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Alta temporada de montanhismo é afetada pela pandemia do novo coronavírus

Montanhistas e guias de Nova Friburgo e Teresópolis desaprovam aglomerações em picos e trilhas durante o isolamento social

Por Isadora Jaron
05/05/20 - 12:44
Alta temporada de montanhismo é afetada pela pandemia do novo coronavírus Teresópolis é um dos principais destinos para a prática de montanhismo no estado do Rio de Janeiro | Foto: Divulgação/Prefeitura de Teresópolis

Chegou a tão esperada temporada de montanhismo. Neste período do ano, milhares de pessoas e grupos vão em busca de montanhas para escalar, chegar a picos com paisagens encantadoras ou para fazer caminhadas em trilhas e estar perto da natureza. Mas em 2020 o período está sendo marcado pela pandemia do novo coronavírus e os parques e unidades de conservação estão fechados.

Entretanto, em alguns casos, é mais difícil ver montanhas e picos vazios, com alguns grupos se aventurando e furando o isolamento domiciliar, expondo outras pessoas à contaminação do vírus que está avançando no Brasil, como aconteceu no dia 27 de abril com jovens furando o isolamento no pico da Caledônia, em Nova Friburgo.

“Acho um desrespeito muito grande, porque pra gente sair dessa, todo mundo tem que fazer a sua parte. As montanhas não vão sair do lugar e nós vamos ter tempo pra fazer isso no futuro. É só nos cuidarmos agora que breve isso passa e vamos poder fazer o nosso esporte novamente. É muito ruim ver as pessoas invadindo as montanhas”, destaca o montanhista friburguense Paulo Alexandre Wenderroschy.

Em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) fechou e não está liberando a entrada das pessoas. Para o guia Maicon Rocha, quem já marcou alguma atividade pode remarcar para depois da pandemia, já que para muitos profissionais essa é a única fonte de renda.

“Um montanhista comum, que pratica esta atividade regularmente, faz em média uma trilha por semana. Com os fechamentos dos parques e as orientações, a maioria está seguindo as restrições. O impacto para mim, que sou montanhista e guia, está sendo ainda maior, pois 99% das atividades são realizadas em parques ou áreas de proteção permanente, e a grande maioria é em lugares que formam aglomerações. Além disso, 99% das pessoas que guio vêm de outras cidades, ou seja, mesmo que eu tivesse disposto a trabalhar, as pessoas não viriam”, frisa.

Além de estarem furando o isolamento social, as pessoas que estão buscando praticar atividades nas montanhas também correm o risco de sofrer acidentes e encher ainda mais as unidades de saúde, prejudicando quem está realmente precisando de atendimento.

“O ser humano não é educado o bastante para respeitar esses espaços. E com certeza se estivessem liberados, os parques e unidades de conservação estariam cheios de pessoas imprudentes, se acidentando e criando uma dor de cabeça para os hospitais que hoje estão mais focados no coronavírus”, destaca Leandro Nobre, montanhista e vice-presidente do Centro Excursionista Teresopolitano (CET).

Leandro ressalta ainda que descumprir as medidas de isolamento social pode gerar multa, prevista no artigo 268 do Código Penal. O trecho diz que infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa pode gerar pena de detenção, de um mês a um ano, e multa.

“Boa parte não aceita um não de um guarda-parque ou fiscalizadores dessas áreas. Agora é considerado crime, passível de punição prevista na lei. A melhor solução é a punição. Devemos denunciar aos órgãos responsáveis quando soubermos de casos como o do Pico da Caledônia. Só assim a montanha e as pessoas estarão protegidas”, aponta Leandro.

Segundo o montanhista Paulo Alexandre, deve haver um respeito não só com o período da pandemia e o isolamento social, como também com o esporte e os montanhistas e uma consciência geral sobre o momento em que o mundo está sofrendo.

“Sou apaixonado por montanha, por trilha e todo esse período. Eu estou quieto, não estou fazendo nada. É justamente pra respeitar tudo isso. Outras pessoas que acabam infringindo a lei, elas acabam prejudicando a imagem do nosso esporte, porque aí acaba englobando todo mundo e quem vê de fora acha que todo mundo é igual e não é. Existe por parte dos montanhistas mais experientes, um respeito muito grande, uma consciência muito grande com a natureza”, finaliza.


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