MENU

Fale Conosco

(22) 3512-2020

Anuncie

Contato comercial

Trabalhe conosco

Vagas disponíveis

Dia da Casa da Moeda: Pix e bitcoins podem transformar dinheiro físico em item de colecionador?

Avanço tecnológico das transações financeiras e moedas virtuais contrastam com a produção recorde de cédulas e moedas no Brasil

Por Bernardo Fonseca
08/03/22 - 11:53
Dia da Casa da Moeda: Pix e bitcoins podem transformar dinheiro físico em item de colecionador? Algumas moedas do século 19 colecionadas pelo jovem historiador friburguense Stephan Schlupp | Foto: Acervo pessoal

A Casa da Moeda do Brasil foi fundada em 8 de março de 1694 e, desde então, é a única a fabricar o dinheiro que todos os brasileiros usam. Nesses anos, muitas das moedas produzidas, como o Cruzeiro, o Cruzado, o Cruzado Novo e Cruzeiro Real entraram para a história e hoje fazem parte do acervo de colecionadores.

É o caso do historiador friburguense Stephan Schlupp, de 25 anos, que desde criança adquiriu a paixão por colecionar moedas e cédulas antigas. Um hobby que surgiu por influência do avô paterno, que era bancário.

“A primeira peça de coleção que ele me deu foi uma nota de 5 cruzeiros, que tem a faceta de um índio e vitórias-régias como ilustração”, conta.

Atualmente, a coleção de Stephan tem moedas de vários períodos e países, principalmente do Brasil e da Alemanha. São mais de 300 no total, das quais 24, as preferidas, ficam em uma vitrine dentro de casa.

“Do Brasil, a mais antiga é de 1814, que é uma moeda de prata com o brasão de armas do Império Português. Tem uma do Brasil colônia, que é a segunda mais antiga, bem grande e que é de 200 réis, além de outras da época da ditadura miliar, moedas comemorativas da redemocratização e pré-Real”, explica.

À esquerda e no centro, frente e verso de uma moeda dos anos 1970 em comemoração aos dez anos do Banco Central. À direita, moeda em celebração ao centenário da proclamação da República no BrasilÀ esquerda e no centro, frente e verso de uma moeda dos anos 1970 em comemoração aos dez anos do Banco Central. À direita, moeda em celebração ao centenário da proclamação da República no Brasil | Foto: Acervo pessoal

Stephan diz que hoje nem tem mais espaço para guardar ainda mais moedas, embora mantenha o desejo de conseguir uma rara, do Império Romano: “seria completar a coleção dos sonhos”, pondera.

Mas, por que guardar tanto dinheiro antigo? Para Stephan, é uma forma de ter um pedacinho do passado nas mãos.

“A moeda fez história, representa um período para aquele país a qual ela sempre esteve em circulação. Então, isso sempre vai me motivar a colecionar”, revela.

Colecionadores estão com os dias contados?

Em tempos de cartão de crédito virtual, Pix, bitcoin e criptomoedas em geral, o historiador acredita que o dinheiro físico não vai acabar tão cedo.

Pode haver uma desvalorização grande e ser mais seguro investir em criptomoedas, mas acredito que a moeda física nunca vai deixar de existir. Se acabar um dia, vai demorar muito. Nossa geração não vai ver isso acontecer.

Essa avaliação é bem parecida com a da Casa da Moeda do Brasil. “A priori, não vemos ainda uma mudança radical. É algo que pode acontecer ao longo de algumas décadas”, diz Camila Siston, porta-voz da instituição.

Produção de dinheiro físico no Brasil bateu recorde

Durante a pandemia, por exemplo, a necessidade de pagamento do Auxílio Emergencial levou a fabricação de dinheiro a bater recorde no país, especialmente de cédulas, e houve a criação até de uma nova: a de R$ 200.

Ao todo, foram impressas 2,28 bilhões de notas do Real no ano passado. No caso das moedas, houve uma ligeira queda no período, mas foram produzidas 618,8 milhões.

Volume de dinheiro produzido no Brasil está em alta por conta da pandemiaVolume de dinheiro produzido no Brasil está em alta por conta da pandemia | Foto: Banco de Imagem

Essa demanda também é internacional. A própria Casa da Moeda tem capacidade para produzir em um complexo industrial em Santa Cruz, no Rio, que é o maior do gênero na América Latina e um dos maiores do mundo, dinheiro para outros países, como Argentina e Paraguai.

Mas isso não significa que essa instituição de 328 anos não esteja se preparando para um futuro virtual.

“Hoje, a Casa da Moeda participa das discussões junto ao Banco Central sobre o Real digital e sobre como participar desse mundo das moedas digitais. É um laboratório de inovações financeiras e tecnológicas”, afirma Camila.

Fachada do Museu da Casa da Moeda no centro do Rio de JaneiroFachada do Museu da Casa da Moeda no centro do Rio de Janeiro | Foto: Divulgação/Casa da Moeda do Brasil

E enquanto o papel e o metal não são substituídos de vez pelo mundo da internet, os colecionadores podem ficar tranquilos.

Para os colecionadores, existe o Clube de Medalha. Um site virtual da própria Casa da Moeda que vende itens exclusivos e edições limitadas de alguns produtos feitos pela instituição, incluindo as moedas comemorativas do Real.

A instituição também mantém um grande acervo das inúmeras moedas que o Brasil já teve no Museu da Casa da Moeda, no centro do Rio. No parque industrial de Santa Cruz também é possível acompanhar como tudo é fabricado nos dias atuais.

“A ideia é reabrir (o museu e a fábrica) à visitação assim que a pandemia permitir”, finaliza Camila.

Veja outras notícias das Regiões Serrana e dos Lagos do Rio no Portal Multiplix.


É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos do Portal Multiplix, por qualquer meio, salvo prévia autorização por escrito.
TV Multiplix
TV Multiplix Comunicado de manutenção TV Multiplix Comunicado de manutenção
A TV Multiplix conta com conteúdos exclusivos sobre o interior do estado do Rio de Janeiro. São filmes, séries, reportagens, programas e muito mais, para assistir quando e onde quiser.