Carnavalesco campeão em São Paulo fala do orgulho de representar Nova Friburgo
Jorge Freitas fala da paixão pela cidade serrana e da emoção de levar a Mancha Verde ao seu primeiro título
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A luta pelos direitos de mulheres e negros fez de um friburguense radicado na maior cidade do Brasil chegar ao topo do Carnaval paulistano: o carnavalesco Jorge Freitas, de 56 anos, levou, neste ano, a Mancha Verde (oriunda da torcida organizada ligada ao Palmeiras) ao seu primeiro título da história na cidade de São Paulo.
Jorge Freitas foi professor e regente do Colégio Nossa Senhora das Mercês, em Nova Friburgo. Ao falar da cidade, ele afirma fazer questão de manter suas raízes e que levou muito do que aprendeu em Nova Friburgo para o Carnaval de São Paulo.
“Eu sempre faço questão de dizer no desfile que sou um friburguense, pois, gosto de manter e valorizar minhas origens. Muito do meu diferencial de motivar o integrante da escola e tentar tirar o melhor de cada um eu trouxe de Nova Friburgo. Eu vivo em São Paulo, mas sigo um apaixonado pela minha cidade”, afirma.
Na Mancha Verde, o friburguense desenvolveu o enredo sobre Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares. Ele destaca que sempre gostou de trabalhar o lado social e que este enredo tem o objetivo de falar de algo atual: as lutas por igualdade da mulher e do negro.
“O inconsciente tramita muito nas coisas atuais e busquei inspiração nas lutas sociais. E nada melhor que falar de uma mulher negra como a Aqualtune, uma princesa que virou escrava e lutou pelos direitos tanto das mulheres quanto dos negros. O desfile foi um momento de expressar que a luta, de forma coletiva, deve sempre persistir”, destaca.
Ele falou da emoção de conquistar o primeiro título da história da agremiação ligada ao Alviverde Paulista.
“A conquista do título foi um momento histórico para a escola, que cresceu e precisava dele. Eu já vinha conversando com a presidência, mas para fazer um Carnaval ao estilo do Jorge Freitas, era necessário um investimento grande. Com o aporte da mesma patrocinadora do clube, a escola cresceu e conseguimos transformar isso em título. A Mancha precisava dessa conquista”, relata.
“O Carnaval de São Paulo cresceu muito e existe um investimento muito grande. Tentamos fazer um trabalho social contando com o apoio do poder público. Neste ano, o maior carro alegórico do Carnaval foi o abre-alas da Mancha”, conclui.
O carnavalesco iniciou sua carreira no carnaval carioca, passando por Arranco do Engenho de Dentro e Vila Isabel, tendo passado pela Portela em 2004. Em 2000 chegou à escola Gaviões da Fiel ligada à torcida organizada do Corinthians, tradicional clube de São Paulo. Na agremiação, Jorge conquistou os títulos nos anos de 2002 e 2003 no Grupo Especial e campeã do Grupo de Acesso nos anos de 2005 e 2007. Em 2008 foi para as Rosas de Ouro, onde conquistou o título do Grupo Especial em 2010, assim como ocorreu em 2016 na Império de Casa Verde. Jorge ainda teve um carnaval na escola Pérola Negra.