Oscar 2019: quais são as suas apostas para a premiação?

Quem nunca se viu na batalha de Mordor em Senhor dos Anéis, viajando no Titanic ou correndo como Forrest Gump? A paixão pela magia do cinema sempre arrebatou diversos fãs pelo mundo e transformou os filmes citados em grandes sucessos de bilheteria, com outro ponto em comum: todos foram vencedores do Oscar de melhor filme nos anos de 2004, 1998 e 1995, respectivamente. Saber quem levará a estatueta na cerimônia do Oscar, que neste ano acontece no próximo domingo, dia 24 de fevereiro, a partir das 20h30, é motivo de curiosidade para os aficionados pelas telonas. Na cidade de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, o jornalista João Guilherme Xavier e o pedagogo e cineasta Leo Arturius são dois amantes da sétima arte e possuem lembranças da infância ligadas aos filmes e sempre acompanham a premiação.

Para João Guilherme, o interesse pelo cinema começou cedo em razão de que, nos anos 90, as crianças e jovens tinham o hábito de assistir os maiores sucessos cinematográficos na TV aberta após a escola. Ele afirma que acompanha todos os gêneros de filme e que o amor pelas películas aumentou a medida que as plataformas tecnológicas foram evoluindo. Sobre o Oscar, ele afirma que o interesse cresceu a partir do momento que começou a cursar Comunicação, em 2011.

Já para Leo Arturius, que possui sua própria produtora de cinema, os filmes e o cinema sempre fizeram parte de sua vida, pois na infância era levado pela mãe para assistir filmes nacionais como dos Trapalhões e da Xuxa, mas que o primeiro filme que o encantou foi um verdadeiro clássico: Batman, de 1989, dirigido pelo renomado Tim Burton. Ele revela também que lembra de acompanhar o Oscar desde criança, quando o irmão reunia os amigos para assistir a cerimônia em casa.

Os dois aficionados por filmes revelam que já participaram ou participam de grupos para cinéfilos e que tentam “maratonar” os filmes indicados nas principais categorias.

Apostas para o Oscar 2019

Neste ano, oito filmes foram indicados para a categoria principal do Oscar, a de melhor filme: Bohemian Rhapsody, A Favorita, Pantera Negra, Roma, Vice, Infiltrado na Klan, Green Book: O Guia e Nasce uma Estrela.

O Oscar, que é a premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, fundada em Los Angeles (EUA), em 1937, possui ainda outras 23 categorias. Os filmes mais indicados na edição deste ano são “A Favorita” e “Roma”, postulando a dez estatuetas cada um.

Para João Guilherme, os favoritos são mesmo “Roma” e “A Favorita”, mas ele aproveita para revelar a torcida por outro concorrente: o filme “Infiltrado na Klan”.

“Achei as escolhas dessa edição muito boas. Os filmes ‘A Favorita’ e ‘Roma’ foram os que receberam mais indicações dessa vez, cada um concorrendo a 10 categorias das 24 do prêmio. Gosto muito desses dois filmes e eles estão no meu top 3, mas a minha torcida para Melhor Filme vai para ‘Infiltrado na Klan’. Mesmo que tenha sido indicado, acho que as chances de levar a estatueta são poucas, mas entre todos esse foi o filme que mais me fez refletir e por isso a minha torcida é por ele.”, declara.

Já o cineasta Leo Arturius analisa que “Roma” é sua principal aposta para ficar com a estatueta na categoria de melhor filme ao falar de um tema central, que é o abandono, destacando ainda mensagens contidas nos filmes como racismo, justiça social, preconceito e política.

“Gostei mais de ‘Roma’, julgo ser um filme que apresenta algo novo. Sua simplicidade encantadora esconde a complexidade de seu tema central e, para mim, se trata do abandono. As duas mulheres são abandonadas, patroa e empregada. Além da obra conter o primor técnico. Por isso, ‘Roma’ tem meu voto de melhor filme.”, revela.

João Guilherme também destaca a tentativa da academia de passar uma mensagem sobre questões como o racismo ao indicar filmes como “Pantera Negra”, “Green Book: O Guia”, “Roma” e “Infiltrado na Klan”.

“Com certeza, nesse ano, a Academia está mais atenta ao tema racial. Todos esses filmes estão ali merecidamente, trazem grandes histórias e acrescentam demais tanto para a premiação quanto para quem assiste às obras. Vale destacar também o filme “Se a Rua Beale Falasse”, indicado em outras categorias e de excelente qualidade.”, explica.

A opinião é corroborada por Leo Aturius. “A arte cria a sua realidade para refletir e questionar a nossa. Dessa maneira nos deparamos com temas que não podem se perpetuar como verdade. Quanto mais filmes com o tema do racismo mais debates são realizados, mais políticas públicas são pensadas e a luta por mais justiça social continua sendo o tema predominante dos nossos pensamentos.”, afirma.

Estatuetas do Oscar serão distribuídas em 24 categorias | Foto: Banco de Imagem

E quando o filme que é premiado surpreende a todos, indo contra as expectativas? Ou quando aquele favorito nosso acaba sendo “injustiçado”?

Para Leo, nenhuma premiação costuma ser justa, justificando sua opinião com uma citação do premiado cineasta Woddy Allen: “é impossível juntar um grupo de pessoas e decidir qual é o melhor ou pior filme do ano. A arte é um elemento humano imensurável.”, destaca, acrescentando ainda que acompanha as principais premiações de diversos países, que podem passar despercebidas do grande público, mas que também possuem sua importância.

Já João Guilherme acredita que as premiações são justas, pois mesmo não concordando com alguns resultados, elas colocam as obras em destaque de maneira correta, ressaltando que a identificação com uma película é algo particular, pois um mesmo filme pode tocar uma pessoa e para outra não fazer sentido algum.

“Pode ser que um filme seja uma peça muito espetacular para mim, que me toque de um jeito único e que para outra pessoa não faça sentido algum. Por isso, muitas vezes vemos pessoas indignadas com alguns resultados.”, finaliza.