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Teresopolitano que participa de produção de 'John Wick 4' fala com exclusividade ao Portal Multiplix; filme estreia nesta quarta

Antonio Ribeiro conta sobre o rigor de trabalho no cinema hollywoodiano e o tempo necessário para ajustar as cenas do filme

Por Nai Frossard
22/03/23 - 10:09
Teresopolitano que participa de produção de  'John Wick 4' fala com exclusividade ao Portal Multiplix; filme estreia nesta quarta John Wick, com Keanu Reeves, estreia nesta quarta-feira | Foto: Reprodução/Lionsgate/John Wick 4: Baba Yaga

Nesta quarta-feira, dia 22, estreia nos cinemas brasileiros o novo filme de ação com o ator Keanu Reeves: ‘John Wick 4: Baba Yaga’.

E uma das pessoas que mais esperava esse lançamento é o teresopolitano Antonio Ribeiro. Ele fez parte da equipe que trabalhou na produção do filme, fazendo os efeitos visuais.

Antonio Ribeiro no Cinesphere em Toronto, primeira sala iMAX fixa do mundoAntonio Ribeiro no Cinesphere em Toronto, primeira sala iMAX fixa do mundo | Foto: Acervo/Antonio Ribeiro

O estúdio no qual Antonio Ribeiro trabalha como compositor digital começou a trabalhar nos efeitos visuais de ‘John Wick 4’ em julho de 2022. As cenas só foram concluídas no início de fevereiro de 2023.

Ele explica que foram cerca de 180 cenas e mais de 11 mil horas de trabalho, de uma equipe com mais de 100 pessoas.

Nome do artista entre os créditos do filmeNome do artista entre os créditos do filme | Foto: Reprodução/Lionsgate/John Wick 4: Baba Yaga

Para chegar ao resultado final, como conta Antonio, o trabalho é árduo e exige muitas horas de atenção e foco em detalhes:

Em geral, uma cena, dependendo da sua complexidade, pode ir e voltar para o supervisor mais de 20 vezes. Depois disso, ela vai para o cliente que pode aprová-la ou exigir mais correções ou alterações.

Produção exige muitas horas de trabalho para os efeitos especiaisProdução exige muitas horas de trabalho para os efeitos especiais | Foto: Reprodução/Lionsgate/John Wick 4: Baba Yaga

Nesse caso, explica ele, a cena volta e o processo se reinicia, até que ela passe por algumas pessoas, como o supervisor de composição, o supervisor de efeitos visuais, a checagem de qualidade e, só então, seja validada.

Mesmo depois que o cliente aprove a cena, ela ainda volta, mais uma vez, para uma outra checagem técnica final, onde são corrigidos pequenos problemas técnicos imperceptíveis para quem assiste, mas importantes para a qualidade superior do material final.

Atenção em cada detalhe no trabalho de efeitos visuais é ainda maior, diz RibeiroAtenção em cada detalhe no trabalho de efeitos visuais é ainda maior, diz Ribeiro | Foto: Reprodução/Lionsgate/John Wick 4: Baba Yag

A atenção aos detalhes é ainda maior, ressalta Antonio Ribeiro, já que o resultado do trabalho visto no monitor será ampliado dezenas de vezes ao ser exibido nas enormes telas de cinema ao redor do mundo.

Quando trabalhamos em séries também há uma atenção enorme aos detalhes, mas quando o produto final é um filme que irá pro cinema – e não somente streaming – esse cuidado é multiplicado cinco vezes mais, já que tudo ficará enorme na tela.

Morando em Toronto, no Canadá, há alguns anos, Antonio conta em qual parte do filme trabalhou:

Ficamos responsáveis, principalmente, por cenas da sequência final do filme. São cenas importantes que mostram o que aconteceu com os personagens. Algumas exigiram muito trabalho de substituição de fundo, modificação de cenário e, até mesmo, adição de sangue em alguns dos participantes das cenas.

Ele narra com empolgação e a gente logo faz a pergunta: teremos detalhes do filme ou não? Antonio responde categórico:

Não posso falar mais, para não dar spoilers.

Reeves faz quase todas as cenas de ação sem dublêReeves faz quase todas as cenas de ação sem dublê | Foto: Reprodução/Lionsgate/John Wick 4: Baba Yaga

De Teresópolis para o mundo

O artista digital Antonio Ribeiro, nascido em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, mudou para o Canadá em 2015.

Ele trabalha na indústria de efeitos visuais e já acumula uma série de títulos importantes em seu portfolio, como ‘Deuses do Egito’, ‘Logan’, ‘Invocação do Mal 2’, ‘Stranger Things’, ‘Umbrella Academy’, ‘Halo’, 'The Sandman', entre outros filmes e séries lançados mundialmente.

Após o término da pandemia, os estúdios estão investindo em produções com grandes imagens, som de alta qualidade e atmosfera característica para oferecer as sensações que o cinema causa nas pessoas.

De acordo com a sinopse oficial do novo filme do astro Keanu Reeves: “Com o preço por sua cabeça, cada vez maior, Wick leva a sua luta contra a 'Alta Cúpula' de forma global, enquanto procura as pessoas mais poderosas do submundo, de Nova Iorque a Paris, de Osaka a Berlim.”

Antonio Ribeiro não dá spoiler, mas confessa:

Cenas que assisti inúmeras vezes, ao longo de seis meses de trabalho, agora farão parte deste filme incrível. Foi um dos projetos que mais curti trabalhar em mais de sete anos na área de efeitos visuais.

Keanu Reeves e o diretor Chad Stahelski em ParisKeanu Reeves e o diretor Chad Stahelski em Paris | Foto: Reprodução/Lionsgate/John Wick 4: Baba Yaga

Keanu Reeves, que no filme é um famoso assassino de aluguel, recentemente se envolveu numa polêmica com os brasileiros, em uma entrevista com Danilo Gentili, no ‘The Noite’, do SBT.

Com bom humor, ele analisou como seria se o protagonista viesse ao Brasil para combater os criminosos: "Vir para o Brasil? Deve ser muito perigoso até para John Wick. Acho melhor ele vir para conhecer algumas pessoas e festejar”.

O ator revelou ainda que praticamente não usa dublê em seus filmes - é ele mesmo quem aparece em quase todas as cenas de ação.

A franquia do filme começou com ‘John Wick – De Volta Ao Jogo’ (2014) e ganhou duas sequências até agora, ‘John Wick: Um Novo Dia Para Matar’ (2017) e ‘John Wick 3: Parabellum’ (2019).

Todos os três filmes foram considerados sucessos de crítica e bilheteria.

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