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Escaladores fazem travessia a mais de 500 metros de altura, em Teresópolis

Grupo de 13 praticantes utilizou corda para fazer travessia entre montanhas Cabeça do Peixe e Dedo de Deus, no Parque Nacional Serra dos Órgãos (Parnaso)

Por Redação Multiplix
02/08/19 - 10:58
Escaladores fazem travessia a mais de 500 metros de altura, em Teresópolis Travessia de highline contou com a participação de atletas do Rio e de Teresópolis, no Parnaso | Foto: Vitor Martins

Desafiar limites e enfrentar todos os riscos em nome de uma experiência única. Assim, um grupo de 13 atletas esticou uma corda e encarou a travessia entre as montanhas Cabeça do Peixe e Dedo de Deus, no Parque Nacional Serra dos Órgãos (Parnaso), em Teresópolis, entre os dias 22 e 26 de julho.

A travessia, que tem uma distância de 328 metros entre um ponto e outro, ocorreu a cerca de 1.600 metros acima do nível do mar e a mais de 500 metros de altura do solo.

A prática é chamada de highline, modalidade esportiva de atravessar uma fita flexível amarrada em dois pontos fixos em alturas elevadas, superiores a 20 metros. O esporte, que é o tipo mais radical e perigoso do slackline, vem ganhando espaço em todo o Brasil e atraindo cada vez mais jovens.

Dos 13 atletas, 11 eram do Rio de Janeiro, do grupo Nova Geração do Highline. Todos já tinham experiência com participação em eventos e festivais internacionais da modalidade.

Nessa empreitada, houve dois feitos históricos: a esportista Erika Sedlacek de Almeida bateu o recorde nacional feminino ao atravessar os 328 metros sem quedas. Já Luccas Amorim Morau tornou-se o terceiro brasileiro na história a fazer a travessia sem quedas

Praticando o esporte há pouco mais de um ano, Vitor Henrique Martins, 26 anos, de Teresópolis, participou da escalada rumo ao pico das duas montanhas para fazer a travessia.

O teresopolitano Vitor Martins, de 26 anos, participou da aventuraO teresopolitano Vitor Martins, de 26 anos, participou da aventura | Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Só em chegar lá em cima, carregando tanto peso, já é uma vitória. É preciso ter um bom condicionamento físico e estar mentalmente tranquilo para andar na linha. A sensação é indescritível. Tem gente que até chora de tanta adrenalina e emoção! Eu sinto uma paz enorme lá em cima”, descreveu o rapaz.

Para realizar a travessia, foi preciso nove atletas para fazer a ancoragem da fita no lado “A”, na montanha Cabeça de Peixe, levando a maior parte dos equipamentos, fitas, e suplementos para passar o dia (devido à dificuldade de o caminho ser relativamente mais acessível em relação à outra montanha), e quatro escaladores designados para fazer a ancoragem do lado “B“ da fita no Dedo de Deus, totalizando dez horas da empreitada.

Segundo Vitor Martins, para chegar ao outro lado com a ponta da corda, o grupo amarrou um cordelete leve em um drone que o leva até o local. “A outra extremidade do cordelete é conectado à fita. Após o drone chegar ao outro lado, é puxado o cordelete até a chegada da fita na outra montanha”, afirma.

Apesar de estar virando moda no mundo, o highline é considerado um esporte de alto risco, por isso é muito importante a prática com os equipamentos recomendados de segurança. A altura da fita em relação ao solo gera riscos que precisam ser conhecidos e superados com os equipamentos necessários e com a preparação de cada atleta.

De acordo com Vitor, assim como essa não foi a primeira, também não será a última experiência radical do grupo, que pretende realizar outros projetos tão audaciosos quanto a travessia entre as montanhas Cabeça do Peixe e Dedo de Deus, na região. Por fim, o esportista destaca a satisfação em cumprir uma missão tão árdua como essa.

“Eu, Vitor Martins, falo com toda a convicção que não existe melhor sentimento do que a realização de um feito tão grandioso quanto a conquista de um highline entre duas montanhas. Isso vai além do ego para os que compreendem o verdadeiro sentimento. Sair da sua zona de conforto e se propor a um estilo de vida totalmente fora do convencional, desafiando o medo, a mente e o corpo, se sentir uno com a grandeza da natureza e abraçar toda essa experiência com presença de alma. Não tem preço!”, conclui.

Quem quiser mais informações sobre o grupo e as aventuras de highline pode acompanhar a conta do Nova Geração do Highline na rede social Instagram (@highlinerj_ng).


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