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Documentário sobre o Terra Nova, em Nova Friburgo, estreia no YouTube nesta sexta

"Terra Nova - era ontem" fala sobre a rotina de readaptação dos sobreviventes da tragédia climática de 2011 que foram deslocados para o conjunto habitacional

Por Bernardo Fonseca
25/03/21 - 17:51
Documentário sobre o Terra Nova, em Nova Friburgo, estreia no YouTube nesta sexta Documentário "Terra Nova - era ontem" estreia em sessão única nesta sexta, 26, às 21h, pelo canal da Montagna Filmes no YouTube | Foto: Divulgação

Há dez anos, a tragédia climática que atingiu Nova Friburgo e outros municípios da Região Serrana do Rio, deixou oficialmente centenas de mortos e milhares de pessoas desabrigadas. A catástrofe chamou a atenção do Brasil e do mundo, e foi motivo de visita de inúmeras autoridades, incluindo a presidente da República na época, e milhões de reais em investimentos ao longo dos anos seguintes. Parte desse dinheiro foi destinado à construção de conjuntos habitacionais para receber famílias que, da noite para o dia, ficaram sem ter onde morar.

Uma década depois, um documentário quer lançar luz sobre a rotina de readaptação dos sobreviventes que moram no Terra Nova, conjunto de nove condomínios com 2.180 apartamentos, construídos no distrito de Conselheiro Paulino, para receber os desabrigados de Nova Friburgo. O filme é dirigido pelos friburguenses Laiane Tavares e Bernardo Dugin.

A ideia de produzir Terra Nova - era ontem, nome oficial do documentário, surgiu em 2020, quando Laiane e Bernardo começaram a desenvolver um projeto audiovisual que contasse um pouco a história do pós-tragédia.

Parte da equipe que produziu o documentário durante as gravações no Terra NovaParte da equipe que produziu o documentário durante as gravações no Terra Nova | Foto: Divulgação

A oportunidade chegou quando saiu o edital “Retomada Cultural RJ" da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Lei Aldir Blanc. O projeto já estava pronto e foi aprovado para receber os recursos.

“A partir disso, passamos a chamar pessoas do audiovisual da nossa cidade, gerando cerca de 30 empregos no município. As únicas partes da produção feitas fora de Nova Friburgo foram o serviço de mixagem de som e a narração, gravada pela atriz Camila Amado. A produtora friburguense Montagna Filmes assina a realização do documentário”, explica Laiane.

Questão ambiental também é abordada

Além de contar histórias de moradores afetados pela tragédia, o filme toca na temática ambiental e fala da relação da humanidade com o planeta, e como a intensificação de eventos como o da serra fluminense tem provocado refugiados ambientais, pessoas que são deslocadas das comunidades onde vivem devido a eventos climáticos.

“Após a tragédia, 5% da população de Nova Friburgo precisou se mudar, devido ao solo impactado, devido aos locais que ficaram inacessíveis, e a gente fala como isso impactou a rotina dessas pessoas.

O documentário aborda também como os condomínios do Terra Nova acabaram reunindo milhares de pessoas, de diferentes origens e bairros, sem praticamente nenhum suporte psicológico. “A gente tem uma personagem, a tia Léia, que ficou soterrada, que perdeu um filho, que tinha casa e um comércio onde morava. Quando ela se muda pro Terra Nova, ela tem que adaptar o comércio dentro do apartamento, que tem 42m², porque o comércio é a fonte de renda dela”, cita Laiane, como exemplo.

As histórias contadas no documentário foram conhecidas antes das gravações, durante o período de pré-produção, quando a equipe percorreu o condomínio conversando com os moradores e entendendo as particularidades de cada um.

Uma curiosidade é que a produção não conta com relatos diretos das pessoas, mas as histórias são contadas de forma observacional. “A gente conta uma história através da observação da rotina delas. Então, foi preciso entrar nos apartamentos e tudo foi muito bem acordado, bem como respeitamos todos os protocolos de segurança da Covid-19”.

Filme visa chamar atenção para a realidade do Terra Nova

Quando questionada pela reportagem sobre o que espera com a estreia do documentário, Laiane diz que deseja que o filme produza memória sobre a tragédia, desperte um debate sobre os impactos socioambientais da catástrofe e sobre a necessidade de que milhares de pessoas que recomeçaram a vida no Terra Nova, recebam a devida atenção da sociedade e do poder público.

Toda a infraestrutura que vai nascendo no Terra Nova, vai nascendo no entorno. Não nasce por um apoio do poder público, nasce pela mobilização daquela população que precisa reerguer a vida. Esperamos que haja acolhimento, um olhar carinhoso e respeito por parte do município, pois são pessoas que já sofreram demais.

O documentário estreia às 21h desta sexta-feira, 26, no canal do YouTube da Montagna Filmes. A sessão é única e o filme não ficará disponível depois.

Após a sessão, haverá um debate sobre planejamento urbano eficaz e responsabilidade coletiva e individual para evitar novas tragédias, com a participação do professor de geografia Uderson Ribeiro, pela conta do Instagram @terranovaofilme.

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