Desafios da moda plus size vão muito além do tamanho
Em alta, o segmento movimenta R$ 4,5 bilhões por ano

Quem pensa que o que separa um manequim de outro é apenas o tamanho, ou está enganado ou é um péssimo confeccionista de moda plus size. E pode perguntar para sua amiga gordinha, sua vizinha volumosa ou para sua colega de trabalho curvilínea: maus confeccionistas existem aos montes. Em tempos em que tanto se fala em beleza real, autoaceitação e empoderamento feminino é inadmissível que grandes marcas tenham dificuldade em vestir corpos maiores. Mas elas têm.
Essas empresas, muito além de um problema de inclusão, parecem ignorar um tremendo nicho de mercado. A moda plus size movimenta R$ 4,5 bilhões por ano, o que equivale a cerca de 5% do faturamento total do setor de vestuário, segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest)
Não queremos parecer magras, queremos conforto
Calças que comprimem a barriga e empinam o bumbum. Cintas modeladoras que criam cinturas minúsculas. Sutiãs que fazem com que o decote pareça duas vezes menor. Se essas roupas cumprem um pouco do que prometem, pode ter certeza: elas também apertam, pinicam, machucam ou incomodam. E o pior: por mais que proporcionem alguma ilusão sobre a silhueta, não são capazes de reduzir o manequim, e nem deveriam. Estar confortável, vestir tecidos de qualidade, sentir-se bonita, tudo isso valoriza muito mais as qualidades de um corpo gordo do que roupas modeladas para escondê-los.
Regra, pra que te quero?
As marcas que já abraçaram tamanhos maiores perceberam que as consumidoras de moda plus não estão mais interessadas em regras exclusivistas e conservadoras. Pernas de fora são bem-vindas, decotes generosos que valorizam o colo e mesmo os cropeds podem ser usados com graça e sensualidade, em modelos com cortes apropriados, para melhorar o caimento de quadris e cinturas mais curvilíneas.
Guarde seu eufemismo para você
No que se refere a plus size, sabe o que realmente está na moda? Abraçar a diversidade e compreender que eles existem nos mais variados moldes e tamanhos. A mulher gorda de hoje não quer ser chamada de gordinha ou palavras que diminuam ou dissimulem suas verdadeiras características. Entende que ser chamada de gorda não é pejorativo, mas uma característica que não é suficiente para defini-la, e muito menos delimitá-la. Nos tempos de hoje, em qualquer estação, estar na moda é vestir bem o próprio corpo, sempre.