Suspeito de ser autor dos disparos com arma de airsoft é preso em Nova Friburgo

Segundo informações da Polícia Civil, o suspeito de ser o autor dos disparos com arma de airsoft que atingiu várias vítimas em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, foi preso nesta terça-feira. O caso ganhou repercussão na última semana após o relato de cidadãos que foram atingidos pelos tiros.

Ainda de acordo com informações do delegado da 151ª DP (Nova Friburgo), Henrique Pessoa, o suspeito tem 30 anos e trabalha como instalador de tela de proteção. O delegado informa que o homem declarou que descartou a pistola de airsoft. O carro, do modelo Corolla, ficará apreendido.

Henrique Pessoa destaca que o possível autor do disparo não ficará preso em razão do delito ser de pequeno potencial ofensivo, classificado como lesão corporal de natureza leve.

O delegado titular da 151ª DP detalhou como a Polícia Civil chegou ao suspeito.

“Os agentes policiais o identificaram no sábado. Havia uma diligência em conjunto com a PM que tinha alguns números do carro dele. Jogando esses números no sistema, encontramos o endereço dele e lá achamos o carro”, revela.

A orientação é que as vítimas que fizeram o boletim de ocorrência digital compareçam a delegacia para realização do exame de corpo de delito.

“Espero que essas vítimas compareçam à delegacia para fazer o exame e recebam uma guia que é a delegacia que dá. Caso elas não façam isso, o procedimento não vai seguir adiante porque vai faltar a prova da materialidade, que, neste caso, é a lesão corporal. E ela só é atestada pelo legista”, afirma o delegado.

Ainda de acordo com Henrique Pessoa, foram registrados um boletim físico e outros sete online, mas os feitos pela internet não possuem muitos detalhes, dificultando a investigação.

Suspeito teria feito disparos de dentro de um Corolla de cor prata | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nas redes sociais, há mais de vinte relatos de pessoas que dizem ter sido atingidas pelos disparos, que teriam sido efetuados de dentro de um carro, modelo Corolla, de cor prata.

Vítimas

A reportagem do portal conversou com uma das vítimas, uma estudante universitária, que preferiu não revelar o nome.

Ela conta que estava a caminho de casa na última quarta-feira, 27 de novembro, e, enquanto passava pela rua Monte Líbano, entre 16h e 17h, sentiu um impacto no antebraço direito.

“Estava mexendo no celular, distraída, e senti no antebraço uma pressão muito forte, que ardeu na mesma hora. Tomei um susto”, diz a estudante.

Mas a história não terminou aí. No dia seguinte, situação similar ocorreu com a irmã dela, no final da mesma rua.

“No caso dela bateu na perna e, logo, começou uma queimação. Ela notou que o disparo veio de um carro que vinha no sentido contrário”, afirma.

A estudante diz que só começou a ter noção de que poderiam ser disparos de arma de airsoft por meio das redes sociais, quando outros relatos começaram a surgir, na noite de quinta-feira, 28.

Ainda de acordo com a jovem, a marca do disparo permanece no corpo. “No dia, estranhei, cheguei olhar ao redor, mas não entendi o que havia ocorrido. Agora, ainda estou com a marca, um pouco vermelha no local”.

Ela diz que pretende registrar a ocorrência por meio do site da polícia civil. A irmã registrou boletim na delegacia na sexta-feira, 29, acompanhada do pai.

Homem é atingido duas vezes por disparos e encontra munição no chão

Jorge Leite, de 63 anos, é funcionário público e foi atingido duas vezes pelos disparos em um intervalo de uma semana. Nas duas ocasiões ele estava trabalhando no Alto das Braunes.

“Na semana passada, estava de costas para a rua e senti como se fosse uma pedrada embaixo do braço direito”, afirma Jorge, que diz ter visto um veículo de cor prata passar.

Ele afirma ainda que, na hora, nem veio na cabeça que poderia ser um tiro disparado de dentro do automóvel. “Pensei que pudesse ser uma pedra que o carro passou e acabou atirando em mim”.

Bolinha de plástico como as usadas como munição em armas para a prática de airsoft | Foto: Arquivo pessoal/Jorge Leite