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Mais raios no céu de Nova Friburgo: Inpe registra 7.237 descargas elétricas no último mês

Saiba o que fazer para evitar riscos quando ocorrem tempestades, raios e relâmpagos

Por Nai Frossard
15/02/23 - 16:07
Mais raios no céu de Nova Friburgo: Inpe registra 7.237 descargas elétricas no último mês Jackson Klein fotografou os raios no céu de Friburgo na noite de segunda-feira | Foto: Jackson Klein

Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas, qual o risco que a queda de um raio causa? Com as chuvas frequentes no Estado do Rio de Janeiro, e problemas isolados com as descargas elétricas, a pergunta fica no ar.

Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, um temporal e a queda de um raio em uma casa, recentemente, causou um incêndio no imóvel localizado no bairro Amparo, em Nova Friburgo. Ninguém ficou ferido.

Na tarde de terça-feira, uma casa no bairro Varginha pegou fogo. A suspeita dos moradores é que a causa também tenha sido a queda de um raio, mas o Corpo de Bombeiros não confirmou a informação.

No dia 7, um homem morreu em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio, após ser atingido por um raio.

A probabilidade média de uma pessoa morrer atingida por uma descarga elétrica dessas no Brasil, ao longo de toda a sua vida, é de uma em 25 mil, considerando uma expectativa de vida em torno de 75 anos.

Na última sexta-feira, dia 10, um registro do fotógrafo Fernando Braga viralizou na internet. Ele captou o exato momento que um raio caiu em cima de um dos maiores cartões postais do Brasil, o monumento do Cristo Redentor.

Imagem do raio no Cristo Redentor viralizouImagem do raio no Cristo Redentor viralizou | Foto: Fernando Braga

Os raios têm sido vistos com mais frequência e, de acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a incidência das descargas elétricas no céu de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, aumentou.

Foram registrados pelo Inpe 7.237 raios em janeiro desse ano na cidade. Quase o dobro do que foi notificado em 2022, quando ocorreram 4.062 descargas elétricas no céu friburguense.

Esse fenômeno celeste que causa sensações paradoxais, de medo e deslumbramento, foi registrado por um outro fotógrafo, o friburguense Jackson Klein. De um ponto alto na cidade, ele fotografou o céu riscado de raios na noite de segunda-feira, depois de uma tempestade.

Jackson contou que não é difícil fazer foto dos raios no céu, mas é necessário ter uma noção de fotografia para configurar uma câmera. “Mas essa foto fiz de uma câmera de ação, a gopro, e saiu esse resultado”, disse o fotógrafo.

Segundo o doutor em geofísica espacial e coordenador do Elat, do Inpe, Osmar Pinto Júnior, esse aumento de raios pode ser fruto da intensificação de tempestades no Brasil. Mas ele ressalta:

É necessário analisar os dados dos próximos anos para constatar a causa desse crescimento.

Intensidade típica de um raio é de 20 mil ampèresIntensidade típica de um raio é de 20 mil ampères | Foto: Fernando Braga

O que é um raio e como ele se forma?

De acordo com o Inpe, raio é o nome designado para um relâmpago que atinge o solo. Os relâmpagos são descargas atmosféricas de grande intensidade que ocorrem dentro das nuvens de tempestade – também conhecidas como nuvens Cumulonimbus – a partir de cargas elétricas provocadas pelo atrito entre partículas de gelo.

Quando o campo elétrico produzido por essas cargas excede a capacidade isolante do ar, a descarga elétrica se forma. Relâmpagos também podem ocorrer no interior de uma nuvem, entre duas nuvens ou de uma nuvem para o ar.

A intensidade típica de um raio é de 20 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico.

O trovão, por sua vez, é o barulho produzido pelo deslocamento do ar na região da atmosfera onde a corrente elétrica do raio circula.

Como os raios podem atingir uma pessoa?

Os raios atingem e matam mais de forma indireta, por meio de correntes que vêm pelo chão ou por objetos próximos.

Estar embaixo ou próximo de uma árvore é um exemplo no qual muitas pessoas são atingidas indiretamente por uma descarga lateral, que se desloca do ponto atingido e encontra no corpo humano um caminho menos resistente para chegar ao solo.

Ranking no Brasil

As estatísticas mostram que a cada 50 mortes por raios no mundo, uma é no Brasil, o país campeão mundial em incidência de raios, atingido por 78 milhões de descargas atmosféricas por ano.

Em média, o fenômeno mata no país 110 pessoas, deixa mais de 200 feridos e causa, a cada ano, prejuízos de um bilhão de reais.

Em que época do ano os raios matam mais?

Em 20 anos – 2000 a 2019 – 43% das mortes por raios ocorreram no verão e 33% durante a primavera.

Esses são os períodos do ano em que as altas temperaturas e umidade do ar favorecem a formação de tempestades e raios.

Como se proteger?

O Elat analisou as mortes causadas por raios no Brasil nos últimos 20 anos – 2000 a 2019 – e aperfeiçoou as orientações de proteção contra os raios.

A atividade agropecuária concentra a maior parte das mortes causadas por raios no Brasil: 26% dos casos.

O que não fazer sob os riscos de uma tempestade na área rural?

  • Colher frutas, abrigar-se ou caminhar perto de árvores;

  • Ficar próximo a animais ou andar a cavalo;

  • Ficar próximo a cerca de arame;

  • Carregar ou ficar próximo a objetos metálicos pontiagudos, como enxadas, pás e facões;

  • Ficar próximo de veículos, como tratores, carros ou dentro de carroceria de caminhão;

  • Abrigar-se em áreas cobertas, que protegem da chuva, mas não dos raios, como varandas, barracos e celeiros.

Outras recomendações:

  • Continuar jogando futebol ou permanecer no campo;

  • Caminhar em áreas descampadas, como terreno baldio, cemitério e canteiro de obra;

  • Caminhar ou ficar parado em rodovias, ruas ou estradas;

  • Subir em locais altos, como telhados, terraços e montanhas;

  • Ficar próximo a varal de metal, antena ou portão de ferro.

O que não fazer dentro de casa:

Embora durante uma tempestade seja mais seguro estar dentro de casa do que ao ar livre, essa é segunda circunstância em que mais morrem pessoas por raios no Brasil, com 21% das fatalidades.

  • Utilizar equipamentos elétricos ligados à rede elétrica ou ficar perto de tomadas;

  • Falar ao telefone com fio ou utilizar celular conectado ao carregador;

  • Tomar banho em chuveiro elétrico;

  • Ficar próximo a janelas e portas metálicas;

  • Ficar próximo à rede hidráulica (torneiras e canos).

Veja as opções mais seguras de abrigo para qualquer cenário:

  • Entre em um veículo não conversível e feche as portas e vidros, evitando contato com a lataria;

  • Entre em moradias ou prédios, mantendo distância das redes elétrica, telefônica e hidráulica, de portas e janelas metálicas;

  • Entre em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis;

Se não houver nenhum abrigo seguro por perto o Inpe recomenda:

  • Afaste-se de qualquer ponto mais alto e de objetos metálicos, mantenha os pés juntos e agacha-se até a tempestade passar;

  • Não fique deitado.

Como dizem os mais velhos, 'com a natureza, não se brinca', e para evitar acidentes e risco de vida, 'todo cuidado reunido, ainda é pouco'.

Mas, caso ocorra algum problema causado por raio, os moradores devem acionar o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil (199).

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