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Filme, livro e chegada de coração de Dom Pedro I são algumas das celebrações pelos 200 anos da Independência

Confira fatos marcantes desse momento relevante para a história do Brasil

Por Nai Frossard
07/09/22 - 09:37
Filme, livro e chegada de coração de Dom Pedro I são algumas das celebrações pelos 200 anos da Independência Cauã Reymond é Dom Pedro I no cinema | Foto: Divulgação/A Viagem de Pedro

O bicentenário da Independência do Brasil apontou os holofotes para o principal figura de um dos acontecimentos mais marcantes da história do Brasil, Dom Pedro I. Polêmico, ele é considerado herói para uns e boêmio para outros. Dom Pedro I despertou sentimentos intensos e opostos dos dois lados do Atlântico e, 200 anos depois de ter proclamado a Independência do Brasil, a sua figura e o seu coração continuam causando controvérsias.

O ensaio ‘A Incrível História de D. Pedro IV’, do jornalista e escritor Laurentino Gomes, foi publicado neste mês na revista portuguesa ‘Visão’ e traça um perfil do primeiro imperador do Brasil. Laurentino, que ganhou o prêmio Jabuti quatro vezes, é autor dos livros ‘1808’, ‘1822’, ‘1889’, e da trilogia ‘Escravidão’ (em que o terceiro volume foi lançado em junho deste ano).

Para os portugueses, Pedro IV, para os brasileiros, Pedro I. O coração preservado numa ânfora de cristal na Igreja da Lapa, na cidade de Porto, em Portugal: os ossos depositados numa urna de granito negro no mausoléu do Ipiranga, em São Paulo. Em alguns livros de história, um herói destemido; em outros, um homem boêmio, irresponsável e escandaloso.

Retrato de D. Pedro I atribuído a Simplicio Rodriges de Sá, no Museu ImperialRetrato de D. Pedro I atribuído a Simplicio Rodriges de Sá, no Museu Imperial | Foto: Reprodução/Wikipedia

Laurentino Gomes questiona a data mais importante para celebrar a Independência do Brasil. Alguns historiadores defendem, como informa o escritor, que é o dia 8 de março de 1808, quando Dom João chegou ao Rio de Janeiro e o Brasil então começa a ser independente. Outros defendem que foi em 1815, a criação do Reino Unido.

Eu diria assim: o ‘Dia do Fico’, no dia 9 de janeiro de 1822, foi um rompimento formal. Ali realmente não dá para voltar! Por que Dom Pedro I desobedece às ordens da corte de Portugal e decide ficar no Rio de Janeiro. Então ele passa a atuar como chefe de um estado independente. E tem o grito do Ipiranga, que hoje tem um caráter muito simbólico.

Oficialmente, a data comemorada para Independência do Brasil é de 7 de setembro de 1822, ocasião em que ocorreu o evento conhecido como o Grito do Ipiranga, às margens do riacho Ipiranga, na atual cidade de São Paulo. Em 12 de outubro de 1822, o príncipe foi aclamado D. Pedro I, Imperador do Brasil, sendo coroado e consagrado em 1º de dezembro de 1822, e o país passou a ser conhecido como o Império do Brasil.

Independência ou Morte é uma pintura do artista brasileiro Pedro AméricoIndependência ou Morte é uma pintura do artista brasileiro Pedro Américo | Foto: Reprodução/Pintura Pedro Américo/Wikipedia

Coração

Em agosto, o coração de Dom Pedro I saiu de Portugal pela primeira vez, rumo ao Brasil, como parte das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil. A relíquia com 187 anos, embalsamado e dentro de uma urna dourada, chegou ao país pela Força Aérea Brasileira (FAB) e foi recebido em Brasília, com honraria destinada a chefes de Estado.

Coração embalsamado de Dom Pedro I está no BrasilCoração embalsamado de Dom Pedro I está no Brasil | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A negociação para trazer o coração embalsamado de Dom Pedro foi feita pelo coordenador do grupo de trabalho do Itamaraty para o bicentenário da Independência, o embaixador George Monteiro Prata.

Eu vejo a vinda do coração como uma oportunidade de homenagearmos a figura central do processo de Independência do Brasil. Foi Dom Pedro quem outorgou nossa primeira Constituição. Com essa homenagem, celebramos também o país que nos tornamos.

Pedro despertou ódios e paixões com igual intensidade. Em 1822, era amado entre os brasileiros e odiado pelos portugueses. Em 1831, ao abdicar do trono brasileiro a situação inverteu-se. A Independência do Brasil foi o processo histórico de separação entre Brasil e Portugal, que se estendeu de 1821 a 1825, colocando em violenta oposição as duas partes.

Pedro no Cinema

A vida de Dom Pedro I também ganhou uma versão recente para o cinema. “A Viagem de Pedro”, escrito e dirigido por Laís Bodanzky chegou aos cinemas junto com as comemorações do bicentenário, no dia 1 de setembro. Protagonizado pelo ator Cauã Reymond, esse é o primeiro longa-metragem histórico da diretora.

O filme conta a vida privada de Dom Pedro I, o momento em que o ex-imperador retorna para Portugal, em 1831, fugindo de ser apedrejado pelos brasileiros, nove anos depois de proclamar a Independência do Brasil. A viagem descontrói a imagem de herói de Dom Pedro I, além de abordar questões importantes de gênero e raça.

Diante de sua abdicação ao trono do Brasil, esse é um momento de profunda reflexão para D. Pedro I, que pondera os erros e acertos de sua administração, desde o momento em que chegou no país com sua família aos 10 anos de idade, em 1808. “A Viagem de Pedro” toca em assuntos delicados sobre o imperador do Brasil, enquanto volta para a Europa.

'A Viagem de Pedro' foi lançado esse mês'A Viagem de Pedro' foi lançado esse mês | Foto: Divulgação/A Viagem de Pedro

Dicionário da Independência

Para entender melhor o bicentenário, o escritor Eduardo Bueno lançou recentemente o ‘Dicionário de Independência – 200 anos e 200 verbetes”, da Editora Piu.

Bueno escreve em seu livro, por exemplo, sobre a carta da princesa regente, Leopoldina, que era presidente do conselho de estado, para Dom Pedro I. Eduardo Bueno comenta:

Ela que estava mandando no Brasil e escreveu uma carta no dia 2 de setembro para Dom Pedro, que estava em são Paulo. Era quase um decreto da independência, e dizia algo como ‘Pedro vamos separar de Portugal’, cinco dias antes de Dom Pedro dar o brado do Ipiranga.

A história de Dom Pedro I e as duas palavras bem poderosas, que ficaram famosas e que ainda ressoam com toda a força - “Independência ou morte” - mostram que ainda existem muitos prismas para olhar a história do país e, principalmente, aprender, reconhecer e identificar o valor de cada acontecimento vivido pelos brasileiros.

Um valor que pode ser construído e direcionado na independência e crescimento do povo do lado de cá do oceano Atlântico. Que Dom Pedro I o herói em cada cidadão e que o seu valor real seja atualizado e não fique apenas cunhado numa moeda de dez centavos.

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