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Casa de Euclides da Cunha, em Cantagalo, reabre as portas após ficar fechada por mais de 10 anos

Espaço cultural foi criado em 1965 para homenagear escritor cantagalense

Por Kessia Coutinho
13/07/23 - 10:33
Casa de Euclides da Cunha, em Cantagalo, reabre as portas após ficar fechada por mais de 10 anos Documentos, desenhos e peças ligadas à vida e obra do escritor estão na casa | Foto: Divulgação/Casa Euclides da Cunha

Foi reinaugurada no último mês em Cantagalo, na Região Serrana do Rio, a Casa de Euclides da Cunha. O importante espaço cultural estava fechado há mais de dez anos.

O acervo conta com as primeiras edições dos livros do escritor e até o seu túmulo.

O centro dedicado ao escritor cantagalense foi criado pelo governo estadual em 1965 e pertence à Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

Espaço cultural estava fechado há mais dez anosEspaço cultural estava fechado há mais dez anos | Foto: Divulgação/Casa Euclides da Cunha

O espaço reformado tem um auditório com 70 lugares, que pode ser aproveitado pelos artistas locais para fazer apresentações de pequenos espetáculos.

Para usar o local, é necessário realizar uma solicitação por meio do site da Funarj.

Na casa, foi instalada ainda uma área para exposições temporárias de obras de artes. Os interessados em expor podem enviar um email para: contato.casadeeuclides@gmail.com.

Também há um jardim interno e uma biblioteca, que está sendo higienizada e catalogada, para que a população tenha acesso a cerca de três mil livros, entre obras literárias (nacionais e estrangeiras); didáticas, sobre diversos assuntos; além de publicações que analisam e interpretam as obras de Euclides.

Acervo do espaço conta com diversos objetos de Euclides da Cunha Acervo do espaço conta com diversos objetos de Euclides da Cunha | Foto: Divulgação/Casa Euclides da Cunha

O material é formado por reproduções de documentos, desenhos e peças ligadas à vida e obra do escritor, além da primeira edição dos livros 'Os Sertões' e 'Contrastes e Confrontos'.

Construída a partir do acervo original do engenheiro, contendo objetos usados na Guerra de Canudos e as primeiras edições de seus livros, a biblioteca cresceu mediante doações, inclusive da família do jornalista.

A casa também possui uma curiosidade de Euclides, o cérebro preservado do autor. Ele foi guardado e estudado pelo médico Afrânio Peixoto, na época em ocupava o cargo de Diretor do Instituto Médico Legal, a pedido de Roquete Pinto, então Diretor do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, ambos amigos de Euclides da Cunha.

O cérebro do escritor chegou ao local no dia 10 de setembro de 1983 e até hoje é conservado em formol, em uma cuba de vidro, dentro de uma caixa de madeira, que fica guardada em um túmulo na Casa de Euclides da Cunha.

Os restos mortais do escritor estão enterrados em São José do Rio Pardo, no Estado de São Paulo, onde ele escreveu a maior parte de 'Os Sertões'.

Cérebro do autor está em um túmulo na Casa de Euclides da CunhaCérebro do autor está em um túmulo na Casa de Euclides da Cunha | Foto: Divulgação/Casa Euclides da Cunha

A visitação ao espaço funciona de segunda a sexta, das 9h às 16h, sem a necessidade de fazer um agendamento prévio - exceto para grupos maiores, como escolas.

A Casa de Euclides da Cunha fica localizada na rua Maria Zulmira Torres, s/nº, no Centro de Cantagalo.

História de vida

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, escritor que está entre os maiores da literatura brasileira, nasceu em Cantagalo, em uma fazenda no distrito que hoje se chama Euclidelândia, no Estado do Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1866.

Ele se formou na Escola Superior de Guerra no ano de 1890, em Matemática, Ciências Físicas e Naturais.

Ingressou na Superintendência de Obras do Estado de São Paulo como engenheiro. As frequentes viagens permitiram que ele se dedicasse cada vez mais à leitura, usando seu tempo disponível para estudar sobre o Brasil.

Em 14 de março de 1897, publicou no jornal O Estado de São Paulo um artigo intitulado ‘A nossa Vendéia’, no qual se opunha à resistência dos sertanejos seguidores de Antônio Conselheiro.

Após esta publicação, Euclides foi designado como correspondente do jornal para acompanhar a Guerra de Canudos, no interior da Bahia.

A cobertura jornalística deste momento histórico deu origem à sua célebre obra 'Os Sertões'.

Euclides da Cunha nasceu em Cantagalo, na Região Serrana do RioEuclides da Cunha nasceu em Cantagalo, na Região Serrana do Rio | Foto: Divulgação/Casa Euclides da Cunha

Publicado em 1902, 'Os Sertões' se vale da ciência para examinar, sob os mais variados aspectos, a conformação do território brasileiro, o meio ambiente, a formação histórica do povo brasileiro e seus conflitos sociais.

O escritor também publicou 'Contrastes e Confrontos' (1907); 'Peru versus Bolívia' (1907); 'Castro Alves e seu tempo' (1907); e 'À margem da História' (1909).

Em 18 de dezembro de 1906, ele tomou posse na Academia Brasileira de Letras como ocupante da cadeira número sete.

Nos últimos anos de sua vida, Euclides da Cunha desenvolveu importante trabalho para o Itamaraty, ao traçar os mapas do extremo sul e norte do Brasil e venceu o concurso de Lógica para o Colégio Pedro II, onde ministrou poucas aulas.

As ideias contidas nas obras de Euclides da Cunha vêm influenciando, ao longo dos anos, pesquisas e debates sobre os problemas brasileiros.

Euclides foi morto em 15 de agosto de 1909, no Rio de Janeiro, durante uma briga com o amante de sua esposa.

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