Comércio de Nova Friburgo sofre impactos após chuvas contínuas

O verão é a estação que muitos comerciantes apostaram para alavancar suas vendas, depois de amargarem um longo período de prejuízos causados pela pandemia. Mas a incidência de chuvas intermitentes em Nova Friburgo, na Região Serrana, trouxe a frustração. O movimento das lojas ficou seriamente comprometido. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio), as vendas em alguns segmentos despencaram em até 30%.

“As fortes chuvas, que deram raros dias de trégua desde outubro, tiram friburguenses das ruas, afastam clientes dos restaurantes, reduziram o fluxo de visitantes nos hotéis e pontos turísticos do município, como cachoeiras e corredeiras. No comércio, o problema atingiu toda a cadeia. Enfim, o transtorno é generalizado no nosso setor”, pontuou Braulio Rezende, presidente da instituição.

A ausência do astro rei na maior parte dos últimos meses fez a procura por óculos de sol cair abruptamente em uma ótica tradicional, que já está no mercado há 20 anos na cidade.

“A expectativa era de melhora nas vendas de óculos de sol. Pelo afrouxamento das medidas de isolamento, as pessoas estariam viajando, indo para praias, cachoeiras, e, com isso, a esperança era aumentar as vendas em até 20% em relação a dezembro de 2020, que foi um período de muito medo e isolamento social. Mas, de fato, não aconteceu essa melhora”, disse Caroline Bottini, proprietária da loja.

A expectativa desta loja era aumentar em 20% as vendas de óculos de sol, mas a chuva foi um entrave | Foto: Divulgação/ Óticas Bottini

O segmento de roupas femininas também sofreu um grande impacto. As saias e vestidos, roupas típicas da estação, quase não saíram da vitrine. Sérgio Vasconcelos, dono de uma conhecida loja de roupas no Centro de Friburgo, disse que a chuva atrapalhou consideravelmente o planejamento das vendas.

“Tivemos uma queda de 30% em comparação ao verão anterior ao da pandemia. Em um único dia que não choveu e vimos uma pequena mudança no clima, já percebemos um movimento maior na loja. A nossa aposta agora está nas promoções. A loja toda está com cinquenta por cento de desconto”.

Todos os produtos da linha verão estão com 50% de desconto nesta loja | Foto: Divulgação/ Loja Eros

Quem também aposta nas liquidações para recuperar o prejuízo é o setor de calçados. Heitor Rapizo é supervisor de uma rede de sapatarias e acredita que o período foi árduo para os lojistas.

“Viemos com dois anos de pandemia, cheios de dificuldades e incertezas. E quando o setor se enche de esperança para alavancar uma recuperação, aí vem um verão chuvoso. Consequentemente, o uso de rasteiras e sandálias, por exemplo, não sobressaiu. Tivemos uma queda de 15 a 20%, em relação a 2020. Além das promoções, tentamos driblar a situação com a venda de bolsas e, inclusive, guarda-chuvas, apesar da baixa rentabilidade. Agora é torcer pra zerar o estoque e ter um inverno frio, de fato”.

A aposta dos lojistas para driblar o prejuízo é a queima de estoque | Foto: Divulgação/ Beto Calçados

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