Cafés produzidos na Região Serrana ficam entre os três melhores do estado do RJ

Quem não gosta de acordar e, antes de trabalhar, tomar aquele cafezinho? Na Região Serrana, com o frio costumeiro esta é uma ótima pedida. E para atender a esta demanda, o serviço de excelência vem aumentado e, consequentemente, sendo premiado pelo setor empresarial. Desta forma, dois produtores da Serra fluminense ficaram entre os melhores em um concurso estadual promovido pelo Sebrae Rio.

O grande vencedor foi o café Tassinari, de São José do Vale do Rio Preto, que obteve 87,31 pontos. Na segunda posição ficou Carlinda Vargas, de Varre-Sai, no Noroeste fluminense, com 86,25 na pontuação. No terceiro lugar, houve empate entre Everardo Tardin Erthal, de Bom Jardim, e Fidélis José de Oliveira Rodolphi, de Varre-Sai, ambos com 85,25 pontos.

As posições foram determinadas por uma comissão julgadora, formada por seis renomados baristas e coordenada pelo professor Flávio Meira Borém, da Universidade Federal de Lavras. Eles degustaram o café dos dez cafeicultores finalistas.

A família Tassinari produz café desde 1982. “Optamos por fazer um café natural e este resultado foi fruto de muito trabalho. Adubamos a área apropriadamente, desenvolvemos essa técnica com uma junção de vários fatores. Este café foi composto de vários pequenos lotes, todos da mesma área, com processos trabalhados naturalmente, e ficou muito bom”, disse o campeão, Paulo Tassinari.

O cafeicultor de Bom Jardim, já tem tradição no negócio e se diz satisfeito por estar entre os três melhores cafés do estado.

“Desde 1984 cultivo café, que é uma paixão de família. Sempre me interessei em aprimorar a qualidade do meu produto, tanto que em 2010 ganhei o concurso estadual com 82,5 pontos. Hoje fiquei na terceira posição, porém com uma pontuação maior (85,25), o que demonstra que não só o meu produto, mas também o dos concorrentes melhoraram de qualidade, o que fortalece a cafeicultura no estado”, ressaltou.

Para Lídia Espíndola, gestora estadual do projeto Vocações Regionais da Cafeicultura Fluminense do Sebrae Rio, o importante é dar visibilidade aos cafés especiais produzidos no estado.

“Nós precisamos divulgar o nosso produto para o trade, incluindo baristas, torrefadores, jornalistas, acadêmicos. Mostrar para esses atores que o Rio de Janeiro produz cafés especiais para, assim, atrair compradores. O resultado foi além das nossas expectativas”, comemora.

Todos os dez lotes finalistas foram vendidos no leilão que aconteceu após o anúncio da classificação final, com lance de R$ 600 para o 10º lugar e de R$ 12 mil para o primeiro colocado.

O Concurso

Promovido pelo Sebrae Rio, o concurso foi aberto para todos os produtores do estado, com inscrição gratuita. Cinquenta e quatro cafeicultores se inscreveram, 45 do Noroeste e 9 da Região Serrana. A seleção dos 10 melhores cafés foi realizada em quatro etapas – análise física e eliminatória, seguida de degustação, conforme a metodologia de análise sensorial de cafés especiais da SCA (Specialty Coffee Association).

Os dez cafeicultores finalistas foram: Carlinda Bendiade de Oliveira Vargas, Fidélis José de Oliveira Rodolphi, José Ferreira Pinto, Lázaro Silva Gualtieri Rosa, Marcos Fernando Pelegrini Menezes e Rafael José Duarte Fernandes (Noroeste Fluminense); Moacyr Carvalho R'lho, Everardo Tardin Erthal e Maria Adriana Monnerat Erthal (Região Serrana I – Nova Friburgo e entorno) e Inês Zoli Tassinari (Região Serrana II – Petrópolis e entorno).