Maio Laranja: Cabo Frio promove caminhada de conscientização contra abuso infantil nesta quinta

Para marcar a luta e o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lembrado nesta quinta-feira, dia 18, a Prefeitura de Cabo Frio vai promover a 'Caminhada Maio Laranja', a partir das 9h.

A ação é coordenada pela Secretaria Municipal da Criança e do Adolescente (Secria) e conta com apoio da Secretaria Municipal de Educação e da Auto Viação Salineira.

Os alunos da Rede Municipal de Ensino e dos integrantes dos projetos Cidadão em Construção/Jovens Aprendizes da Salineira participam da ação que esse ano tem o tema 'Juntos somos mais fortes contra o abuso e a exploração sexual'.

A concentração para a caminhada vai acontecer na Praça da Cidadania, na Praia do Forte, em direção à região central da cidade.

Durante o percurso, a equipe da Secria entregará cartilhas e material explicativo para as pessoas.

O objetivo, segundo a secretária municipal da Criança e do Adolescente, Betânia Batista, é conscientizar as pessoas sobre a importância de identificar os casos de abuso sexual infantil e denunciar para as autoridades:

Queremos chamar a atenção da população para o fato de o abuso ser muitas vezes silencioso e praticado por pessoas muito próximas das crianças e jovens. Por essa razão, todos devem estar atentos aos sinais e, diante de qualquer suspeita, denunciar às autoridades, para que as devidas medidas sejam tomadas. Em maio, o assunto ganha o reforço desta campanha, momento em que podemos levar a temática para as pessoas, propondo uma reflexão.

Números assustam em Cabo Frio

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), no ano passado, foram registrados 68 casos de estupro de crianças e adolescentes entre zero e 17 anos.

Também houve um caso de assédio sexual, além de 15 de importunação sexual contra menores.

Caminhada realizada na Praia do Forte, em 2022 | Foto: Divulgação/Prefeitura de Cabo Frio Casos no Brasil

Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), nos quatro primeiros meses de 2023, foram registradas 69,3 mil denúncias e 397 mil violações de direitos humanos de crianças e adolescentes no país.

Dessas, 9,5 mil denúncias e 17,5 mil violações envolvem violências sexuais físicas, como abuso, estupro, além de exploração sexual e psíquicas.

Os dados mostram ainda que a casa da vítima, do suspeito ou de familiares está entre os locais que mais ocorrem os casos, foram quase 14 mil esse ano.

Outras 763 denúncias foram realizadas e 1,4 mil violações sexuais aconteceram na internet.

Houve também registros de exploração sexual, com 316 denúncias e 319 violações. Foram 375 registros de casos e 378 violações de estupro, além do abuso sexual físico, com 73 denúncias e 74 violações.

A violência sexual psíquica não fica de fora e já teve 480 denúncias e 631 violações.

Segundo dados da organização sem fins lucrativos, responsável pela campanha, três crianças são abusadas no Brasil, a cada hora, e cerca de 51% tem entre um a cinco anos de idade.

Como denunciar

De acordo com um levantamento da organização Maio Laranja, todos os anos, 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no país. Dados sugerem que apenas 7,5% desses casos são denunciados às autoridades.

Para denunciar existem alguns canais:

• Polícia Militar – 190
• Disque 100 – 100
• Samu – 192
• Ministério dos Direitos da Mulher, Família e Direitos Humanos – (61) 99656-5008
• Conselhos Tutelares locais

Maio Laranja

O dia 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e o maio laranja é uma iniciativa que visa dar visibilidade a este assunto.

Neste dia, em 1973, uma menina de oito anos de idade, chamada Araceli, foi sequestrada, drogada, violentada sexualmente e assassinada, em Vitória (ES).

Em 1991, os três réus acusados de matar a menina foram absolvidos e o crime permanece impune até hoje.

A partir de então, após a mobilização de instituições, houve a ideia de criar a data que, em 2000, foi aprovada e se tornou a Lei Federal 9.970/2000.

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