Acusado de crime de feminicídio, preso em Nova Friburgo, vai a júri popular
Bruno Ferreira Gomes está preso acusado da morte da ex-namorada, a estudante Luíza Nascimento Braga
15/01/20 - 11:33
Preso por ter matado a ex-namorada, o morador de Nova Friburgo, Bruno Ferreira Correa, de 37 anos, irá a júri popular, de acordo com decisão da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O dia do julgamento ainda não foi definido.
Bruno matou a estudante da Uerj, Luiza Nascimento Braga, de 25 anos. Após o crime, de acordo com a Polícia Civil, ele ficou desaparecido desde 22 de junho do ano passado, quando o corpo da vítima foi encontrado, até o dia 7 de agosto.
Ele foi preso por agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Friburgo após negociação entre a delegada titular da Deam, Mariana Thomé de Moraes, e a família do homem.
Na decisão, o juiz responsável pelo julgamento, Daniel Werneck, manteve a prisão preventiva de Bruno e afirmou, em sua decisão, que segundo as provas obtidas na fase de investigação, o crime, cometido com emprego de meio cruel, por motivo torpe, sem chance de defesa da vítima e que teria sido motivado por ciúmes de Bruno, após ver conversas de Luiza com outro homem. Este item deve ser analisado pelos jurados.
Entenda o caso
No dia 22 de junho de 2019, Luiza foi encontrada morta no apartamento do namorado com sinais de estrangulamento e perfurações por objetos cortantes.
Em 25 de junho, a Justiça decretou a prisão temporária do namorado, Bruno, na época com 36 anos, que também era estudante da Uerj. No dia seguinte, a Polícia Civil fez buscas na casa dos parentes do universitário, localizada no bairro Solares, em Nova Friburgo, mas, na ocasião, o suspeito não foi encontrado.
De acordo com depoimento de familiares de Luíza à polícia, antes do dia do crime, Bruno havia ligado para a jovem dizendo que estava doente e solicitado ajuda para levá-lo ao hospital. A estudante chegou a comunicar aos pais que iria se encontrar com o universitário e que o levaria a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Depois de a jovem ter ido até ao apartamento do suspeito, ela ficou incomunicável. A partir daí, os pais da vítima ficaram preocupados.
Ainda segundo os depoimentos, várias tentativas de ligação foram feitas, mas ninguém atendia. Até que, em determinado momento, os pais começaram a receber mensagens, supostamente da filha, pelo aplicativo WhatsApp. Ainda assim, os pais não ficaram convencidos de que era a filha que se comunicava e resolveram ir até o apartamento do ex-namorado, onde a jovem foi encontrada morta.
Luíza havia retornado para a casa dos pais após o fim do relacionamento e eles desconfiavam que essa seria a principal causa da morte da jovem, visto que o ex-namorado era ciumento e não aceitava o fim do namoro.
O corpo da estudante foi enterrado no dia 24 de junho.