas regiões. Enquanto no estado de Santa Catarina o emprego formal industrial representa em torno de 30% do total do emprego, no estado do Rio de Janeiro este percentual é de apenas 10%”, destacou.

A filósofa e artista plástica garante que irá assegurar o direito à moradia à população fluminense, facilitando investimento e criando centros de referência para cuidar da pessoas em situação de rua. “Um dos 13 compromissos do nosso programa de governo é assegurar o direito ao território e o respeito às identidades e às coletividades, a serem garantidos através da gestão de terras públicas, da indução de desenvolvimento e da facilitação de investimentos, para assegurar a função social da terra e da cidade. Vamos enfrentar o déficit quantitativo e qualitativo de moradias com regularização urbanística e fundiária, na provisão de habitações bem localizadas (na área portuária do Rio de janeiro, Avenida Brasil, proximidade de estações etc), e na Assessoria Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS) estruturada como política pública nos municípios com apoio do Estado”, afirmou, completando em seguida.

“Criaremos nove Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua no estado do Rio de Janeiro, um para cada região do estado, chamados de CENTROS POP, para garantir o acesso desta população a cuidados e benefícios previdenciários e assistenciais, inclusive programas de transferência de Renda, com o objetivo de estimular a estruturação de novos projetos e trajetórias de vida, visando a construção de um processo de saída das ruas desta população e sua reintegração à vida familiar e comunitária. O primeiro a ser criado será na Central do Brasil. Ampliaremos e apoiaremos ainda os programas Consultórios na Rua e Unidades de Acolhimento para adultos e crianças em situação de rua”, explicou.