Em que pé está o projeto que vai transformar o Willisau Center em museu?

Em setembro de 2018, o Portal Multiplix noticiou a intenção da Igreja Católica de transformar o Willisau Center – de propriedade da Mitra Diocesana –, em Nova Friburgo, em um museu de arte sacra. Apesar do atraso no cronograma, o projeto segue sendo tocado em parceria com a Fundação Dom João VI, instituição que cuida do patrimônio histórico do município.

“O cronograma do projeto teve um pequeno atraso, pois estamos realizando o inventário e, antes de iniciar a construção, vamos lançar um catálogo com todas as peças que serão expostas no museu. Então, atualmente, estamos focados na produção deste catálogo que tem muitos itens porque a Diocese de Nova Friburgo é a 2ª maior do estado. Em seguida, vamos em busca de parceiros e captação de recursos”, destaca o presidente da Fundação Dom João VI, Luiz Fernando Folly, em entrevista ao portal.

Luiz Fernando afirma ainda que a previsão de entrega do catálogo é para o primeiro semestre de 2020. Já a busca das parcerias para financiar o projeto deve ser iniciada no segundo semestre do ano que vem.

A Mitra Diocesana também confirmou ao Portal Multiplix, via e-mail, que o projeto segue em andamento. “O projeto do museu segue em plena conformidade com as expectativas da Cúria Diocesana de Nova Friburgo, no âmbito da Fundação Dom João VI, mas ainda não existe previsão para o início das obras porque isto não depende somente da proprietária do imóvel”, diz trecho da nota.

Locatários do Willisau Center dizem que ainda não foram comunicados oficialmente

Se, por um lado, a preparação para o museu segue a todo vapor, por outro, locatários de estabelecimentos que funcionam no Willisau Center alegam não terem sido comunicados oficialmente pela Mitra Diocesana sobre a necessidade de saída do espaço comercial.

O gerente de um dos estabelecimentos do Willisau, que preferiu não se identificar, destaca que não houve nenhum comunicado formal por parte da Igreja Católica, e que há, apenas de maneira verbal, a informação sobre o desejo de se construir o museu.

O inquilino de outra loja do empreendimento também confirma que não houve comunicado formal e diz que os locatários seguem aguardando uma definição por parte da Mitra para saber o destino de seus estabelecimentos, mas ressalta ainda que entre os inquilinos também não houve nenhuma reunião para se posicionar sobre a questão.

A reportagem questionou a Mitra sobre a situação dos locatários. Em nota, a instituição disse apenas que “em 12 de dezembro de 2018 foi emitido comunicado para os locatários, no qual a proprietária Mitra Diocesana de Nova Friburgo se dispôs a promover aviso prévio rescisório, por escrito, com antecedência de 12 (doze) meses da data final à restituição das lojas ocupadas, a permitir o início das obras internas de adaptação de todo o prédio”. Contudo, a instituição não especificou se o comunicado foi verbal ou por escrito.

O projeto do museu

O museu de arte sacra vai reunir peças e artigos que contam a história da Diocese de Nova Friburgo como esculturas, imagens, documentos e peças. De acordo com a Fundação Dom João VI, boa parte das peças virá do acervo pessoal do bispo diocesano Dom Edney Gouvêa Mattoso e artigos de seus antecessores, como Dom Alano Maria Pena e Dom Rafael Llano Cifuentes.

Segundo Luiz Fernando Folly, o prédio atual do Willisau foi fundado na metade do século XIX e era a casa do Comendador Francisco Clemente Pinto, primo do Barão de Nova Friburgo, e sócio dele em fazendas de produção cafeeira daquele tempo.

O historiador conta ainda que o jardim da casa se estendia até ao local onde hoje fica a rua José Eugenio Muller e que ali funcionava um colégio, com o espaço sendo doado pelo município à Diocese nos anos 30.