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Oito de Março: por que as mulheres têm uma data só para elas?

Dia Internacional da Mulher teve origem em manifestações e passeatas realizadas por mulheres na busca por respeito e direitos iguais

Por Sara Schuabb
08/03/19 - 09:13
Oito de Março: por que as mulheres têm uma data só para elas? Dia 8 de março é reconhecido como Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas desde 1977 | Foto: Banco de Imagem

O Dia Internacional da Mulher é celebrado no dia 8 de março em vários países, inclusive no Brasil. Porém, mais do que se preocupar em presenteá-las com flores e chocolates, a data é um convite à reflexão sobre o papel e o empoderamento da mulher na sociedade - suas lutas, conquistas, valores e direitos a serem exercidos enquanto cidadã protagonista da história.

Algumas fontes dizem que a celebração teria surgido no início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, em um contexto de lutas por melhores condições de vida e trabalho e pelo direito ao voto. Segundo registros, o primeiro dia celebrado foi nos Estados Unidos, em maio de 1908, quando mais de 1.500 mulheres se uniram para lutar por igualdade política e econômica no país.

Na Europa, em 1910, Clara Zetkin e Luise Zietz, militantes do Partido Social Democrata alemão, propuseram a criação de uma jornada de manifestações por igualdade de direitos durante a reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. O primeiro Dia Internacional da Mulher na Europa teria, então, sido realizado no ano seguinte, no dia 18 de março, em Viena, marcando também o aniversário de 40 anos da Comuna de Paris.

Nas primeiras décadas do século outro acontecimento de destaque foi o incêndio em uma fábrica de camisas em Nova York, ocorrido em 25 de março de 1911, que matou 129 mulheres que ficaram presas nas chamas. A partir do desastre foram levantados questionamentos sobre as más condições de trabalho nas indústrias.

De acordo com a professora de História, Lisia Cariello, a celebração mais significativa ocorreu em 1917, na Rússia.

Foi no dia 23 de fevereiro do calendário russo, dia 8 de março do calendário ocidental, em Petrogrado, quando mulheres se levantaram contra o custo de vida. A manifestação catalisou o movimento que pôs fim ao regime czarista. Muitas manifestações lembrando as mulheres russas viriam depois: em 1918 cerca de 3 mil mulheres austríacas protestaram contra a guerra no 8 de março; em 1922, a União Soviética estabeleceu feriado comunista no dia 8 de março; na década de 1930, a espanhola Isidora Dolores Ibárruri Gómez co-liderou uma manifestação do Dia Internacional da Mulher contra o regime franquista.

As mulheres também passaram a lutar pelo direito ao voto e à participação política. No Brasil, no dia 24 de fevereiro de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, após intensa campanha nacional, o voto feminino finalmente foi assegurado. Nos anos 60, o movimento feminista nos Estados Unidos ganhou corpo; em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e, em 1977, o dia 8 de março foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.

Lisia Cariello diz que, apesar das lutas organizadas das mulheres que consolidaram o Dia Internacional da Mulher no século passado, o que vemos hoje, principalmente através dos grandes meios de comunicação, é uma tentativa de associar esta data comercial a uma mulher frágil, “naturalmente” cuidadora, restrita a receber presentes.

"É imprescindível relembrar a história de lutas das mulheres para que esta memória não seja apagada. E, mais do que isso, para que as mulheres de hoje continuem lutando contra o machismo ainda tão enraizado na nossa sociedade, e, principalmente nas diferenças de tratamento no mundo do trabalho. Pelas mulheres de ontem, de hoje e de amanhã, celebramos o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras”, diz.


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