Conheça a história do curta-metragem “Terra Nova, Friburgo”

A tragédia climática da Região Serrana completou dez anos na última semana. O desastre deixou centenas de milhares de mortos e feridos e uma devastação em 2011. Uma década depois, muita coisa foi recuperada, mas muito ainda precisa ser feito. Com o intuito de jogar luz a essas carências, o diretor e roteirista Lohan Lage Pignone lançou o curta-metragem “Terra Nova, Friburgo” que aborda o conjunto habitacional criado para abrigar famílias que perderam suas residências.

O curta, produzido em 2019, foi um dos ganhadores da segunda edição do Edital Raízes de Nova Friburgo, com patrocínio do Instituto Serrano de Economia Criativa e Prefeitura de Nova Friburgo (ISEC).

Na obra, o telespectador pode conhecer um pouco mais o dia a dia do condomínio Terra Nova, construído para abrigar as 1.600 famílias que perderam suas moradias na tragédia climática do dia 11 de janeiro de 2011.

O filme busca mostrar como vivem esses friburguenses, quais são suas impressões e quais as suas prioridades de vida.

Em conversa com a reportagem do Portal Multiplix, o diretor Lohan Lage Pignone afirma que mora em um bairro vizinho ao Terra Nova e sempre que voltava do trabalho (como professor) de ônibus, ele observava o local e fazia uma reflexão: “será que as pessoas que moram aqui são felizes? Isso representou um renascimento para elas?”

Assim surgiu a ideia de produzir o curta-metragem.

“Costumeiramente, o que é divulgado sobre o Terra Nova, são problemas e isso acaba gerando um preconceito sobre o local. E o Terra tem pessoas incríveis com histórias de vida excepcionais. A intenção ao fazer o filme foi de conhecer as pessoas que moram no Terra Nova e diminuir a ignorância que todos, inclusive eu, tínhamos sobre o lugar. Acabou que virou um filme com uma pegada de denúncia jogando luz sobre as carências do Terra Nova em razão da estrutura ruim do bairro”, declara Lohan.

Ele explica que “a tragédia estrutural se mantém no Terra Nova”, pois as pessoas ganharam uma moradia, mas possuem outras carências que exigem planejamento.

“A minha pretensão com o filme foi criar um incômodo com quem se responsabilizou por construir o local. E a divulgação do filme foi um meio de dar voz às pessoas que vivem lá e não são ouvidas como deveriam. Os filmes, em geral, vão muito além do entretenimento. O cinema traz um olhar sensível sobre a realidade e possui o papel de provocar reflexões. Esse foi o intuito do curta”, declara.

O diretor destaca ainda que muito do que foi visto no bairro enquanto o filme “Terra Nova, Friburgo” era produzido ainda persiste, citando o exemplo da ocorrência constante de alagamentos.

“O Terra Nova não oferece aos moradores um bem-estar social adequado como todo cidadão merece”, relata Lohan.

Documentário já disponível

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Também é possível assistir na GigaTV, através do Canal 1, ou no Youtube.

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