Análise da Firjan aponta que Região Serrana do Rio teve menor índice de investimentos do estado
IFGF estuda contas de mais de 5.000 municípios brasileiros; na serra, Trajano de Moraes e São Sebastião do Alto registraram desempenhos mais críticos

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou nesta semana a nova edição do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF). A pesquisa, que analisa as contas de 5.129 municípios brasileiros, apontou que a Região Serrana fluminense teve o menor índice de investimento do Rio, em dados referentes a 2024.
No estudo, foram analisadas 13 cidades da Região Serrana do Rio, que, juntas, alcançaram IFGF médio de 0,5710 ponto, resultado próximo ao observado na média dos municípios fluminenses (0,5587).
De acordo com a Firjan, a avaliação dos indicadores mostra que a área apresentou bons resultados em Autonomia (0,6480) e alta Liquidez (0,7778), que foram os maiores resultados entre as regiões do estado, o que indica boa capacidade de gerar receitas próprias e cumprir com folga as suas obrigações financeiras.
O desempenho em Gastos com Pessoal (0,6660) mostra que boa parte dos municípios tem baixo comprometimento do orçamento com despesas obrigatórias.
No entanto, o grande ponto de fragilidade da região está no nível crítico de Investimentos (0,1921 ponto), o menor do estado.
Embora, o ambiente fiscal tenha sido favorável, segundo a Firjan, os municípios da Região Serrana não conseguiram converter essa situação em mais investimentos públicos.
O presidente da federação, Luiz Césio Caetano falou sobre a situação:
Chama ainda mais atenção o fato de que esse péssimo resultado foi em momento de conjuntura econômica favorável no país em 2024 e maior repasse de recursos para os municípios. Toda a sociedade precisa acompanhar e cobrar dos gestores maior compromisso com o dinheiro público. Não podemos aceitar esse cenário.
No recorte individual, Cordeiro ficou em primeiro lugar, seguido de Petrópolis e Santa Maria Madalena.
Já Trajano de Moraes e São Sebastião do Alto tiveram os piores índices.
Mais abaixo será possível conferir com detalhes a pontuação de cada município da Região Serrana.
Como funciona a pontuação
O IFGF busca apresentar "uma radiografia completa da situação das contas públicas municipais", como informa a Firjan.
O índice leva em conta dados declarados pelas próprias prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e é composto por quatro indicadores:
- Autonomia - Verifica se as receitas oriundas da atividade econômica do município suprem as despesas essenciais para o funcionamento da máquina pública local.
- Gastos com Pessoal - Mostra quanto os municípios gastam com o pagamento de pessoal em relação ao total da receita corrente líquida.
- Investimentos - Mede a parcela da receita total dos municípios destinada aos investimentos.
- Liquidez - Aponta a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os recursos em caixa disponíveis para cobri-los no ano seguinte.
A pontuação final varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próxima de 1 melhor a gestão fiscal do município.
A análise estabelece ainda valores de referência, em quatro conceitos:
- Gestão de Excelência: resultados superiores a 0,8 ponto.
- Boa Gestão: resultados entre 0,6 e 0,8 ponto.
- Gestão em Dificuldade: resultados entre 0,4 e 0,6 ponto.
- Gestão Crítica: resultados inferiores a 0,4 ponto.
Área de cobertura do Portal Multiplix
Na análise do IFGF da Região Serrana do Rio, de 13 municípios, 11 são da área de cobertura do Portal Multiplix.
Tabela ilustra pontuação do IFGF na Região Serrana do Rio de Janeiro, segundo a Firjan | Foto: Reprodução/Firjan
Cordeiro se destaca em primeiro lugar, com a pontuação em 0,7245, garantindo o conceito de Boa Gestão. Petrópolis aparece em segundo, com 0,7142.
Na terceira posição da tabela geral está Santa Maria Madalena, com 0,6860, também classificada como Boa Gestão.
Além dessas três cidades, outras quatro ficaram com a pontuação acima de 0,6: Duas Barras - 0,6408, Cantagalo - 0,6201, Bom Jardim - 0,6171 e Macuco - 0,6043.
Já Nova Friburgo, com 0,5928, Cachoeiras de Macacu, com 0,5815, pertencente à Região Metropolitana para o portal, Teresópolis, com 0,5729, e São José do Vale do Rio Preto, com 0,4683, ficaram categorizados como Gestão em Dificuldade.
Os municípios de Trajano de Moraes, com 0,3592, e São Sebastião do Alto, com 0,2414, tiveram os índices mais baixos, sendo classificadas como Gestão Crítica.
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